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Saúde

Vencer o excesso de peso faz bem ao sono, ao humor e até aos dentes

Vencer o excesso de peso faz bem ao sono, ao humor e até aos dentes

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:29

1. Ai, minha cabeça!

A prevalência de enxaqueca tem relação direta com o índice de massa corpórea, o C. É o que demonstra um estudo assinado pelo neurocientista brasileiro Marcelo E. Bigal, que trabalha no Albert Einstein College of Medicine, nos Estados Unidos. O pesquisador avaliou 30 215 adultos, gente com medidas de cintura diversas. "Notamos que as crises de enxaqueca foram mais frequentes e cresceram em intensidade à medida que o peso aumentava", afirma Bigal. Outro trabalho, esse com a chancela do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein e do Hospital Beneficência Portuguesa, ambos em São Paulo, comparou obesos com indivíduos magros. Os resultados não deixaram dúvidas: as dores de cabeça são mesmo mais comuns e severas entre quem luta contra o peso acumulado. Os especialistas ainda investigam o papel dos pneuzinhos no tormento, mas já existe uma hipótese. "As células de gordura produzem substâncias inflamatórias", explica o neurocientista. "Tudo leva a crer que elas agravam o quadro de dor em indivíduos com predisposição ao problema."

2. Noites em claro

O descanso noturno também é prejudicado pela barriga avantajada. Uma equipe da Universidade Penn State, também nos Estados Unidos, analisou 1 300 voluntários de ambos os sexos e concluiu que os obesos tiveram mais insônia e dificuldade para chegar aos estágios mais profundos do sono. "Em muitos casos, parte do excesso de gordura se acumula no pescoço", explica o endocrinologista Marcio Mancini, presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica, a Abeso. Por causa dela, quando o indivíduo se encontra adormecido na posição horizontal, sua faringe fica mais estreita, o que favorece episódios de apneia, a suspensão momentânea da respiração. "Cada vez que isso acontece, há a liberação de hormônios que elevam a pressão arterial e os batentos cardíacos", conta Mancini. E o pior é que esse fenômeno pode ocorrer centenas de vezes em uma mesma noite. Resumo da ópera: esse pessoal não repousa adequadamente e acaba passando o dia com sonolência. "Essa é a razão por que, estatisticamente, os obesos têm sete vezes mais risco de bater o carro", afirma o endocrinologista.

3. A tristeza da gordura

Até mesmo o humor pode ser afetado pelos quilos extras. Um estudo publicado na revista científica International Journal of Obesity avaliou mais de 17 mil adultos e descobriu que as mulheres com sobrepeso ou obesas correm 31% mais risco de sofrer de depressão - esse índice foi bem menor entre os homens e nas moças em paz com a fita métrica. "Quando a pessoa engorda muito, ela se isola e deixa de viver muitas coisas portantes por não querer se expor", analisa a psicóloga especializada em obesidade Ruth Fabbri Ramos Ascencio, de São Paulo. "Isso sem falar na zombaria que muitos gordinhos têm que suportar." Cria-se, ass, um círculo vicioso: o indivíduo se torna cada vez mais recluso e, por isso, não vê razão para se cuidar. Daí, para a depressão se instalar, é um passo. E, como as mulheres são mais pressionadas a ficar com o corpo em dia, acabam se tornando alvo fácil para a tristeza sem fim.

4. Dentes também sofrem

Nem a boca escapa da ação devastadora dos pneus em demasia. Essa é a conclusão de especialistas da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, que acompanharam 37 mil homens por 16 anos. De acordo com os cientistas, a obesidade está associada a um aumento de 29% na ocorrência de problemas na gengiva, no osso e nos ligamentos que dão suporte aos dentes. Além disso, eles notaram que, nos casos em que a circunferência da cintura estava aca de 101 centímetros, houve um salto de 19% na incidência dos distúrbios bucais. Mais uma vez as substâncias inflamatórias produzidas pelas células de gordura parecem ser as culpadas. "Na verdade, a unidade do obeso é comprometida por inteiro", diz o endocrinologista Daniel Lerário, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. "Por isso, além de doenças periodontais, esse indivíduo pode desenvolver outros males, como o câncer."

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