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Saúde

Verão é sinônimo também de conjuntivite

Verão é sinônimo também de conjuntivite

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:31

Sol, calor, praia ou piscina e muita badalação. Ao que tudo indica, o verão parece ser a combinação perfeita para pegar uma corzinha e descansar. Mas fique ciente que nem tudo é um mar de rosas. Ao pisar nas areias e deitar na espreguiçadeira, você precisa se preocupar não somente com a importância de abusar do protetor solar, como também deve ficar muito atento à saúde dos seus olhos. Sem alguns cuidados básicos e simples, o passeio pode acabar antes da hora e dentro de um consultório médico.

Nesta época do ano, um surto de conjuntivite viral atinge diversos estados do Brasil. De acordo com o Cenepi (Centro Nacional de Epidemiologia), só no ano passado, mais de 107 mil casos foram notificados em todo território nacional e as consultas oftalmológicas chegam a aumentar quase 20%, sendo que 64% delas são em decorrência da inflamação da conjuntiva - membrana fina e transparente que reveste a parte da frente dos olhos.

Contágio

Segundo um levantamento feito pelo Instituto Penido Burnier de Campinas, a água de mar ou de piscinas contaminada com bactérias facilita o contágio e de maneira intrigante pode-se dizer que o verão é o momento mais propício para que esta patologia surja. "A aglomeração de pessoas nos grandes centros urbanos, comerciais ou em áreas de lazer pode ser considerada provável causa da rápida disseminação da doença. Alguém infectado coça o olho dali, segura no corrimão daqui e em poucos segundos uma outra pessoa acaba se contaminando", conta a médica oftlamologista Roberta Abdulmassih, do HCO - Centro Completo de Oftalmologia. Para ela, a propagação da doença acontece geralmente porque nas férias há grande concentração de pessoas nas regiões praianas e em piscinas, ocorrendo assim a contaminação através da água e as aglomerações favorecem a propagação da doença.

Tipos de conjuntivite

Existem vários tipos de conjuntivite. A viral e a bacteriana são as mais comuns nesta época do ano e, assim como um resfriado, podem ser disseminadas muito rapidamente. O contágio é feito quando se coloca as mãos infectadas nos olhos ou objetos contaminados como maquilagens, toalhas ou fronhas. As do tipo alérgicas, tóxicas ou medicamentosas não podem ser consideradas contagiosas, mas nem por isso deixam de ser perigosas. "No mesmo estudo feito pela universidade de Campinas, foi detectado que o excesso de filtro solar corresponde a 46% dos casos de conjuntivite tóxica, os bronzeadores 39% e a maquiagem a 15%. Com o calor, é preciso que os pacientes estejam atentos a todos os prazos de validade, às técnicas de armazenamento e o modo de uso. Não vale esparramar tudo no rosto, misturar produtos ou compartilhar lápis de olho ou rímel. Qualquer coisa pode ser meio para gerar uma inflamação nos olhos", adverte a médica.

Sintomas

Os sintomas variam, mas algumas características podem ser cruciais para indicar o surgimento desta patologia. O primeiro deles (e mais comum) é a sensação da presença de grãos de areia nos olhos, num arranhar incômodo e lacrimejante, que traz como conseqüência a vermelhidão e a vontade de coçar os olhos. Segundo Roberta, quando a origem da doença é uma bactéria há secreção purulenta, ou pus e na conjuntivite viral a secreção é aquosa. O ciclo da doença varia de 10 a 15 dias em média.

Tratamento

Para a médica, um tratamento inadequado pode provocar sérias lesões. "A conjuntivite é uma doença comum e simples de ser tratada. Mas se não houver o diagnóstico correto e a terapia adequada de medicamentos, o uso inadequado de colírios pode levar ao aumento da pressão intraocular [o temido glaucoma], acelerar a formação de catarata e provocar diversos danos da conjuntiva e da córnea. Vale ressaltar que o tratamento para os diversos tipos de conjuntivite varia e algumas vezes o que trata um tipo de conjuntivite está contra-indicado em outro tipo, como ocorre na conjuntivite alérgica, que com freqüência é tratada com colírios a base de cortisona, que estão contra-indicados na maioria das conjuntivites virais. Por isso, quando houver qualquer tipo de suspeita, não tente se automedicar ou deixar para lá. Procure um oftalmologista para que ele dê o parecer e indique o melhor tratamento", alerta.

O quadro clínico varia muito e pode apresentar casos mais severos, mas a enfermidade é uma patologia benigna. "Na forma viral, o tratamento é local e pode ser feito com água gelada ou compressa de gelo, a higiene dos olhos, lubrificação dos mesmos com colírio e na maioria dos casos se associa colírio de antibiótico para prevenir ou tratar uma infecção bacteriana que acompanha a infecção viral. Nos casos onde ocorre a bacteriana, colírios antibióticos são os indicados e, para ambos os casos, é sempre bom proteger os olhos de luzes intensas e de fumaça. No entanto, não faça nenhum procedimento sem antes consultar um especialista na área", informa.

Segundo um recente estudo, 56% dos brasileiros têm o hábito de usar colírios sem indicação médica e o resultado é desastroso: o desconforto até pode melhorar, mas a bactéria se torna muito mais resistente e pode causar complicações ainda piores e mais incômodas, além das contra-indicações já citadas.

Prevenção

As conjuntivites virais são altamente contagiosas por um período grande, um dia antes do início do quadro e até 10 dias após. Neste tempo, as pessoas contaminadas devem evitar aglomerações.

Sem dúvida, a higiene é a chave para não contrair a doença. "As mãos são os principais condutores dos vírus e das bactérias e as pessoas que estão com conjuntivite devem ter consciência que quando elas coçam os olhos as suas mãos são o veículo que leva a enfermidade a outros indivíduos. Por isso, quando se está infectado, é importante sempre lavar as mãos e evitar levá-las aos olhos, sem se esquecer que não se deve dividir tolhas de rosto com ninguém. O travesseiro também deve ser separado e os lenços de tecido abolidos", indica a oftalmologista.

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