Mergulhe numa cultura estrangeira com trabalho voluntário

Quem pretende fazer um intercâmbio no exterior busca, principalmente, conhecer uma nova cultura e aprender ou aprimorar um idioma. Há quem vá atrás dessa experiência de vida cuidando de crianças como au pair, fazendo um curso intensivo de línguas de dia e trabalhando à noite ou cursando o Ensino Médio fora do país. Uma outra modalidade, o trabalho voluntário no exterior, já é bastante tradicional entre norte-americanos e europeus - e agora começa a ser explorada pelas agências de intercâmbio em atividade no Brasil. É uma boa oportunidade para quem quer mergulhar de cabeça em novas culturas, aprender um idioma no dia-a-dia e voltar com a bagagem repleta de auto-realização e crescimento pessoal.

Equador, Peru, África e Índia são alguns dos destinos desse tipo de intercâmbio. Trabalho com crianças carentes, apoio a projetos na área de saúde, educação e preservação da fauna são os principais focos das atividades. Na África do Sul, fazem sucesso os programas para ajudar no cuidado de animais como leões, elefantes e macacos para reintegrá-los ao seu habitat. No Equador, a divulgação e preservação da cultura indígena e apoio às comunidades locais é um dos fortes dos projetos sociais. Mas há também programas que levam brasileiros para realizar trabalho voluntário em países da Europa e Oceania - sim, apesar de serem desenvolvidos, existe bastante demanda em áreas como saúde, agricultura e meio ambiente.

O trabalho voluntário é transformador, amplia horizontes e ainda conta pontos no currículo profissional. Foi por esse último motivo que a agência CI inaugurou, em 2006, seu programa de intercâmbio com voluntariado, na África do Sul. "As empresas que contratavam brasileiros para estágio no exterior começaram a questionar os pleiteantes às vagas sobre ter ou não experiência com trabalho voluntário", afirma Gisele Mainardi, gerente de produto da CI. Segundo ela, essa modalidade foi uma das poucas que cresceu em 2009 na agência em relação ao ano anterior.

A história do intercâmbio com voluntariado nasceu de forma diferente na Abic - Associação Brasileira de Intercâmbio Cultural. A associação representa, no Brasil, a rede ICYE - International Cultural Youth Exchange, que desde 1949 promove esse tipo de experiência entre países. A Abic foi criada em 1987 exatamente para enviar brasileiros ao exterior como voluntários em projetos sociais. A cada semestre, uma média de 15 a 20 brasileiros segue para países como Reino Unido, Dinamarca, Alemanha e Suíça, os mais procurados. Mas há opções nos 34 países em que há representação da ICYE.

O perfil de quem procura esse tipo de experiência é formado, geralmente, por jovens entre 20 e 30 anos, que já realizaram ou pretendem realizar alguma atividade voluntária no Brasil e que querem fugir do padrão dos programas de intercâmbio mais tradicionais. Trabalhar como voluntário em outro país pode ser considerado o intercâmbio cultural em sua essência, 24 horas por dia. Bruno Dewes, coordenador do programa da Abic, garante: "o índice de aprendizado da outra língua é muito grande, mesmo sem fazer um curso de idiomas."

Quem leva:

CI - www.ci.com.br

Programas na África (África do Sul e Namíbia), Índia e PeruA partir de US$ 200 a semana. Mínimo de duas semanas de intercâmbio.Inclui treinamento, acomodação e refeições.

EF - www.ef.com.br

Programa em Quito, no EquadorCurso de verão, de duas semanas, sai por US$ 780. Quem faz trabalho voluntário depois do curso desembolsa mais US$ 150 por semana.Inclui despesas com o curso, hospedagem e alimentação.

Abic - www.abic.org.br

Programa em 34 países, principalmente europeusO custo médio para seis meses de intercâmbio é de R$11 mil e, para 12 meses, R$15 mil. Inclui workshop de preparação, acomodação, plano de refeições, seguro saúde e ajuda de custo mensal.

Experimento - www.experimento.org.br

Programa em 18 países, inclusive Albânia, China, Marrocos, Nepal e Turquia. Média de US$ 1,5 mil, com treinamento e acomodação inclusos (o pacote varia conforme o país de destino).

Por: Aline Moraes