Saiba mais sobre o Guarujá (SP)

Saiba mais sobre o Guarujá (SP)

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:30

Guarujá é um município do estado de São Paulo, na Região Metropolitana da Baixada Santista, microrregião de Santos, localizado na latitude Sul 23º 59' 18" e longitude W (oeste) 46º 14' 32" a uma altitude de 4,27m. A população estimada em 2006 era de 305.171 habitantes e a área é de 142,7 km², o que resulta numa densidade demográfica de 1969,47 hab/km². É a terceira maior ilha do litoral do estado de São Paulo.

Atualmente, o Guarujá é conhecido como a "Pérola do Atlântico" devido as suas belas praias e belezas naturais. Muito procurada pelos turistas na alta temporada, a cidade conta com praias urbanizadas e alguma selvagens, acessíveis apenas por trilhas. Além do litoral, Guarujá oferece construções históricas e trilhas de ecoturismo. Outra atração local é a pesca artesanal, que pode ser vista e praticada em diversas praias do município.

História & Cultura

A Ilha de Santo Amaro surge em sua atual forma no final da Era Glacial, entre 20 e 10 mil anos, quando o Canal de Bertioga e o estuário de Santos são abertos com a contínua elevação do nível do Oceano Atlântico e criam a atual ilha, a separando do continente. 

Os primeiros habitantes são os homens dos sambaquis, grupo humano semi-nômade que habitou o litoral sul/sudeste brasileiro apó o final da Era Glacial. Este povo viva da coleta de moluscos, conchas, mexilhões e demais alimentos marinhos, bem alguns alimentos vegetais e caça de pequenos animais e peixes. Não conheciam a agricultura e seu único registro conhecido são os montes de restos de conchas espalhados pelo litoral, chamados de sambaquis. Em Guarujá, foram localizados sambaquís na praia do Mar Casado e Pernambuco.

Após a era dos Sambaquís, a ilha passa a ser visitada por grupos Tupi, que deram o primeiro nome a ilha: Guaibê (lugar de carangejos) e também Guaru-ya (passagem estreita). Os tupis não habitaram a ilha, permanecendo no entorno da Serra do Mar e no Planalto Paulistano, mas utilizavam a ilha para a colheita de sal e pesca.

Em 22 de Janeiro 1502 o primeiro europeu pisa na ilha. André Gonçalves e Américo Vespúcio aportam na praia de Santa Cruz dos Navegantes, depois seguindo viagem a ilha de São Vicente.

A ilha, pantanosa e acidentada, não atrai a atenção dos colonizadores portugueses, que preferem-se centrar esforços na vizinha ilha de São Vicente, esta mais ampla e salubre e contando com um acesso privilegiado ao Planalto Paulistano, através de trilhas indígenas. Apesar do desinteresse, alguns colonos portugueses acabam se instalando na costa ocidental de Santo Amaro, sobrevivendo de agricultura de subsistência, pesca e reparos de navegações utilizadas no estuário de Santos.

Em 1534, quando da primeira divisão territorial brasileira, toda a região entre a ilha de Santo Amaro e a barra do rio Juqueririê (futuros municípios de Guarujá, Bertioga e parte de São Sebastião) é concedida a Pero Lopes de Sousa sob o nome de Capitania de Santo Amaro. A capitania, sem recursos naturais de importância e sem ligações com o Planalto, não se desenvolve. As únicas ações visando a ocupar o território são a construção dos Fortes de São João e São Filipe, destinados a proteção do porto do Santos, uma beneficiadora de óleo de baleia no extremo norte da ilha, na desembocadura do Canal de Beritoga e a ação de alguns grupos de jesuítas para a cataquese de índios.

Durante toda a fase Colonial e Imperial a ilha não atrai atenção, sendo povoada apenas por colonos pontuais e por pequenos sítios destinados a esconder escravos contrabandeados da África.

No final do século XIX, com o surgimento do turismo, o desenvolvimento da economia paulista e a existência de um acesso ferroviário rápido e fácil entre o litoral e o Planalto Paulistano provocam um novo interesse pela ilha de Santo Amaro. Em 1890 um dos posseiros de áreas na ilha, Valêncio Augusto Teixeira Leomil, possuidor de extensa área localizada entre a praia do Perequê e o Canal de Bertioga solicita a Câmara de Santos direitos de uso sobre largas áreas da ilha e concessão por uma ligação ferrea a ser construida entre o estuário de Santos e sua propriedade. Dois anos depois, em 1892, Valêncio Leomil vende seus direitos aos empresários paulistanos Elias Chaves e Elias Pacheco, que fundam a Companhia Balneária da Ilha de Santo Amaro.

A Companha tem como fim a criação de uma vila balneária na praia de Pitangueiras e a exploração do turismo na ilha. Para a vila, são encomendados 46 casas de madeira nos Estados Unidos e um hotel de luxo, contando inclusive com um cassino. Além da vila, a Companhia constroi uma linha ferrea ligando o estuário de Santos a praia de Pitangeiras, o batizando de Tramway do Guarujá, bem como o primeiro serviço estável de navegação entre Santos e Guarujá.

O hotel cassino, batizado de La Plage, é inaugurado em 1893 e torna-se reduto da classe alta paulistana durante o verão. O sucesso do hotel e a reputação do Guarujá como destino de verão da classe alta paulistana levam a um contínuo desenvolvimento da vila durante a primeira metade do século XX. Em 1923 a vila é transformada em Distrito de Paz, e em 30 de junho de 1926 o distrito torna-se Prefeitura Sanítária, separando-se de Santos. Em 1931, a Prefeitura Sanítária é extinta, com a reintegração da ilha ao território de Santos e Guarujá volta a ter autonomia apenas em 30 de junho de 1934, no antigo status de Prefeitura Sanitária. Em 1947 as Prefeituras Santiárias são extintas e Guarujá torna-se município de pleno direito.

O fim dos jogos de azar no governo Dutra e a construção da Via Anchieta, ligando a Baixada Santista a São Paulo modificam a ocupação da ilha. A antiga vila balneária se adensa com a chegada de maiores quantidades de turistas e novos moradores. Edificios começam a surgir na orla de Pitangueiras e Astúrias e praias até então desertas, como Enseada, Pernambuco e a própria Perequê começam a ser visitadas. Paralelamente, migrantes nordestinos migram para a ilha a procura de emprego, se fixando na região do velho forte de Itapema, dando origem ao distrito de Vicente de Carvalho.

Entre as décadas de 1970 e 1980 Guarujá cresce descontroladamente. Toda a orla da cidade entre a praia do Tombo e Pernambuco é ocupada por diversos loteamentos e edificios, sem a necessária contra-parte de infra-estrutura. O Milagre Econômico dos anos 70, a construção da Rodovia Piaçaguera - Guarujá, ligando a ilha diretamente a Via Anchieta e em menor grau as novas rodovias Rio - Santos e Mogi - Bertioga (possibilitando o acesso ao Vale do Paraiba e Litoral Norte) provocam a explosão do turismo e da migração para a ilha. A qualidade ambiental vai caindo, com a poluição das águas, a ocupação de áreas sensíveis como morros e mangues e o número cada vez maior de turistas, moradores e migrantes sobrecarregam o Guarujá.

A situação se torna crítica no final da década de 80 e início de 90, quando milhões de turistas visitam a ilha todos os verões, provocando o colapso da infra-estrutura do Guarujá, com cortes de eletricidade, falta de água e poluição das praias. Extensas áreas do município são ocupadas por favelas, habitadas pelos migrantes em buscas de novas oportunidades e a criminalidade toma corpo. O cenário caótico leva a uma profunda crise no turismo e na econômia do Guarujá, que perde turistas e investimentos para o Litoral Norte e até mesmo para outras cidades da Baixada Santista.

A segunda metade da década de 1990 vê uma recuperação progressiva do balneário, com investimentos em saneamento, habitação, infra-estrutura e até mesmo efeitos beneficos da divisão do total de turistas com outras regiões, causando menor sobrecarregamento na cidade. Paulatinamente a cidade começa a receber novos investimentos e começa a desenvolver o turismo de negócios e a prestação de serviços, visando a expandir sua base econômica e se tornar menos dependente do turismo sazonal.

Como Chegar

Saindo de São Paulo, basta pegar o sistema Anchieta - Imigrantes, descer a serra e pegar a saída para a rodovia PIAÇAGUERA - GUARUJÁ ( Rodovia Cônego Domênico Rangoni), a partir de um entroncamento da Via Anchieta no Município de Cubatão. Vindo de Mogi das Cruzes, basta descer a serra pela rodovia MOGI-BERTIOGA, pegar a rodovia RIO-SANTOS, em sentido a Santos até a PIAÇAGUERA.Para quem vem de ônibus, o Terminal Rodoviário do Jabaquara em São Paulo possui uma linha direta para a rodoviária do Guarujá. Pode-se pegar também um ônibus que vai para a Ponta da Praia em Santos, pois de lá, basta fazer a travessia para o Guarujá através das barcas existentes desembarcando dentro de um terminal de ônibus.

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