Segundo a Secretaria de Estado dos Transportes, a pista deverá ser encurtada em 500 metros no bairro Quintino e ampliada em outros 500 metros em direção à avenida Thomaz Alberto Whately.
Com o deslocamento, a pista do aeroporto permanecerá com 2.100 metros --atualmente 1.800 metros são utilizados para o tráfego.
De acordo com Lênio Severino Garcia, um dos integrantes do movimento, a mudança exigiria aviões "com marcha ré" para usar o percurso modificado --aeronaves não possuem esse recurso.
"O avião vem pela cabeceira e usa a pista até o final. Vai ter retorno? Não. Como é que o avião vai taxiar? Tem que ter um avião com marcha ré."
Ele diz que o grupo pretende informar a população de Ribeirão que a ampliação não passa de "encenação".
MEDIDA PALIATIVA
O professor de engenharia aeronáutica da USP São Carlos James Waterhouse diz que a ampliação da pista é uma medida paliativa para prolongar o uso do aeroporto. "É o puxadinho, do puxadinho, do puxadinho."
Apesar de ser relativamente novo, diz Waterhouse, o terminal já nasceu inadequado para a demanda que precisa atender. Dessa maneira, seria dispensável ampliar uma pista que não deve atender o volume de voos para os próximos anos.
"Será que não vale mais a pena fazer uma parceria público privada e fazer um bom aeroporto doméstico do que investir numa obra cara?", questionou o professor.
O movimento reúne diversas entidades da cidade --entre ONGs e associações de moradores-- que defendem a construção de um novo aeroporto em Ribeirão.
As críticas são mais um capítulo da "novela" que envolve a ampliação do Leite Lopes ou a construção de um novo aeroporto na cidade. A região necessita de um aeroporto maior. Empresários, por exemplo, se interessam na questão para para escoar sua produção.
OUTRO LADO
Uma das maiores defensoras da "bandeira" Leite Lopes, a Prefeitura de Ribeirão Preto informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não vai comentar os questionamentos do Movimento Pró Novo Aeroporto.
Quando fez o anúncio do projeto, na quarta-feira, a prefeita Dárcy Vera (PSD) o considerou um passo positivo. Ela disse ter ouvido de um funcionário do jurídico da Secretaria de Estado dos Transportes que o acordo com a Promotoria não seria desfeito. Mas, que, com a mudança, Ribeirão poderia receber aviões maiores como os que transportam carga.
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