Praia da Baleia, em SP: paraíso valorizado com a ajuda de 'xerifes'

Praia da Baleia, em SP: paraíso valorizado com a ajuda de 'xerifes'

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 3:28

Eduardo Nunes atua como uma espécie de xerifão da Praia da Baleia, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo. Coordenador operacional da Sociedade Amigos da Praia da Baleia (Sabaleia), que congrega 450 das cerca de 500 casas de veraneio da região (que ficam dentro de 33 condomínios), ele lidera uma equipe de 40 funcionários que vigiam, limpam e garantem a preservação da área.

"Não queremos que aqui se torne muvucado, sujo e cheio de obras irregulares como muitas de nossas vizinhas", diz Nunes, referindo-se às badaladas Maresias, Camburi e Juqueí, que na temporada sempre ficam abarrotadas e agitadas por bares e casas noturnas. "E, se dependêssemos só da fiscalização do poder público, não conseguiríamos manter esse paraíso."

A Sabalei emprega seis salva-vidas e oito vigias que cuidam dos banhistas. Essa equipe também garante que regras estabelecidas para a praia sejam seguidas. Não é permitido, por exemplo, jogar futebol antes das 17 horas ou passear com cachorros. Duas motos e duas guaritas de vigilância garantem a segurança das ruas.

Pela manhã e no fim da tarde, um trator limpa a areia - no verão, todos os dias são recolhidas 3 toneladas de lixo. "Temos até um paraglider que sobrevoa a região atrás de irregularidades", conta Nunes. O vigia aéreo fotografa os problemas detectados, como invasões de áreas preservadas. "E, quando vemos algo ilegal, avisamos os órgãos competentes de fiscalização." Neste ano, já foram demolidas cinco obras irregulares nas redondezas, que foram flagradas pelo paraglider.

Sossego no Paraíso

Esses cuidados garantem o clima paradisíaco e de sossego, que atrai tanto quem quer ter uma casa na praia quanto turistas eventuais. "A procura aumentou muito nos últimos anos", conta o empresário Alex Kühne, dono da corretora Casa da Praia, que comercializa imóveis para a classe A no litoral paulista. "Os compradores ficam admirados com a tranquilidade da praia, que nem tem comércio. Como consequência dessa demanda, os imóveis em Baleia são os que mais valorizaram em São Sebastião."

Nos últimos cinco anos, o metro quadrado de um terreno passou de R$ 1 mil para mais de R$ 3 mil. "Gente que comprou uma área de 200 metros quadrados por R$ 18 mil há menos de dez anos hoje vende a casa que construiu por quase R$ 2 milhões", relata a corretora Aline Cruz, representante da Casa da Praia em Baleia. "Há até residências que estão sendo vendidas por mais de R$ 10 milhões."

"Por causa do aumento da procura, há no máximo dez terrenos vagos para construirem mais lotes", acrescenta Nunes, da Sabaleia. "Para o veranista, isso é ótimo, já que ele sabe que Baleia provavelmente não mudará nas próximas décadas e continuará este paraíso." E a calmaria na praia permanece mesmo na temporada. Como só funcionam duas pousadas, não existem prédios e praticamente não há comércio na área (só algumas bancas de jornal e poucas barraquinhas na areia), o lugar raramente fica lotado.

Pelo clima de sossego, na praia predominam famílias e casais. "Escolhi passar minhas férias aqui justamente por esse ambiente propício para relaxar", conta o empresário português Nuno Boleca, que mora na capital e foi para o litoral com a mulher, a paulistana Cristiane Soares, a filha de 3 meses e o sobrinho de 15 anos. "Não tem axé na rua, barulho e hidroginástica na piscina do hotel", diz ele, que está hospedado na pousada Azul Maria. "Aqui é agradável, no meio da mata, e lindo", afirma a administradora de empresas Isabel Assumpção, que alugou uma casa com o marido e três casais de amigos por R$ 19 mil pelos dez dias que passará lá. "Ideal para quem quer distância da muvuca."

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