Itália: Turismo cultural e gastronômico de qualidade

Itália: Turismo cultural e gastronômico de qualidade

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:29

Muito próxima do berço da civilização ocidental, expoente do Renascimento cultural e científico europeu, milênios da cultura mediterrânea passaram pela Itália, com os fenícios, cartagineses e turcos. O papado todo tomou posse lá e grandes artistas tiveram seus nomes eternizados nas principais cidades do país.

Esse amálgama de histórias está escrito em cidadezinhas, metrópoles e regiões vinícolas distantes, é só saber procurar. Cada canto do país, cada comuna e província sabe o que quer dizer Idade Média. E os vinhos e queijos acompanham cada momento de uma viagem, seguidos pelo mais perfeito sabor gelado do mundo: o gellato italiano.

Passear pelos interiores do país, devagar, atravessando campos de oliveiras e vinhedos, passar uns dias na casa de uma família italiana, conhecer a antiga capital do Império Bizantino, cidades tombadas pela UNESCO, como Florença, ou a città slow de Bra, referência mundial no combate às cadeias fast food, é, além de tudo, reencontrar valores esquecidos. E a Itália é tudo isso e muito mais.

Bolonha (região centro-norte)

Ravena: antiga capital do Império Romano do Ocidente e do Império Bizantino, a cidade transpira arte, história e cultura. As basílicas e batistérios lá encontradas contém um belo acervo de mosaicos que datam do século V ao VI, e 8 de suas construções estão na lista do patrimônio mundial tombado da UNESCO. O corpo de Dante Alighieri e vários eventos ligados a ele também são marca registrada em Ravena. As ruas sinuosas revelam o passado da cidade. Vários museus contemplam as grandezas da cidade: o Museu de Arte da Cidade, o Museu Nacional, que inclui achados de escavações romanas e bizantinas da cidade, O Museu Dantesco, com relíquias e histórias ligadas ao poeta, e o Museu da Insurreição, em homenagem às figuras de Mazzini e Garibaldi, que participaram da história recente do país. 

Ferrara: dominada durante muito tempo por uma das cortes mais refinadas e cultas da Europa, essa cidade floresceu com o Renascimento cultural italiano. Suas estradas medievais, hoje, são acompanhadas de muitos edifícios históricos com fachadas de mármore ricas na decoração, igrejas monumentais, jardins e uma ampla área verde. O primeiro plano urbanístico moderno europeu foi realizado nesta cidade. Em 1995, ela foi tombada pela UNESCO como patrimônio da humanidade e exemplo de cidade renascentista que conserva seu centro histórico intacto. De cima dos poderosos muros da cidade medieval, que se estende por 9 Km, são vistas numerosas campanelas surgindo do verde dos jardins. Para entender mais a cultura da região, é imprescindível visitar seus inúmeros museus.

Veneza: gondolas, canais, máscaras de Carnaval... o fascínio de Veneza está em cada canto e cada imagem da cidade. Cidade romântica por excelência, não se vê automóveis em seu interior, apenas um grande labirinto aquático. Seus monumentos renascentistas e principais centros culturais estão à vista a todo momento, o que faz da cidade um grande museu à céu aberto. No centro, em torno da praça principal, estão numerosas construções para visitar: a Basíilica de São Marcos, que domina a paisagem da área com suas 5 cúpulas romano-bizantinas, a Torre del Campanile, que exibe um relógio magnífico, e o Palácio Ducal, um dos mais representativos da cidade. Óperas de vários artistas renomados podem ser prestigiadas como as de Ticiano, Tintoretto e Tiziano.

Piemonte (região nordeste)

Turin: é uma área metropolitana da Itália que se diferencia pela quantidade e excelência de suas áreas verdes, cheias de árvores, um recorde que lhe rendeu o título de capital européia da árvore. Graças a isso, diferentes iniciativas ligadas à esse tema tem tido espaço na cidade. Hoje, a cidade possui uma infra-estrutura turística bem ampla, que acolhe bem os visitantes e a isso se soma um fator fundamental da cultura regional: o saber-viver, em que comer e beber bem fazem parte do dia-a-dia das pessoas. A procura por novos sabores deu origem ao aperitivo, ao Martini e ao chocolate. Amantes da cultura clássica descobrem logo que Turin é a capital da arte livre e barroca, além de abrigar numerosas galerias de arte contemporânea e sempre ter em seu calendário cultural apresentações de ópera.  

Bra: local de nascimento do movimento Slow Food, essa comuna organiza diversos eventos locais de importância internacional, como o Cheese, na área do campo, o Dedalus, no design, e o Corto in Bra, festival cinematográfico. Hoje, é símbolo da produção local e da defesa dos valores provincianos ante a pressa do mundo globalizado. O Slow Food nasceu de alguns jovens moradores com o ideal anti-americanização do estilo de vida e passou até a dar origem ao Città Slow.

Monferrato: dividido em Baixo Monferrato e Alto Monferrato, essa região compreende cidades que tiveram sua fundação com o Império Romano, no início da era cristã. Algumas cidades merecem uma visita, como Asti, Chieri e Casale Monferrato. Asti era um importante centro do Império Romano e conserva os aspectos da cidade antiga, como a planta poligonal e o muro de defesa. Chieri, da mesma forma, foi fundada entre os séculos I e II, e guarda importantes remanescentes das várias idades históricas pelas quais passou. Casale Monferrato era um importante centro produtor de cimento da região. Monferrato também é conhecida pela tradição literária, principalmente na figura de Humberto Eco.

Ville d´Amelia: essa cidade fica quase que inteiramente cercada por um muro poligonal impressionante, que em certos trechos chega a ter uma espessura de 3 metros e uma altura de 8 metros. Todo construído em pedra, contorna a cidade até a Porta Romana, a principal entrada para o seu interior. Estima-se que tenha surgido entre os séculos IVe VI d.C, mas sua idade é incerta.

Apúlia (região sul)

Brindisi: é uma cidade portuária e de lá é possível chegar até a Grécia. Está iocalizada em um península que se estende pelo Mar Adriático. É conhecida por ter servido de base naval para as tropas romanas e também guarda os restos mortais do poeta Virgílio, que teria morrido ao retornar da Grécia. Existem na pequena cidade várias igrejas, museus e arcos romanos para serem vistos.

Otranto: cidade pequenina, de apenas 5.500 habitantes, foi possivelmente fundada por colonos da Ilha de Creta, da Grécia Antiga. Como as demais cidades italianas, passou por muitas guerras e foi ameaçada pelos turcos, na Idade Média, na época das cruzadas. Otranto é famosa hoje por ter preservado seu centro histórico, que tem uma localização perfeita, pois fica próximo do lado sul do porto da cidade. Da época dos gregos e romanos, não resta quase nada. Os principais pontos de visitação são a Igreja de São Francisco de Paula, um memorial ao massacre turco promovido na cidade, em 1480, e a Torre Alfonsina, construída em 1483. Podem ainda ser vistas influências orientais em construções da cidade.

Lecce: impressionantes fachadas de decorações riquíssimas são o ponto forte dessa cidade, que fica na ponta da bota da Itália. O tipo de formação rochosa encontrado na região é arenoso e facilitou o trabalho dos escultores e artistas na confecção dos ornamentos e fachadas da cidade, tanto que o barroco local é famoso mundialmente e tem cara própria. Fora dos itinerários usuais, essa cidade tem um passado parecido com o de suas vizinhas Otranto e Brindisi: primeiro, colonizada por gregos, depois, pelos romanos. Um dos mais importantes monumentos locais são as ruínas romanas de um anfiteatro para 25.000 espectadores, próximo à praça Sant´Oronzo.

Alberobello: é uma das cidades mais cativantes da região de Apúlia, pois é única, não existe paralelo com nenhuma outra no mundo, isso em razão de suas trulli, casinhas feitas em pedra com um telhado cônico, onde são pintados símbolos pagãos e cristãos. A região é repleta de oliveiras e amendoeiras. O terreno é de origem calcária e por isso as construções da cidade tiveram um desenvolvimento mais fácil em casas como as de trulli. Os locais levam uma vida simples, vendem artesanatos, principalmente os que representam suas próprias casas, tapetes, toalhas, almofadas, bolsas e bordados.

Bari: capital da Apúlia, é uma cidade medieval de vias estreitas, da Catedral de San Sabino, da Basílica San Nicola, dos muros antigos do século XVI e, traduzindo San Nicolas para uma linguagem mais acessível, terra do Papai Noel. Os restos mortais do velhinho são encontrados em sua basílica.  

Egnazia: pouco explorada pela historiografia, mencionada pélo poeta Horácio, em 38 a.C., durante sua viagem de Roma a Brindisi, essa cidade guarda um sítio arqueológico que data de 12.000 a 13.000 anos antes da era cristã, portanto da Idade do Bronze. O principal achado da área é um muro de 2 Km de extensão, que teria sido construído no século V a.C. Dentro dos muros, foram encontrados tumbas e uma necrópolis, de Messapia, hoje cidade de Salento. A área é um verdadeiro mistério a ser desvendado com um guia especialista nas mais recentes descobertas.

Sicília (parte insular)

Palermo: é a capital da Sicília e a sua maior cidade, situada em sua extensa península, aos pés do Monte Pellegrino. Foi colônia fenícia, cartaginesa e romana. Durante o período de dominação árabe, abrigou cerca de 300 mosteiros, e tornou-se um emirado. Hoje, a cidade é vibrante, e guarda tesouros como construções de influências árabes e vikings, uma beleza de raridade ímpar. As principais atrações da cidade são: o Palazzo dei Normanni, as Catacumbas e o Quattro Canti, um belo exemplo de arquitetura barroca.

Catania: uma das mais importantes cidades da Sicília é um ponto de abalos sísmicos e erupções vulcânicas do Etna. A cidade possui dois anfiteatros romanos remasnescentes da antiga ocupação do império. A maior parte das ruas e dos majestosos palácios foram construídos no século XVIII. As construções catanienses foram erigidas com rochas magmáticas do Etna e dão um aspecto sombrio à cidade.

Ragusa Ibla: uma das mais fascinantes cidades da Sicília, vizinha de Catania, tem a maior parte de seu patrimônio histórico preservado, principalmente a partir de 1693, o ano em que o terremoto que atingiu a região obrigou a população a reconstruir a maior parte de suas construções. A reconstrução foi dividida entre os cidadãos: a parte superior ficou com os aristocratas e a baixa, onde ruiu a cidade original, com o resto da população. E é esta área que impressiona mais os visitantes, onde 18 de suas construções são tombadas pela UNESCO.

Marsala: fundada originalmente com uma colônia cartaginesa, no ano 379. Seu nome atual deriva de "Marsa el Allah", ou Porto de Deus, como os árabes sarracenos assim a chamavam. A região sempre foi conhecida pelas suas uvas, mas o negócio do vinho só teve seu início com um empreendedor inglês, em 1796. O vinho para culinária mais famoso do mundo vem dessa região.

Toscana (região centro-oeste)

Florença: localizada às margens do Rio Arno, é uma das mais populares cidades italianas, visitada por turistas do mundo todo, é um museu à céu aberto. A cidade abriga quase 50% de todos os tesouros artísticos da Itália e permanece ainda como uma referência renascentista no mundo atual. Florença é sobretudo a Florença dos artistas da Renascença: ostenta uma praça lindíssima, a Piazza del Duomo, que demorou 150 anos para ser construída, símbolo da cidade que pode ser vista de vários pontos durante um passeio por seu centro histórico, onde estão obras de Donatello. No Palácio Vecchio e Uffizi, encontram-se obras de Rembrandt, Caravaggio e Botticelli. O estupendo Davi, de Michelangelo, fica na Galeria dell´Academia. Além das construções, só lá é encontrado um sabor: o sorvete da Florença, considerado o melhor do mundo.

Cortona: é uma pequena, porém fascinante cidade da Toscana. Cortona e a região da Toscana foram difundidas por Frances Mayes, uma autora que vendeu muitos livros. Um deles virou até filme: "Sob o sol da Toscana". Cortona fica em uma colina e parece um organismo só: suas casas avermelhadas se unem para formar uma só paisagem. Estima-se que seus muros ciclópicos, em grande parte preservados, teem 3.000 anos de idade.

Montepulciano: conhecida por seus vino nobiles - o mais antigo documento referente ao vinho montepulciano data do ano 789 - é uma cidade construída em uma colina, 605 metros acima do nível do mar. A cidade é contornada por muros e fortificações, desenhados por Antônio da Sangallo, em 1511. As construções renascentistas que sobreviveram ao tempo são alguns palácios e igrejas.

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