Couchsurfing, um estilo diferente de viajar

Couchsurfing, um estilo diferente de viajar

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:14

Há quem goste de viajar e faça questão de bons hotéis, com ótimas instalações. Outros, de espírito mais mochileiro, não ligam muito para hospedagens caras. Uma alternativa que tem chamado bastante a atenção é o couchsurfing, em que pessoas oferecem o sofá de sua sala para hospedar viajantes, fazendo assim novas amizades e proporcionando ao turista conhecer mais de perto a cultura local, sem os estereótipos de guias impessoais de turismo. Uma maneira mais fácil e econômica de conhecer o mundo.

A Couchsurfing, (de couch - sofá, e surfing - surfando, navegando) é uma organização internacional sem fins lucrativos criada em 2004, que junta em seu site mais de 2 milhões de cadastrados em mais de 200 países. Só no Brasil, mais de 24 mil sofás são oferecidos no momento. Quem consta do site pode tanto oferecer a hospedagem quanto procurar pessoas que o recebam em qualquer lugar. Há uma série de requisitos a serem seguidos, além dos relatos de experiências agradáveis entre os associados (e outras nem tanto).. É mais uma forma de a internet reforçar o bom e velho boca a boca.

Como começar a "surfar" pelos sofás do mundo? É só acessar o site www.couchsurfing.org e cadastrar-se gratuitamente. Depois, escolha uma cidade de qualquer país, pesquise os moradores que oferecem a estada (com fotos e depoimentos de outros viajantes já hospedados por eles) e marque a data certa. Tanto quem recebe quanto quem se hospeda tem a chance de uma experiência enriquecedora. O anfitrião não pode cobrar pela hospedagem.

O associado não é obrigado a receber um turista para exatamente dormir em sua sala, mas pode se oferecer para um café, ou para um passeio, dando uma de guia improvisado. Também não é necessário que seja propriamente um sofá, pode ser um quarto de hóspedes, um colchão em um outro cômodo e outras alternativas válidas para as costas cansadas de um viajante. Dados do site garantem que 99,6% dos encontros promovidos foram considerados positivos. Na ficha do surfista também há depoimentos de seus anfitriões sobre ele.

Os associados têm a chance de se conhecer melhor pelo site, correspondendo-se, e só depois ter certeza de que é seguro estar na casa da pessoa ou receber alguém. Tanto o requisitante quanto o anfitrião devem colocar o máximo de informações em seus perfis. O Couchsurfing é bem semelhante às atuais redes de relacionamento da internet, com a vantagem de também oferecer a oportunidade de contato pessoalmente. Além das hospedagens, o grupo periodicamente realiza eventos, como festas de confraternização, entre os cadastrados.

Como começou essa história?

Em algumas culturas é costume receber viajantes cansados, alimentá-los e oferecer-lhes pousada, por mais inesperada que seja sua chegada ou sejam meros desconhecidos. O mesmo ainda acontece em mosteiros e conventos. A versão século 21 do viajante cansado foi representada pelo norte-americano Casey Fenton, que enfiou na cabeça que devia conhecer a Islândia de qualquer jeito, mas não queria uma viagem tradicional de pacotes de agências de turismo. Casey pesquisou endereços de e-mails de cerca de 1,5 mil estudantes da capital islandesa, Reykjavik, e na maior cara de pau simplesmente perguntou quem poderia hospedá-lo gratuitamente. O turista não sabia o que esperar, mas obteve mais de 50 respostas positivas. E foi realizar sua almejada viagem às nórdicas terras geladas. Voltando aos Estados Unidos com a experiência ainda fresca na memória e muito entusiasmado, reuniu três amigos (entre eles o brasileiro Leonardo Bassani, mineiro) e fundou o Couchsurfing.

De lá para cá, muita gente conheceu vários países surfando pelos sofás alheios, em uma verdadeira experiência de intercâmbio cultural. Alguns, mesmo não tendo se dado bem com os anfitriões, não desistiram e continuam a viajar neste estilo, com muitas experiências positivas para compensar. Os depoimentos aprovando as experiências estão nos perfis em todo o site, em que também o associado aponta quais países já conheceu. Alguns atestam que não querem mais viajar da forma tradicional, como faziam antes.

Há dicas para surfistas de primeira viagem, bem como para candidatos a anfitrião. Algumas orientações são gerais, outras especificamente para certos tipos de viajantes (mulheres, por exemplo), visando segurança, melhor rendimento da viagem e satisfação. Em suma, o que vale é receber e ser recebido de forma agradável. E no fim voltar para sua própria cama, sonhando com os próximos sofás mundo afora.

Por: Marcelo Cypriano

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