No inverno ou no verão, Aspen é espetáculo para os olhos dos turistas

No inverno ou no verão, Aspen é espetáculo para os olhos dos turistas

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:29

Localizado no Estado do Colorado, Centro-Oeste dos EUA (Estados Unidos da América), Aspen é um dos mais visitados destinos de inverno do mundo e sinônimo de status e poder entre os norte-americanos. A cidade de 9,5 quilômetros quadrados tem pouco mais do que a metade da área da principal ilha de Fernando de Noronha, em Pernambuco, no Nordeste brasileiro. Seria apenas um ponto no mapa não fosse a fama de suas montanhas, hotéis, lojas e restaurantes de luxo. Além da prática esportiva na neve, Aspen oferece opções de balonismo, ciclismo, camping, escaladas e alta gastronomia.

Com apenas 6.000 habitantes permanentes, a cidade chega a abrigar 27.000 moradores na alta temporada de inverno - de dezembro a março. Durante o período, trabalhadores temporários de diversas nacionalidades e proprietários de imóveis no local misturam-se aos cerca de 250 mil turistas e esportistas que lotam resorts, condomínios e hotéis - dados da prefeitura em dezembro de 2008. Muitos vão para praticar esqui e snowboarding nas quatro principais montanhas da região - Snowmass, Buttermilk, Highlands e Aspen Mountain -, mas há também quem visite a cidade para experimentar os novos pratos dos restaurantes, para comprar artigos de grife ou para desfrutar de finais de semana românticos em chalés cobertos de neve.

Atualmente, Austrália, Brasil e Reino Unido lideram o ranking de visitantes estrangeiros em Aspen. Turistas deixam na cidade em média US$ 346 por dia. Diárias de resorts e hotéis chegam a custar US$ 3000, mas há também boas opções por cerca de US$ 120 por dia. Mochileiros não são comuns na cidade, mas grupos de jovens esportistas costumam se apinhar em condomínios pequenos à beira das montanhas. O transporte público é eficiente e cobre distâncias de até 30 km gratuitamente.

Embaixadores do luxo

Logo na chegada, no Aspen/Pitkin County Airport, senhores bem educados de meia-idade se apresentam como "embaixadores" da cidade e se oferecem para chamar táxis, encontrar acomodação e para dar informações gratuitamente. Eles são contratados pelas estações de esqui e têm a missão de dar tratamento "VIP" a todos. Não é à toa que cerca de 80% dos visitantes de Aspen nos últimos três anos voltaram à cidade, segundo informações da diretora de marketing de Aspen/Snowmass, Maureen Poschman.

Os fãs da cidade vão desde crianças e adolescentes a casais em lua-de-mel, executivos no ápice da carreira e aposentados. A cidade tem atrativos para todos os gostos e idades.

Na programação de inverno, encontram-se desde shows de rock gratuitos nas bases das montanhas a temporadas de ópera e concertos de música erudita no teatro. Para crianças que não querem esquiar, há opções de patinação e passeios de trenó. Nos arredores da cidade, hot springs (piscinas com águas termais) atraem famílias e casais.

No verão, camping, balonismo, paragliding, ciclismo e trilhas pelas montanhas são opções que atraem outros 250 mil visitantes, segundo a prefeitura.

Aspen/Snowmass tem cerca de 17 mil camas, cem restaurantes, 80 galerias de arte e 200 lojas. Anualmente, as montanhas da região recebem aproximadamente 500 mil turistas. Os moradores da cidade são cordiais e costumam ser prestativos com seus visitantes.

Noites animadas

A vida noturna de Aspen pode ser pacata ou animada. Quem manda é o freguês. Não chega a ter o agito de Nova York, mas está longe do marasmo das pequenas cidades norte-americanas. Com turistas de tantas nacionalidades diferentes, os restaurantes e bares lotam e acabam se rendendo aos costumes estrangeiros - servem jantares após as 21h e bebidas alcoólicas até as 2h. Uma noite típica em Aspen inclui jantar por volta das 19h, show até as 23h e drinques nos bares até as 2h. Tudo depende da energia e do bolso do turista.

Os bares oferecem cardápios com tequilas, mojitos, capirinhas e drinques típicos de vários países. As cartas de vinhos oferecem produtos da França, Itália, Austrália, Nova Zelândia e, especialmente, das vinícolas da Califórnia. Nas mesas dos restaurantes, não falta caviar, trufas e foie gras.

Com tanto requinte, não se pode estranhar os preços. Há poucos restaurantes baratos, que vendem pizzas, saladas, grelhados, fritas, sanduíches e sopas. Nesses locais, uma refeição custa cerca de US$ 20 por pessoa. Mais barato do que isso, só mesmo os sanduíches das lojas de conveniência ou das redes do tipo McDonald's. Nas casas mais sofisticadas de Aspen, com direito a chef de cozinha aclamado pela mídia, um jantar com entrada, prato principal, sobremesa e uma taça de vinho não sai por menos de US$ 100 por pessoa.

Os preços de estacionamento, teleféricos e aulas de esqui tão pouco são baixos. Quem passa mais de cinco dias deve comprar pacotes que incluem aluguel de equipamentos, aulas e ingressos com desconto. É difícil visitar Aspen com um orçamento de menos de US$ 250 diários, por pessoa.

Clima alpino

O clima de Aspen é típico de montanha, frio, ensolarado e com baixa umidade. No verão, a média é de 16 graus centígrados, mas pode chegar até 32 graus à tarde e cair para 10 graus à noite. No inverno, a média é de seis graus positivos, mas há dias em que chega a seis negativos, no centro da cidade. No topo das montanhas, a temperatura é ainda mais baixa. Quem visita Aspen não pode esquecer de levar casaco de nylon com capuz na bagagem. Além de proteger contra o vento e o frio, evita que os fios de cabelo congelem durante as tempestades de neve. Óculos de sol, luvas, cachecol e blusas de lã também não podem faltar. É importante beber muita água e usar filtro solar e hidratante labial todos os dias.

Aspen foi reduto indígena por cerca de 800 anos, até que a riqueza mineral da região atraiu os primeiros mineradores e fazendeiros, em 1879. Era então conhecida como Roaring Fork Valley e somente ganhou o nome Aspen um ano depois.

A chegada dos brancos ao local provocou conflito. Inicialmente, a comunidade indígena Ute aceitou a exploração da terra que habitava em troca de roupas e alimentos. Os problemas começaram quando fazendeiros tentaram fazê-los trabalhar nas terras. O conflito durou pouco, graças à intervenção do governo dos EUA. Costurou-se na década de 80 um acordo que transferiu os índios para uma reserva no Estado de Utah em troca de US$ 1.000 ao ano.

O comércio próspero e a extração da prata levaram à expansão da cidade a partir da base da montanha. Em 1891, Aspen era a maior produtora do metal nos EUA. Com o declínio da prata no final do século, a cidade passou a ser alvo de investidores que viram nas montanhas da região potencial para a construção de um grande resort de esqui. Em 1945, após a Segunda Guerra Mundial, Friedl Fjeifer e Walter Paepcke decidiram fundar a Aspen Skiing Corporation, que começou a funcionar no ano seguinte. Na década de 50, a estação de esqui já era internacionalmente conhecida.

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