A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou que ensinar novas mães a amamentarem poderia salvar da morte 1,3 milhão crianças por ano (cerca de 10% dos óbitos infantis). O anúncio foi feito nesta sexta-feira, 31, um dia antes do início da 18ª Semana Mundial de Amamentação celebrada entre os dia 1 e 7 de agosto.
Segundo a OMS, menos de 40% das mães do mundo amamentam seus filhos apenas com leite materno nos seis primeiros meses de vida. Alguns dos motivos que levam as mulheres a abandonarem o aleitamento são: não saber como fazer a criança agarrar o seio, desconforto e dor.
O alerta da organização também focou para a necessidade de conscientizar as grávidas quanto à sua vulnerabilidade às gripes comum e H1N1 (gripe suína). A agência defendeu que as grávidas tenham prioridade para receber antivirais como o Tamiflu, especialmente nas primeiras 48 horas a partir do aparecimento de sintomas gripais.
A presidente da Sociedade de Pediatria do Rio de Janeiro, Fátima Coutinho, explica que "o risco de transmissão de Influenza A H1N1 através do leite materno é improvável, já que a viremia em mulheres infectadas pelo vírus Influenza é rara. As mães que amamentam ao seio deverão usar máscara durante o aleitamento, lavar as mãos antes e depois de pegar seu bebê e tomar as precauções descritas habituais dos protocolos de prevenção e controle", diz.
Recomenda-se que os bebês iniciem a amamentação uma hora após o nascimento, e que consumam apenas o leite materno durante seis meses - o que exclui água, sucos ou alimentos sólidos. A amamentação dá à criança nutrientes vitais, além de reforçar seu sistema imunológico, prevenindo contra doenças como diarreia e pneumonia. O leite em pó não fornece a mesma imunidade, e a água das torneiras em muitos lugares do mundo vem contaminada.
O tema da Semana Mundial de Amamentação desse ano é a amamentação nas situações de emergência e calamidades, como enchentes e outras catástrofes naturais. Em nota, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, disse ser importante dar apoio para que mães em zonas de desastres continuem ou recomecem o aleitamento.
"Durante emergências, doações não-solicitadas ou descontroladas de substitutos do leite materno podem prejudicar a amamentação e devem ser evitadas", disse Chan, argumentando que a interrupção do aleitamento pode agravar os riscos para crianças já vulneráveis. "O foco deve ser na proteção ativa e no apoio à amamentação."
O Brasil adaptou a campanha mundial para "Amamentação em todos os momentos. Mais saúde, carinho e proteção". A campanha, promovida pelo Ministério da Saúde e pela Sociedade Brasileira de Pediatria, reforça a importância do aleitamento materno por dois anos ou mais, sendo exclusivo nos primeiros seis meses de vida. "Esse gesto ajuda a reduzir a desnutrição e a mortalidade infantil", finaliza Fátima Coutinho.
Postado por: Felipe Pinheiro
Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia
O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições