Parrachos de Maracajaú. O "Caribe" é aqui

Parrachos de Maracajaú. O "Caribe" é aqui

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:24

O mar azul que bate manso nas areias brancas e nos coqueiros da beira-mar de Maracajaú que abriga um dos mais belos ecossistemas marinhos da costa do Nordeste. Essa verdadeira jóia natural é chamada de Parrachos de Maracajaú, uma cadeia de recifes de corais que se estende por 10 quilômetros de mar, a sete quilômetros de distância da costa. Lar de centenas de espécies de peixes, crustáceos e moluscos, esse santuário submarino pode ser visitado pelo ser humano sem que a natureza seja prejudicada.

Quinze minutos de lancha ou 40 minutos de catamarã são suficientes para que o turista viaje entre dois paraísos, da linda beira-mar até os recifes. Já na reserva de preservação marinha, pode-se optar entre fazer um mergulho meramente recreativo, usando snorkel e equipamento básico, ou conhecer a fauna e a flora marinhas mais profundamente, no mergulho autônomo.

A maré seca forma piscinas naturais de águas azul-claras com profundidade entre um e quatro metros. Neste cenário, o mergulhador pode participar, por alguns momentos, do jogo da vida das espécies marinhas, que fazem um "esconde-esconde" nas cavernas e locas habitadas por alguns bichos e visitadas por outras que procuram os corais em busca de alimento.

As embarcações saem da praia no início da maré baixa e voltam com a maré subindo. Os mergulhos são sempre realizados quando a profundidade está entre um e dois metros, faixa que permite a melhor visibilidade possível da fauna marinha.

O passeio dura cerca de duas horas. Durante a permanência, os turistas também podem tomar drinques e comer tira-gostos oferecidos em quatro "flutuantes", embarcações de apoio que ficam atracadas permanentemente em alto mar. Nos trajetos de ida e volta, as embarcações passam por outro ponto turístico de Maracajaú, que é o farol Tereza Pança, construído em 1939 e que leva o nome de um navio que naufragou na região.

Os Parrachos podem ser visitados por apenas 981 turistas por dia, para que o mergulho não represente danos ao ecossistema. Os passeios são controlados pelo Ibama e pelo Idema, o órgão ambiental potiguar, que mantém fiscais na região. Para se ter uma idéia do sucesso da atração, basta dizer que os mergulhos atraíram nada menos que 113 mil turistas ao longo de janeiro e fevereiro de 2008, segundo informações da Secretaria de Turismo de Maxaranguape, município que abrange a praia de Maracajaú.

Depois do mar, as dunas e o Ma-Noa Park

Após curtir o passeio nos recifes, ainda dá para conhecer outros pontos interessantes do destino, entre eles as Dunas de Maracajaú. A cadeia reúne dunas móveis e fixas e alguns trechos com areias coloridas. O passeio pode ser feito de carro com tração nas quatro rodas, buggy, a cavalo, quadriciclo ou a pé. Vale lembrar que o local é ótimo para praticar sandboard.

Outro programa para quem vai a Maracajaú é o parque aquático Ma-noa. Com 52 mil metros quadrados de área, recebe o visitante com uma estrutura que inclui quatro toboáguas e seis piscinas, além de campo de futebol, bar flutuante, restaurante e outros atrativos. O Ma-noa fica a dois quilômetros do centro da Vila de Maracajaú e funciona todos os dias, das 10h às 16h.

Maracajaú também tem bons restaurantes. A gastronomia local baseia-se, obviamente, nos frutos do mar, com predominância de camarões, peixes e lagostas, mas sem esquecer dos pratos regionais e suas marcas registradas, entre elas a carne de sol, a paçoca e o feijão verde. A estrutura hoteleira de Maracajaú também dispõe de uma rede de hospedagem com pousadas confortáveis, ideais para aqueles que quiserem esticar a permanência, ao invés de fazerem o tradicional passeio de um dia: Hotel Enseada Maracajaú, Pousada Porpino, Pousada Ponta dos Anéis, Barulho do Mar, Pousada do Forte, Pousada Mergulho, Concha do Mar e Pousada Caçuá.

As outras praias de Maxaranguape

Maracajaú fica no município de Maxaranguape, a cerca de 50 quilômetros de Natal. Se na língua tupi "Maracajaú" significava tão somente "a bebida dos índios maracajás", "Maxaranguape" parece ter mais significados. Pesquisadores apontam que a palavra, entre outros sentidos, faz referência a "terra do Fogo", "vale da cascavel", "lugar de gente valente" e "vale sem fim".

Esse vale sem fim foi mesmo abençoado quando o assunto é praia. Além de Maracajaú, o município de 10 mil habitantes também reserva aos visitantes as belezas litorâneas de Cabo de São Roque, Caraúbas e Barra de Maxaranguape.

A praia de Cabo de São Roque, além de bela, chama a atenção por outros dois motivos: é o ponto das Américas mais próximo da África e une litoral e sertão em um só lugar. O encontro da vegetação típica da caatinga com as dunas e a flora da beira-mar dá ainda mais charme a uma praia que conserva um certo ar inexplorado.

Essa "cara" de praia semi-deserta também dá um toque especial à praia de Caraúbas, um charmoso trecho brindado por falésias e arrecifes que ainda não foi totalmente descoberto nem mesmo pelos próprios norte-rio-grandenses.

A praia mais urbana do município é Barra de Maxaranguape, concorrido destino de veraneio do Litoral Norte. O melhor momento de curtir o local é a maré baixa, já que na alta as ondas chegam bem perto das casas da beira-mar. A praia tem um centro de turismo com venda de artesanato e quiosques padronizados que servem petiscos, refeições e bebidas.

É na praia de "Barra", como os nativos e veranistas a chamam, que está a Árvore do Amor, um acidente natural que virou fonte de inspiração para os casais românticos. Na verdade são duas árvores, duas gameleiras que se abraçam. A lenda de que o local dá sorte e amor eterno aos apaixonados faz sucesso entre os turistas que visitam a região e fazem questão de conhecer a inusitada árvore.

Lagoas e sítios arqueológicos

Maxaranguape também tem vários outros pontos interessantes fora da beira-mar. A Lagoa Grande e a Lagoa do Baião são ideais para banho e esportes náuticos. As duas lagoas têm acesso por trilha, que pode ser feita a pé, a cavalo ou mesmo de quadriciclo.

O território do município também guarda nove sítios arqueológicos, com registros da ocupação centenas e milhares de anos atrás. O sítio Bahia Gorda, por exemplo, fica no intervalo entre duas dunas fixas e tem uma grande quantidade de resto de cerâmica. O sítio Maceió, por sua vez, também tem muitos sinais de ocupação humana.

A história do município

A história conhecida de Maxaranguape remonta ao ano de 1666, quando a localidade recebeu a Santa Cruz, o seu marco de fundação. O marco foi posto na posse do governador da sesmaria, João Fernandes Vieira, representado pelo padre Leonardo Tavares de Melo, vigário de Natal.

No início do século 19 o povoamento já era bem visível. Pescadores e veranistas (sim, eles já existiam naquela época, e eram senhores de engenho da região) construíam suas casas ao redor da Capela de Nossa Senhora da Conceição.

Dois fatores importantes para o crescimento do povoado foram a boa qualidade das terras e a pesca farta. Na grande seca que atingiu o Rio Grande do Norte de 1877 a 1879, muitos sertanejos fugiram para o litoral e o vale fértil às margens do Rio Maxaranguape foi um dos destinos preferenciais. Maxaranguape virou um município autônomo em 17 de dezembro de 1958, quando deixou de ser um povoado da cidade de Touros.

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