Saiba o que levar ou não na mala de viagem

Saiba o que levar ou não levar

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:16

“Já fez as malas?” Não dá para não rir quando ainda faltam 24 horas para uma viagem e um amigo – e mais frequentemente uma amiga – me pergunta isso. Fazer a mala? Nem sei onde deixei a mala depois da última viagem.

A verdade é que não penso muito no que vou levar. Botar roupa, escova de dente, a máquina, um livro. Quem quer levar três dias para decidir qual camisa combina com qual calça ou saia e dobrar tudo perfeitamente, tudo bem. Fazer a mala é um ato pessoal.

Por isso nunca gostei da maioria das matérias que fala desse assunto. Quais malas são as mais legais, por exemplo. Puro marketing. Minha mala preferida é tão velha que tem fita adesiva em várias partes. Nunca pensei em comprar uma amarela com faixas roxas para distingui-la das outras na esteira de bagagem, a minha é toda preta (mas a fita adesiva ajuda, admito). Não tem nenhum jeito especial para dobrar a roupa. Nem me interessa os que dizem que só precisa levar uma pequena mochila com duas camisetas, um par de tênis e óculos de sol. Eu nunca poderia ser essa pessoa.

Ainda assim, acho que tem algumas coisas que todo mundo deve levar consigo, e outras coisas que é melhor deixar em casa. Assim que vou me arriscar com algumas dicas “universais” – para homens e mulheres, para as pessoas que despacham duas malas grandes e as que levam tudo a bordo do avião, e até para vocês malucos que começam a fazer as malas uma semana antes da viagem.
(E se esqueci alguma coisa, ou você não concorda com minhas dicas, deixe um comentário.)

Levar: Uma mini-despensa pessoal. Ou seja, uma garrafinha de pimenta ou de adoçante ou de azeite de oliva ou saquinhos do seu chá favorito. Ou qualquer coisa pequena que você sempre usa mas que pode faltar nos restaurantes de outro país ou de outra região. Aprendi essa lição quando peguei um barco de Manaus para Porto Velho, e a comida a bordo era tão monótona que quase perdi a fome. Mas outro passageiro tinha levado uma garrafa de pimenta malagueta caseira e me deixou usar. Um milagre! Os brasileiros que usam adoçante ficam surpresos que nos Estados Unidos, por exemplo, não há adoçante líquido, só em pó. Por que não? Sei lá. Cultura inferior, talvez. (Na minha casa em Nova York há sempre ZeroCal para os que me visitam do Brasil, mas nem todos são tão preparados quanto eu.)

Deixar: A oitava cueca ou calcinha. Ou pelo menos a décima. Conheço pessoas que viajam 15 dias e levam 20 cuecas. Será que acham que não há água para lavar em outros países? Pode lavar você mesmo se não encontrar uma máquina ou se o hotel não oferecer o serviço de lavanderia. Ou no pior dos casos, participe de uma ótima experiência intercultural – compre cuecas ou calcinhas no país que está visitando. Às vezes o estilo ou corte ou cores são tão diferentes que isso rende uma ótima história para contar.

Levar: Cinco minutos. Ou seja, cinco minutos para parar e pensar antes de correr para o aeroporto sobre o que você esqueceu, sobretudo os cabos e carregadores de todas suas maquininhas modernas que já estão na mala. O carregador do celular é óbvio, mas muitas pessoas esquecem. O carregador das baterias da máquina? Uma vez esqueci, junto com a bateria extra, porque deixei carregando na noite antes da viagem quando fiz a mala e me esqueci de pegar na saída para o aeroporto. Perdi um dia inteiro – de só quatro dias na Espanha – procurando outro carregador. Os fones de ouvido para o celular se você for alugar um carro. E falando de alugar carros, alguns CDs com suas músicas favoritas, porque seu iPod chique não vai adiantar em nada com os sistemas de som dos carros de aluguel, e os programas de rádio local podem ser chatos. Na Alemanha, por exemplo, há uma grande possibilidade de os programas serem em alemão.

Deixar: O notebook. Eu levo sempre, porque as viagens são meu trabalho. Você não deve levar nunca, porque viagem para você nunca deve ser trabalho. Ah, você fica em estado de pânico se não checar seu email? Faça isso no smartphone com o wifi do hotel, ou entre num cybercafé uma vez por dia. Ou melhor, uma vez por semana. Ou melhor, nunca. Outra vantagem de não levar o notebook: não pode ser roubado nem perdido nem cair num lago habitado por hipopótamos-assassinos

Levar: Presentinhos para crianças. E não só para as crianças de países pobres.  Vocês são do país quase mais chique do mundo no momento, assim que qualquer coisa com as cores ou a bandeira do Brasil é perfeita, tipo canetas ou esses Tic-Tac nacionalistas em verde-amarelo.  Doces que não existem em outros lugares funcionam bem (Paçoquinha, Sonho de Valsa, brigadeiros). Ah, e adesivos. Qual criança não adora de adesivos? Em caso de emergência bote na testa deles (ou na sua), sempre rende um sorriso.

Deixar: Grandes quantidades de artigos de higiene pessoal. Tipo um garrafão de Listerine ou um tubão de pasta de dentes. Pegue esses tamanhos pequenos feitos para viagens. Tem medo de algo acabar? Peraí, você conhece algum lugar onde não se venda pasta de dentes? Talvez Antártica. Se for para Antártica, pode levar todo o Colgate que você que quiser.

Levar: Algum jogo social para fazer amigos. O mais básico seria um baralho de cartas, mas pode ser uma pequena bola de futebol também. Eu tenho um amigo norte-americano que às vezes viaja comigo e sempre leva uma mini-bola de futebol americano. É um sucesso total em rodoviárias à espera do ônibus, por exemplo.

Deixar: Jogos eletrônicos, óbvio. E se precisar para acalmar os filhos no avião ou carro, esconda logo depois de chegar.

Levar: Fotocópias dos guias. Comprou seu Lonely Planet ou seu Publifolha ou Quatro Rodas? Bom, agora deixe em casa. Leve só cópias. Primeiro, se for um guia da Europa inteira e você só vai para três países, pesa menos. Mas ainda melhor, você pode jogar fora as páginas depois de visitar um lugar e assim sua bagagem fica mais leve.

Deixar: Cópias dos seus documentos importantes. Sério. É, todo o mundo fala que tem que levar cópias do seu passaporte e cartões de crédito e deixar tudo isso separado dos originais. Nossa, que sistema antiquado! E se roubarem todas as malas? A solução é uma mala virtual. Escaneie seus documentos ou tire uma boa foto de cada um, bote tudo em um email e mande para você mesmo. Assim fica no seu correio eletrônico e se você perder alguma coisa é só entrar na internet e pegar.

Levar: Fotos da sua família. Não para casos de saudades urgentes, embora isso funcione também. É para mostrar para pessoas que você conhece no caminho, sobretudo de outras culturas ou que não falam sua língua. Família é algo universal, que todos nós temos em comum. Pode ser fotos no celular? Pode. Mas melhor como marcador de páginas do seu livro. Quer conversar com a pessoa ao seu lado no trem? Deixar cair a foto “sem querer” para que o cara veja e pergunte quem é. Melhor ainda se for do seu cachorro.

Levar: Remédios. Os que não viajaram para fora do Brasil podem levar uma surpresa nos Estados Unidos, Europa e outras partes do mundo onde alguns remédios fáceis de conseguir aqui na farmácia precisam de receita. Só para dar um exemplo: a pílula anticoncepcional.

Levar: Um bloco pequeno que caiba no seu bolso. Para escrever seus pensamentos, claro. Mas também para escrever os emails das pessoas que você conhece, ou fazer listas de coisas que não quer esquecer. Um amigo que foi para Morro de São Paulo ficou maravilhado com os nomes criativos das pessoas que carregam as malas do porto. (Os nomes, segundo meu amigo, são escritos das camisetas deles.) Escreveu num bloco, e por isso conseguiu me mandar a lista vários anos depois. Inclui: Florisvaldo, Marinaldo, Renildo, Wanderson, Elielson, e mais. Que lembrança bacana.

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