Esqueça estereótipos e conheça a real Cidade do México em 36 horas

Esqueça estereótipos e conheça a real Cidade do México em 36 horas

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:25

Pobre Cidade do México. Quando estava começando a atrair de volta os viajantes com novos hotéis bacanas, uma florescente cena de arte contemporânea e níveis de poluição quase suportáveis, a escalada da violência das drogas no México se transformou em notícia de primeira página. Então a capital se tornou um epicentro de gripe suína. De repente, atravessar a fronteira deixou de parecer uma ideia inteligente. Pronto para a verdade? O momento de visitar esta megacidade - cerca de 20 milhões de pessoas moram na área metropolitana - raramente foi melhor. Ávida em atrair de novo as pessoas, os hotéis de luxo estão oferecendo pacotes especiais com descontos de até 65% nas diárias. Mais restaurantes, hotéis e galerias de arte surgiram em bairros chiques como Condesa e Roma. E a Cidade do México provavelmente nunca esteve tão limpa: até mesmo os vendedores ambulantes agora transportam grandes frascos de desinfetantes para as mãos.

Sexta-feira

16h - Assimilação asteca

Uma caminhada pelo Condesa, o bairro elegante por onde Paris Hilton saltitou durante sua visita (não use isso contra ela), acabará rapidamente com o estereótipo da Cidade do México como um lugar desagradável e perigoso. Comece pelo Parque Mexico (cruzamento da Avenida Sonora com Avenida Mexico), onde os moradores locais e seus cães se misturam com descolados a caminho dos bares e cafés de calçada. Um concurso de dança macarena (incluído ironicamente) estava em pleno andamento na concha acústica durante um recente fim de semana. A Atlixco, uma rua paralela próxima, está se transformando em um centro de butiques. A Soho Condesa (Atlixco 100B; 52-55-5553-1730) oferece óculos de sol cheios de estilo em prateleiras revestidas de pele, enquanto a Milagro (Atlixco 38, www.collection-milagro.com) possui bolsas coloridas bordadas por artistas locais.

21h - Restaurantes em série

O rico bairro de Polanco, com suas ruas arborizadas batizadas com nomes de escritores famosos, é o centro da cena gourmet da cidade. Há restaurantes mais novos – Astrid & Gastón (Tennyson 117; 52-55-5282-2666; astridygaston.com), o mais recente do peruano Gastón Acurio, aberto com estardalhaço há cerca de um ano. Mas a clientela jovem e endinheirada ainda segue para um favorito mais velho: o Ivoire (Emilio Castelar 95; 52-55-5280-0477). O cardápio franco-mexicano é cheio de erros e acertos (experimente o risoto de lagosta com açafrão por 250 pesos, ou US$ 20, com o dólar cotado a 12,50 pesos), mas o badalado bar na cobertura, iluminado por velas e repleto de vistas, compensa.

23h - Sem verme, apenas frango

O mezcal, antes desdenhado como a tequila dos pobres no México e historicamente vendida nos Estados Unidos com um verme flutuando no seu interior, apenas para chamar a atenção, foi adotado por aqueles que ditam a moda aqui há alguns anos e a febre continua. La Botica (Campeche 396, Condesa; 52-55-5211-6045; labotica.com.mx) serve mais de 30 variedades, incluindo uma em que peitos de frango são mergulhados durante a destilação. Os moradores locais insistem que o frango suaviza o sabor do álcool e estão certos. Beberique, não dê grandes goles.

Sábado

11h - Injeção de arte

Dois astros do mundo da arte contemporânea - Gabriel Orozco e Miguel Calderón - foram projetados pela peculiar Kurimanzutto Gallery (Rafael Rebollar 94; 52-55-5256-2408; kurimanzutto.com), que se mudou para um depósito de madeiras reformado em San Miguel no ano passado. Galerias mais velhas estão aglomeradas no bairro vizinho de Roma, incluindo a OMR (Plaza Rio de Janeiro 54; 52-55-5207-1080; galeriaomr.com), que cuida de artistas como Rafael Lozano-Hemmer, conhecido por trabalhar com eletrônica e som.

12h30 - Novo garoto no pedaço

Os marchands e colecionadores em visita frequentemente seguem para o Contramar (Durango 200, Roma; 52-55-5514-3169; contramar.com.mx) para o almoço, se banqueteando com as tostadas cobertas com atum e desfrutando do ambiente para ver e ser visto. Outro endereço de almoço, que já apareceu em várias listas dos melhores novos restaurantes, é o Fonda la Veracruzana (Medellín 198, Roma; 52-55-5574-0474). Decorado com toalhas de mesa xadrez brancas e verdes, ele serve pratos peruanos de peixes e frutos do mar impossivelmente frescos a preços de pechincha (44 pesos por uma “pequena” porção de ceviche, que veio em uma taça gigante de sundae). O camarão frito com alho (110 pesos) também estava muito bom.

14h - Mercado bizarro

Você já encarou a alta arte, agora vamos descer. O Bazar del Sábado (Plaza de San Jacinto, San Ángel) é um mercado de pulgas de sábado onde moradores locais e turistas vão para pechinchar por peças de artesanato (cobertores, cestas, bijuterias) e conversar com artistas de rua. Pegue um kitsch e reluzente relicário de Nossa Senhora de Guadalupe (cerca de 155 pesos) e não perca o mercado de flores adjacente, um úmido mas fascinante amontoado de bancas de cimento oferecendo arranjos exagerados, como uma cabeça de leão feita de crisântemos amarelos.

18h - Desfile de barcos

Entre em contato com seu asteca interior com uma visita aos próximos “jardins flutuantes” de Xochimilco (www.xochimilco.df.gob.mx). Esta rede de canais rasos, onde os primeiros colonos praticavam agricultura nas ilhas artificiais, é o que restou de um lago que antes cobria parte do vale onde se encontra a Cidade do México. Os moradores locais chegam nos fins de semana para festas ruidosas nas trajineras, barcos de madeira pintados em cores berrantes que podem levar até 20 pessoas. Alugue seu próprio barco por cerca de 160 pesos por hora. Outros barcos vendem comida (tacos, rodelas de jícama – um tipo de nabo mexicano - no espeto) e cerveja. Deseja participar da festa? Contrate uma banda de mariachis (os preços variam) para navegar com você.

20h - Brilho gastronômico

Volte ao século 21 no Distrito Capital (Juan Salvador Agraz 37; 52-55-5257-1300; hoteldistritocapital.com), um restaurante elegante que abriu no ano passado em um arranha-céu no pomposo distrito de negócios de Santa Fé. O chef Enrique Olvera – a força por trás do Pujol, um dos restaurantes mais finos da cidade – serve um cardápio mais casual aqui de surf (perca do mar marinada com pimenta guajillo e alho em um molho de abacaxi, 195 pesos) e turf (miolo de picanha com guacamole e figos da Índia, 250 pesos). Quando a noite está clara, o hotel oferece vistas espetaculares dos vulcões além da cidade.

Domingo

11h - Passeio gratuito

Após um sábado agitado, relaxe em uma bicicleta: a prefeitura as empresta gratuitamente (com capacete) nos quiosques ao longo do Paseo de la Reforma, apesar de que, se quiser, você pode evitar a fila e alugá-la de um dos vendedores em frente ao Museu Nacional de Antropologia (Paseo de la Reforma com Gandhi; 52-55-5553-6381; mna.inah.gob.mx). A Paseo de la Reforma, inspirada em parte na Champs-Élysées, fica fechada aos carros nos domingos até o início da tarde para receber os ciclistas. É muito agradável percorrer a praça rotatória que marca a Guerra da Independência Mexicana – e não apenas porque ela costuma estar congestionada de carros. Um bom pit stop fica na entrada do Bosque de Chapultepec, o maior parque da cidade, onde ambulantes vendem laranjas recém descascadas, cobertas de condimentos, por poucos pesos.

13h - Cacau estilo mexicano

Faça um agrado a si mesmo com chocolates mexicanos da Princesse Cacao (Fernando Montes de Oca 81, Condesa; 52-55-5211-0276). A nova chocolateria é especializada em doces artesanais de Tabasco e Chiapas, os dois Estados do sul do México onde alguns historiadores dizem que o chocolate foi inventado, ou ao menos aprimorados (cerca de 13 pesos cada). Fabuloso!

O básico

Por motivos de segurança, evite acenar para um táxi quando chegar ao aeroporto. Em vez disso, arranje antecipadamente para ser pego pelo hotel. Se esquecer, tome um táxi autorizado de dentro do aeroporto.

O Four Seasons (Paseo de la Reforma 500; 52-55-5230-1818; fourseasons.com/mexico) é a opção do momento para os viajantes de luxo. Além de seu serviço de carros bem coordenado, o hotel é conhecido por seu pátio central repleto de azaléias e murtas. Diárias especiais de fim de semana custam em torno de 2.125 pesos, ou cerca de US$ 170, com o dólar cotado a 12,50 pesos.

O badalado Condesa DF (Avenida Veracruz, N. 102; 52-55-5241-2600; condesadf.com) abriu há cinco anos e ainda é o ponto zero do cool urbano e celebridades, que procuram seu bar no átrio. Leve tampões de ouvido. Quartos a partir de 2.066 pesos.

Por: Brooks Barnes

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