As regiões Nordeste e Sudeste concentram 70% dos empregos em turismo no Brasil, segundo dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) referentes a 2008. O estudo A crise mundial e seus reflexos sobre a crise no Brasil foi divulgado pelo presidente do Ipea, , durante um seminário que reuniu cerca de 50 diretores, gerentes e assessores da Embratur em Sobradinho (DF), nesta quinta-feira. O Nordeste concentra 26,4% do total de empregos em turismo, enquanto o Sudeste tem 44,9%.
As duas regiões apresentaram uma ligeira queda de participação nessa indústria em relação a 2002, quando tinham 27% e 46,6%, respectivamente. Se comparados apenas os índices de emprego informal, no entanto, o Nordeste aproxima-se do Sudeste, com 32,3% do total, contra 39,% da região mais populosa do País.
Pochmann ressaltou a importância da indústria do turismo no Brasil, hoje responsável por 2,5% do PIB (Produto Interno Bruto). "Isso representa 70% do que hoje é a indústria automotiva no País, que corresponde a pouco mais de 4% do PIB", lembrou o presidente do Ipea. Ele destacou, porém, um aspecto preocupante para o turismo nacional: o aumento das despesas em ritmo maior que o crescimento da receita, diante da crise internacional.
Quando convertida para dólares, a receita da indústria do turismo em 2008 no Brasil atingiu US$ 5,78 bilhões. As despesas, por sua vez, passaram de US$ 8,21 bilhões em 2007 para US$ 10,96 bilhões em 2008. "É um quadro péssimo para a balança do nosso turismo, sinal claro de perda de competitividade. Isso tem a ver com fatores como taxa de câmbio, um dos canais de transmissão da crise, mas só o cambio não explica isso", disse Pochmann.
Apesar desse quadro preocupante, o presidente do Ipea lembrou que o Brasil vive, na verdade, uma "recessão industrial", pois os setores de agropecuária e serviços apresentam bom desempenho mesmo diante da crise. Entre outubro de 2008 e março de 2009, o PIB da agropecuária no País cresceu 0,6%. O de serviços saltou 4,2%.
Segundo Pochmann, alguns fatores explicam os efeitos da crise internacional no Brasil: o problema financeiro (25% do crédito vem de bancos estrangeiros, muito afetados pela turbulência econômica); o comércio internacional que caiu muito; e as decisões das grandes transnacionais de concentrar recursos em suas matrizes neste momento.
A indústria mundial do turismo, que vinha crescendo cerca de 6% ao ano, registrou queda de 2% no segundo semestre de previsão da Organização Mundial do Turismo, com base nos dados de janeiro e fevereiro deste ano, é de uma contração de até 8% em 2009. O crescimento de apenas 1,8% nas viagens internacionais entre 2007 e 2008 - em comparação com os 6,7% entre 2006 e 2007 , reflete a situação de crise.
Postado por: Felipe Pinheiro
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