Destinos incríveis nos cinco continentes

Destinos incríveis nos cinco continentes

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:53

SEUL: Onde o design dá as caras

Quando, durante os anos 90, a Coreia do Sul exibia balanços econômicos cada vez melhores ano após ano, já se previa que a prosperidade se traduziria em cultura. Esse é um país que apostou na educação após a guerra que o consumiu, entre 1950 e 1953. O resultado veio nos anos 2000. Sua capital tem sido considerada uma ponta de lança em termos de arquitetura e design.

A Seul Design Fair, por exemplo, está para os designers como a Semana de moda de Milão para os estilistas. A cidade foi escolhida para sediar a Feira Mundial de 2012 (Expo 2012) e isso gerou um grande concurso de design para o pavilhão-sede do evento. Mas dá pra ver todo esse ímpeto criativo na paisagem? Sim, basta olhar para a Torre de TV de Seul, o aeroporto internacional, o distrito financeiro e, principalmente, as margens recuperadas do Cheonggyecheon, que até os anos 80 era uma espécie de “Rio Tietê da Coreia.” Hoje, ele é um parque com 6 km de extensão.

COPENHAGUE: Onde a Europa é mais verde

Lembra-se da conferência sobre mudanças climáticas que aconteceu no final de 2009? Aquela em que presidentes dos países mais ricos – e mais poluidores – se encontraram para discutir como evitar que no futuro viremos uma grande estufa esfumaçada? Pois bem, ela aconteceu em Copenhague, na Dinamarca, e não foi por acaso. A cidade é considerada a capital mais “verde” da Europa, um exemplo a ser seguido no mundo todo. E o que o visitante tem a ver com isso? A resposta exige algum raciocínio: tornar uma cidade ambientalmente exemplar implica melhorar muito a qualidade de vida de quem está lá, sejam moradores ou turistas. Por isso, Copenhague é um lugar extremamente agradável, em qualquer bairro.

De relevo plano, ela tem ciclovias para todos os lados e há até um programa de incentivo ao turismo de bike: você pega sua magrela de graça no centro da cidade e fica com ela quanto tempo quiser. Não é só isso: o antigo porto, que sofria com a poluição 30 anos atrás, agora oferece praia pública e um complexo de termas, chamado Osterbro – tudo com água do mar. E o transporte público, amplo e barato, tornou fácil e seguro sair à noite. Você pode ir às discotecas e aos bares do bairro da moda, Norrebro, e voltar sem ter de dirigir ou mesmo pegar táxi. Bom para o meio ambiente, bom para os baladeiros de plantão.

SUL DO CHILE: O lugar mais belo do mundo

O terremoto que atingiu o Chile em fevereiro de 2010 fez muita gente tirar o país de sua lista de prioridades turísticas. Bobagem. Tremores de terra ocorrem lá, assim como em Los Angeles, Lisboa, Tóquio ou Atenas. Se você for para o sul do país – onde a natureza é quem dá o tom –, verá então que nenhum abalo diminui a beleza de lugares como o Parque Nacional Torres del Paine. Considerado por muitos a atração natural mais bela do mundo, essa porção de terra reserva aos visitantes montanhas e rochedos com formatos e cores que não se vê em quase nenhum outro lugar do planeta. Tudo isso devido à graciosa interação de vulcanismo e movimentos das geleiras no decorrer de milhões de anos.

O Torres del Paine ganhou, em 1978, o status de Reserva da Biosfera, concedido pela Unesco. Distante 112 km de Puerto Natales, ele oferece também rios, cachoeiras, geleiras e vida selvagem aos montes para quem decide explorá-lo. E graças à grande afluência de turistas europeus e norte-americanos, bons hotéis já chegaram à região. É o caso do Remota, em Puerto Natales, e do Explora, no próprio Parque Nacional Torres del Paine. Ambos estão entre os melhores do mundo em áreas selvagens.

NOVA YORK: Renovação constante

Se você pensa que vai ler aqui algo sobre Estátua da Liberdade ou Times Square, está enganado. A Big Apple é tão grande e dinâmica que a cada mês surgem ótimas novidades. Quem já visitou a cidade três anos atrás, certamente se surpreenderá ao passar, por exemplo, pelo chamado Meatpacking District, no West Side de Manhattan. Antes um bairro soturno, repleto de armazéns abandonados e moradores de rua, ele foi virado de pernas para o ar – no bom sentido. Hoje, é um dos preferidos dos new-yorkers mais descolados nos fins de semana, graças aos charmosos restaurantes e bistrôs especializados no brunch (aquela mistura de café da manhã e almoço, ideal para os dias em que se acorda tarde...).

O Pastis, por exemplo, tem filas nas portas, devido às guloseimas que serve – das simplórias torradas à francesa à intrincada omelete de ervas finas e queijo de cabra. Fora a gastronomia, a grande atração do bairro foi inaugurada em junho de 2009. Trata-se da Highline: uma antiga via elevada (ao estilo do “Minhocão”, em São Paulo) foi convertida em calçadão, com direito a espreguiçadeiras, obras de arte e mirantes espalhados pelos seus quase 3 km de extensão. Dela, tem-se uma vista inédita do Rio Hudson e do bairro adjacente de Chelsea.

ANTÁRTICA: Beleza ameaçada

Quando o famoso explorador inglês Robert Falcon Scott pisou no Polo Sul, em 17 de janeiro de 1912, declarou: “Meu Deus, este lugar é horrível”. Não se sabe até hoje se ele realmente pensava isso (afinal, deu sua vida para chegar lá) ou se estava irritado por não ter sido o primeiro homem nesse ponto extremo do planeta – o norueguês Roald Amundsen tinha chegado ao polo um mês antes. O fato é que, para quem não está preparado, a Antártica choca. Parece ser um planeta diferente dentro da Terra, com sua magnífica desolação. Por isso, o turismo demorou para chegar lá. Mas chegou, por meio de grandes navios de cruzeiro que levam os mais audaciosos a navegar por entre icebergs e descer em geleiras colossais.

É claro que os cruzeiros de turismo selecionam os trechos onde há vida animal: nas ilhas da Península Antártica, por exemplo, dá pra ver focas, elefantes-marinhos, baleias, aves diversas e pinguins, muitos pinguins. Só que essa aventura para poucos tende a acabar. O meio ambiente é tão frágil no continente gelado que há fortes pressões de cientistas - de de governos- para proibir a ida de grandes navios para lá. Assim, aproveite enquanto é tempo. Para os brasileiros interessados, vale lembrar que quase todos os navios saem da Argentina ou do Chile. É o caso dos barcos das operadoras, Antarctica Expeditions, Pisa Trekking e Climb Tour.

ISTAMBUL: Capital europeia da cultura

Nenhuma cidade recebe gratuitamente o título de Capital Europeia da Cultura. Por isso, saiba que a metrópole agraciada em 2010 sempre mereceu isso. Istambul vem se consolidando como um destino ao mesmo tempo exótico e confortável para turistas brasileiros. Exótico porque tudo ali é diferente: da espetacular Mesquita Azul, com seu estilo clássico otomano, ao estonteante Grande Bazar, o mercado onde se acham produtos absolutamente incomuns para nós. E confortável porque é um destino fácil de alcançar (há cada vez mais operadoras brasileiras incluindo a cidade em seus roteiros), hospitaleiro (os turcos adoram futebol e, por consequência, o Brasil) e aberto aos costumes ocidentais. Se você viajar a Istambul nos próximos meses, vai aproveitar também uma série de eventos culturais.

Sem falar nos museus e galerias de arte inaugurados recentemente, como se espera de uma “Capital da Cultura”. Os mais badalados estão no bairro da moda, o Beygolu. Mas não deixe de curtir as atrações tradicionais dessa urbe dividida entre dois continentes – parte na Europa, parte na Ásia. Vale a pena visitar a Torre Gálata, de onde se tem uma visão panorâmica da região, e os palácios Topkpai e Dolmabahçe e o Museu Santa Sofia, localizado bem à frente da Mesquita Azul. Se tiver tempo e gostar de futebol, aproveite para ver um jogo de Besikta, Galatasaray ou Fenerbahçe, times com torcedores fanáticos e muitos jogadores brasileiros.

VANCOUVER: Natureza e modernismo juntos

Quem assistiu à Olimpíada de Inverno no começo de 2010 testemunhou a grandeza da maior cidade da costa oeste do Canadá. Mais do que uma metrópole, é um exemplo de urbanismo, com nível baixíssimo de pobreza e violência, excelente planejamento de transportes e oferta cultural crescente. De acordo com um ranking estabelecido pela revista inglesa The Economist, em 2009, Vancouver é a melhor cidade do planeta para se viver. Esse fato já a credencia como destino turístico top.

Mas não é só isso. Quem se aventura pelos seus arredores encontra cenários naturais tão encantadores como a cidade. Em Nanaimo, no lado leste da ilha onde fica a metrópole, uma sequência de escarpas e penhascos beirando a água tornou-se recentemente um hype entre os turistas. Pode-se dirigir por essas encostas radicais ou tomar o trem panorâmico da West Pacific Rail. Ao longo da estrada de ferro, saltam aos olhos os faróis de sinalização, as piscinas naturais formadas pela maré e os pequenos albergues e bed&breakfast que se erguem das pedras.

BOGOTÁ E CARTAGENA: Renascidas das Cinzas

Esqueça a Bogotá dos anos 80 e 90. Pode-se dizer sem pestanejar que a situação melhorou muito depois que o combate ao tráfico de drogas se acirrou e o país promoveu uma espécie de “limpeza” nas principais áreas urbanas. A capital do país protagonizou uma renovação sem precedentes nos últimos dez anos e entrou de vez para o mapa do turismo na América do Sul. Com uma vantagem: a curiosidade geral. Afinal, você provavelmente sabe muito sobre Buenos Aires ou Santiago do Chile. Mas e de Bogotá, o que você conhece?

Só uma dica: para começar, visite o centro histórico. Lá estão pérolas como o Museo del Oro, que exibe uma infinidade de artefatos raros pertencentes aos povos pré-colombianos. E fique tranquilo no caminho até esse museu, pois a região foi reurbanizada, ganhando calçadas limpas, placas informativas, ciclovia e até mesmo um novo sistema de transporte coletivo. Há muito mais na capital, mas não deixe de ir à bucólica Cartagena, no litoral. Declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco, ela foi igualmente renovada e ganhou algo que lhe faltava: bons hotéis, spas e pousadas. Sem contar que está no Caribe.

MUMBAI: Explosão de arte

Ela já foi chamada de Bombay e Bombaim, é a segunda mais populosa cidade da Índia e também um poço de problemas – desde a pobreza até o terrorismo, que vitimou 173 de seus habitantes em 2008. Você deve estar perguntando: “Então, por que devo ir a este lugar?”. A resposta é simples: Mumbai tem palácios e monumentos espetaculares e uma história fascinante, herança da colonização britânica.

É também a cidade que mais rapidamente se enriquece no país (lembre-se que a Índia, assim como Brasil, China e Rússia, faz parte do celebrado quarteto de países emergentes que passaram ilesos pela recente crise internacional, conhecido como Bric). Um dos efeitos recentes da virada econômica é a explosão (aqui no bom sentido) das exposições de arte. O bairro de Colaba, que até dez anos atrás não era lá grande coisa, ostenta hoje cinco galerias daquelas que os famosos do meio das artes plásticas adoram citar quando dão entrevistas. Só em 2009, duas novas foram abertas: a Gallery BMB e a Volte, que também agrega um café e uma livraria. Não espere delas um acervo gigantesco, mas conte com o melhor da pintura e das instalações de artistas indianos e, algumas vezes, de grandes mestres estrangeiros.

DAMASCO: Das ruínas aos hotéis-butique

Para ser um viajante de verdade, é preciso muitas vezes abstrair as questões políticas, as rixas religiosas e tudo de negativo que se dissemina sobre um lugar. É com esse espírito que você deve encarar Damasco, a capital da Síria. As opções políticas que sempre a afastaram do Ocidente acabaram por ter ao menos um resultado positivo, a preservação dos prédios históricos – alguns deles milenares. Fosse de modo diferente (como ocorreu em Beirute, por exemplo), muita coisa teria sido derrubada para dar lugar a prédios de escritórios e shopping centers. O lento processo de abertura para o turismo gerou um fenômeno raro: essas construções antigas acabaram sendo reformadas e transformadas em hotéis-butique.

O mais desejado pelos turistas é o Old Vine Hotel, bem no centro da cidade. Muitos o confundem com uma mesquita. Os funcionários são muito bem treinados para atender gente do mundo inteiro. São apenas nove quartos, cada um com decoração própria, em estilo típico. A ideia é levar o hóspede ao passado longínquo do Oriente Médio. Mas isso não significa privação: há desde telefone até internet wifi para quem deseja. Além disso, o café da manhã é servido ao lado de uma fonte e de obras de arte no jardim interno. Detalhe: o hotel se prontifica a criar roteiros de viagens pelo país e a preparar os quartos para ocasiões especiais, como lua de mel ou aniversários de casamento – mas sempre à moda síria, para não perder a identidade...

MENDOZA: Da desolação ao deleite

Que a Patagônia, no centro-sul da Argentina, é um lugar de rara beleza natural, todos sabem. Mas existe uma nova face desse rincão desértico que pouca gente conhece. Na década de 1990, empolgados com as boas safras de uvas que se sucediam na região de Mendoza (bem mais ao norte), um grupo de fanáticos por vinhos decidiu testar terras mais austrais. Assim, eles escolheram o vale de San Patrício Del Chañar, uma porção de fertilidade em meio à desolação que impera nas terras patagônicas. Deu certo. Hoje, três vinícolas se destacam ali, não apenas pela bebida produzida, mas pela oferta de hospedagem e passeios.

Prepare-se, portanto, para degustar malbecs e pinot-noirs enquanto observa a vastidão avermelhada das planícies ou as elevações que antecedem os Andes. Essa será a nova moda entre destinos turísticos nos próximos anos. O mais famoso destes hotéis-vinícolas é o Valle Perdido, que oferece tratamentos à base de vinho em seu spa e 18 quartos confortáveis em meio aos vinhedos. Mas há outras fazendas do tipo, como a NQN e a Bodega de Fin del Mundo, ambas com acomodações, degustações e visitas guiadas por suas parreiras e linhas de produção. Uma viagem para deleitar os olhos e o paladar.

AUSTRÁLIA: Emoção nos trilhos

Para nós, brasileiros, falar em viagem de trem é algo quase surreal. Afinal, o país simplesmente esqueceu suas ferrovias nos anos 60 e elas minguaram pouco a pouco. Pois bem, a Austrália, do outro lado do mundo, foi na direção oposta e, além de apostar nos trens para levar cargas e passageiros, investiu fundo no turismo sobre trilhos. O resultado aparece em diversos passeios glamourosos pelo país. O mais famoso é o Ghan, trem que atravessa o território inteiro. São nada menos que 3 mil km entre Adelaide, no extremo sul, e Darwin, já no Mar do Timor, ao norte. A viagem dura 48 horas e cruza as mais variadas paisagens: das planícies férteis dos estados meridionais às matas tropicais da região setentrional, passando pelos cenários avermelhados dos desertos interiores.

Inaugurado em 2004, o passeio é para quem tem bom gosto: a bordo, só o melhor da gastronomia local, com chefs escolhidos a dedo e vagões-restaurantes que nada ficam a dever para os melhores bistrôs de Sydney ou Melbourne. O cardápio inclui iguarias como steak de canguru com molho à base de cerejas – para quem não tiver pena do simpático bichinho. O preço é um pouco salgado e varia conforme a classe escolhida. Só o trecho de ida custa de US$ 1.800 (cabine “Red”, para uma pessoa) a US$ 4.200 (cabine “Gold Superior”, para casal). Mas poucos reclamam disso em vista dos prazeres e do charme que a jornada garante.

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