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Saúde

Unifesp realiza o primeiro transplante de córnea a laser pelo SUS

Unifesp realiza o primeiro transplante de córnea a laser pelo SUS

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:06

O Departamento de Oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) inova mais uma vez aliando tecnologia e medicina na realização de transplantes de córnea em pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

A partir da quarta-feira, 17 de novembro, a Unifesp será o primeiro serviço universitário público de Oftalmologia a introduzir o laser de femtosegundo na realização do procedimento. O novo método – que apresenta como vantagens maior segurança ao paciente, recuperação e cicatrização mais rápidas, menor risco de rejeição do órgão transplantado e melhor acuidade visual – consiste na substituição de uma córnea doente e/ou opacificada por uma córnea transparente, permitindo a passagem da luz até a retina e restabelecendo a visão.

De acordo com Denise Freitas, chefe do Departamento de Oftalmologia da Unifesp, a cirurgia manual exige habilidades técnicas refinadas, por parte do cirurgião, na obtenção de um melhor ajuste das partes que estavam separadas do tecido corneano e maior controle dos graus dos óculos que a cirurgia induz. "O astigmatismo pós-operatório, problema que distorce a imagem, continua como um dos principais obstáculos na reabilitação visual de pacientes com um transplante de córnea", explica a oftalmologista. "Vários estudos mostram que essa junção do tecido doador com o tecido receptor feita a laser promove maior estabilidade no transplante, requer menos pontos e diminui o tempo de cicatrização e reabilitação visual".

Entenda como funciona o laser

O laser de femtosegundo é um laser de espectro infravermelho que promove o corte de tecidos por meio de pulso altamente concentrado em energia, de duração ínfima, que separa o tecido sem transmissão de calor ou choque para o tecido adjacente. Milhões de pulsos posicionados no tecido corneano, de forma controlada, podem criar incisões com formas definidas e precisas que promovem melhor ajuste entre a córnea doadora e a receptora, como em um quebra-cabeça.

UNIFESP e HSP buscam doadores e receptores de córnea

O Hospital São Paulo (HSP) – Hospital Universitário da UNIFESP – dispõe de vagas para pacientes com indicação para transplante de córnea. Entretanto, a instituição também busca doadores do órgão para que a oferta desses transplantes não seja comprometida.

De acordo com Consuelo Bueno Diniz Adán, coordenadora do Banco de Olhos da Unifesp, ligado ao Departamento de Oftalmologia, embora o número de transplantes tenha crescido no estado paulista e a fila de espera por uma córnea no HSP tenha se reduzido para aproximadamente 15 dias após exames pré-operatórios, ainda há resistência, dúvidas e tabus que precisam ser eliminados.

O principal entrave é a dúvida da família a respeito da vontade do doador ou a demora dos parentes para autorizar a doação. "Precisamos esclarecer as dúvidas da população para que tabus sejam eliminados. Por sua vez, familiares também precisam ter conhecimento do desejo do parente em vida, para que não se perca tempo ou haja desgaste durante o processo de doação que, no caso das córneas, precisam ser retiradas até seis horas após o óbito ou 24 horas se o corpo estiver sob refrigeração", afirma Consuelo. "Além disso, até mesmo os tecidos descartados para transplantes são utilizados pela instituição para pesquisa e isso contribui muito para novos tratamentos. Portanto, a doação é muito importante".

O Banco de Olhos do Hospital São Paulo abastece a capital e outros municípios. Isso porque, quando os tecidos são captados, processados, armazenados e transportados nas condições ideais, podem aguardar por um receptor por até 14 dias, ou ser doado para um paciente de outra cidade do estado.

No primeiro semestre de 2010, 115 doadores abasteceram o Banco de Olhos do Hospital São Paulo, sendo que foram processados e liberados 205 tecidos e concretizados 152 transplantes. "Todos os dias pessoas ingressam na fila, esperando por um transplante. Temos que considerar o descarte (por sorologias ou qualidade). Se as doações diminuem, o tempo de espera aumenta, o que significa sofrimento para aqueles que estão na fila", reforça Consuelo.

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