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Treinamento para a seleção

Treinamento para a seleção

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 3:29

Já se tornou um hábito para mim passar apressadamente diante do espelho do meu banheiro sem ficar me olhando muito. Aliás, dou graças a Deus quando ele está embaçado pelo vapor que sai da água quente do chuveiro! Por quê?

Ora, minha figura um tanto calva e arredondada de hoje foge em muito àquela que idealizei para minha meia- idade. Bem, brincadeiras à parte, quando me olho no espelho, é difícil acreditar que, quando estudava em uma universidade da Califórnia, com mais ou menos 20 anos, pratiquei atletismo. Eu treinava seriamente no campus da faculdade, preparando meu condicionamento físico para correr cada vez melhor. Todo treino era supervisionado e orientado por um técnico - muito severo, por sinal.

Eu gostava demais de correr. Não competia só em pistas, mas também em circuitos ao ar livre, subindo e descendo montes. Costumava participar de provas de 1,6 mil a 5,5 mil metros. Sob o forte calor da Califórnia, era necessário estar muito bem preparado para suportar o desgaste e não fazer feio. Nosso treinador, como disse, era muito duro na questão de disciplina, principalmente com nossa dieta. Olhando minha silhueta hoje, imagino o que teria que ouvir se ele me visse.

Bem, certo dia, estávamos escalados para uma competição importante entre universidades. O técnico fez várias recomendações depois do treino final, como descansar bastante, não fazer nenhum excesso e, em especial, comer pouco. Na hora do almoço, eu e meus amigos saímos juntos e fomos direto para uma lanchonete. Diante da comida, esqueci qualquer aviso e comi um, dois, três hambúrgueres e outros tantos milk-shakes (entendem agora o porquê de eu preferir nem passar perto do espelho?).

À tarde, a competição teve início.

Quando chegou minha vez, ao ouvir o tiro para a largada, parti com vontade, disposto a vencer. Entretanto, mal correra alguns metros, meu estômago começou a pesar como se eu carregasse dentro dele uma melancia. Corri mais um pouco, e então não deu mais. Ali mesmo, na beira da pista, vomitei tudo o que tinha direito.

Observado pelo olhar de nojo de dezenas de espectadores, é claro. Foi um vexame! Porém, o pior não foi a vergonha que passei por causa da minha gula, mas enfrentar a ira do treinador e superar minha frustração por ter sido desclassificado.

Disciplina

A situação que acabei de narrar ilustra exatamente o que Paulo ensina e adverte em I Coríntios 9.24-27: "Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível.

Assim corro também eu, não sem meta; assim luto, não como desferindo golpes no ar.

Mas esmurro o meu corpo, e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado."

Acho que Paulo foi um grande desportista, pois várias vezes menciona atividades físicas e hábitos de atletas em seus escritos. Em I Coríntios 9.24-27, enfoca normas e disciplinas que devem ser observadas na vida cristã para que a vitória seja alcançada. Neste mesmo trecho, ele afirma que subjuga seu corpo à sua vontade para que ele não determine os propósitos de sua vida. Ele o disciplina com tenacidade para não ser vencido, e sim, vencer. Como pregador da justiça, ele não queria chegar ao fim de sua vida derrotado, vítima da cobiça e dos impulsos de seu próprio corpo.

Às vezes, fico pensando o que Paulo diria hoje, ao ver a situação das famílias de nossas igrejas? Podemos dizer que, em nossos dias, a família está vivendo tempos difíceis. Na verdade, ela está bem doente! Definições de casamento e família têm sido radicalmente mudadas.

Aproximadamente metade dos casamentos de hoje termina em divórcio, forçando milhões de crianças a crescer num ambiente de raiva, hostilidade, abuso e solidão. O modelo de pais que ficam juntos para sempre e que consideram como sua principal missão apoiar, encorajar, amar e cuidar de seus filhos não é mais uma prioridade em nossa cultura.

O desejo desenfreado de ganhar dinheiro, ter sucesso e se divertir domina o pensamento da maior parte da nossa sociedade.

Esta semana, em meus aconselhamentos, deparei-me com os seguintes casos:

- Um marido confessando que não ama mais sua esposa e, por isso, pretende pedir o divórcio

- Um pai confessando que abusou sexualmente de sua filha

- Uma esposa que mantém um caso com outro homem, também casado, e sabe que precisa o quanto antes deixá-lo e voltar para o marido, mas não encontra forças

- Uma jovem, grávida do namorado e em desespero, pensa seriamente em abortar

- Um homem casado há 20 anos, pai de três adolescentes, que quer abandonar sua família para ficar com sua amante, que está grávida

- Uma jovem mulher, que se casou sem amar verdadeiramente o marido, questiona se terá que ficar ao lado dele até o fim de sua vida

O número de casos que posso citar é quase interminável, e a variedade de motivos, muito grande. Paulo diz: "Correi de maneira que o alcanceis." As pessoas que mencionei não souberam correr segundo as normas. Satanás conseguiu desviar sua atenção, e elas foram desqualificadas.

Normas

Quais são algumas normas para que a família possa se tornar saudável? É possível, é praticável, mas não acontece por acaso. A Bíblia nos dá muitas dicas.

Exige determinação, força de vontade, da mesma forma que nos exercitamos para um esporte. Deixe-me mencionar algumas:

Compreender e aceitar as profundas implicações do compromisso do casamento Entender claramente quais os papéis do marido e da esposa no casamento, conforme a orientação do Arquiteto do lar, Deus, revelada na Bíblia Dialogar aberta, honesta e sinceramente com o cônjuge, no esforço contínuo de aprofundar a comunicação através dos anos de casamento Solucionar satisfatoriamente os conflitos que surgirem Investir para o êxito do relacionamento sexual, ambos atentos em suprir a carência de seu cônjuge nesta área Compreender e aceitar as diferenças físicas, emocionais e espirituais que existem entre o homem e a mulher Trabalhar com empenho para criar e instruir os filhos nos caminhos do Senhor. Depois de muitas incertezas, indefinições e tropeços, a seleção brasileira classificou-se para a disputa da Copa do Mundo. Com muito empenho e trabalho, o técnico e os jogadores lutaram para se adequar às normas exigidas pela Fifa e chegar às finais para disputar a taça, e não serem desclassificados antes disto. Todo o Brasil está unido em uma só torcida para que, mais uma vez, a seleção traga consigo o caneco.

Mesmo diante dos imensos problemas que as famílias enfrentam atualmente, é possível reverter o quadro - como a seleção brasileira fez, conseguindo classificar-se para a disputa da Copa.

Voltando o coração a Deus, empenhando-se firmemente em conhecer e acatar as normas que Ele propõe em sua Palavra, respeitando um ao outro com amor, amizade, compreensão e aceitação, estou certo de que os casais terão em suas mãos o prêmio de também ver suas famílias classificadas.

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