Buenos Aires Com Crianças

Buenos Aires Com Crianças

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:53

Buenos Aires com crianças. Isso mesmo. Se você sempre pensou que esse destino estava mais para uma temporada a dois, saiba que há muita coisa bacana para fazer também com as crianças na terra do doce de leite. Quem vasculhou o que tem de bom por lá e conta no livro Buenos Aires Com Crianças (Ed. Pulp, R$ 29,90 – formato pocket) é a jornalista Fernanda Paraguassu. Por causa do trabalho do marido, em 2009 mudou-se para a Argentina com os filhos Gabriel, 5 anos, e Manuela, 2, e, em família, conheceu museus, praças, parques, livrarias, restaurantes, brinquedotecas. Com tanta descoberta, resolveu criar o blog Buenos Aires para Niños, que depois deu origem à sua obra. No livro, além do roteiro, a escritora traz dicas sobre o melhor horário para ir com as crianças aos restaurantes, o que vale levar de casa, calendário com os eventos que rolam por lá e curiosidades, como os personagens infantis da Argentina. Abaixo, você confere um dos trechos de nossa conversa com a escritora.

CRESCER - Antes de você fazer essa viagem com as crianças, pensava que Buenos Aires era um destino mais para adultos?

Fernanda Paraguassu - Eu não conhecia Buenos Aires. Antes de ir para lá, busquei no Brasil guias com informações sobre atrações para crianças na cidade. E não achei muita coisa sobre o assunto. Mas tinha um ponto de partida. Sabia que a comida poderia ser agradável para eles, como é o caso dos pães, das empanadas, do sorvete, do doce de leite, da carne. Havia ainda os parques e as praças, o que, para a idade dos meus filhos, seria interessante. O resto era procurar quando chegasse lá. Tinha a esperança de que encontraria coisas legais, mas realmente me surpreendi de conseguir manter o blog com atualizações frequentes por tanto tempo.

CRESCER - O que mais surpreendeu você em relação à estrutura para crianças?

F.P. - Gostei muito de algumas praças, que estão bem cuidadas. Para mim, que sou do Rio de Janeiro, boas praças com parquinho para levar as crianças praticamente não existem mais. Também há museus pensados para elas, como é o Museo de los Niños, o Participativo de Ciências, do brinquedo e dos Titeres. Ainda que alguns sejam simples, como o Museo de la Ciudad, que tem uma exposição permanente de brinquedos antigos, são espaços adequados para despertar o interesse nas crianças. Além disso, os museus que não foram organizados exclusivamente para as crianças sempre têm alguma atividade estruturada para o público infantil ou para a família.

CRESCER – Vocês passaram por alguma situação que diria que foi uma “roubada”?

F.P. - Eu optei por escrever no blog apenas sobre os programas que a gente considerava que valia a pena. Por exemplo, uma vez fomos com amigos que também têm filhos pequenos a um bar temático (Cante Pri) para crianças que está sempre badalado, com shows infantis e lanche inclusive para os pais. Mas eu não gostei da estrutura e por isso não escrevi sobre o lugar. Também não gostei de caminhar pela Costanera Sur nos fins de semana. Além de ser muito cheio de gente, é também cheio de ambulantes, o que acaba deixando o clima meio caído. Mas a maior roubada pela qual passamos foi reservar um hotel fazenda apenas pelas fotos no site do lugar. Há dezenas de belos hotéis desse tipo nos arredores de Buenos Aires, mas chegando nesse não era nada do que tínhamos visto pela internet. Havia muito mosquito, a comida era péssima e o serviço também. É preciso ter outras referências, como falar com pessoas que estiveram no lugar ou ler comentários em sites especializados. As chances de você se frustrar diminuem bastante.

CRESCER - O que foi mais difícil na adaptação das crianças em um país diferente?

F.P. - Foi trabalhoso criar relações de amizade com colegas fora do ambiente escolar. Percebi que no início eu estava mantendo mais contato com outras famílias brasileiras, por ser o caminho mais fácil. Mas, quando eu comecei a fazer também amizade com mães de crianças portenhas, percebi que meus filhos ficaram mais próximos dos colegas argentinos. Quando passaram a frequentar a casa deles, se sentiram efetivamente integrados ao grupo. A dica é se empenhar para fazer parte do grupo, isso significa, além de participar das festinhas e ir às reuniões de escola, chamar outras mães para tomar um café em sua casa e ir na casa dos outros quando for convidado.

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