São Francisco, nos Estados Unidos, aposta na sustentabilidade e turismo investe na onda verde

São Francisco, nos Estados Unidos, aposta na sustentabilidade e turismo investe na onda verde

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:09

O cenário de casas vitorianas e ladeiras. Os bondinhos que dão ao lugar um jeito retrô. O antigo presídio de Alcatraz, que atiça a imaginação pela "seleção" de criminosos que por lá passaram. Os muitos museus e parques. A proximidade que faz dela ponto de partida rumo a vinícolas, praias e universidades famosas. O comércio sofisticado e o charme de um povo hospitaleiro. Razões não faltam para visitar São Francisco, mas à sua lista adicione mais uma: berço da geração beat, do movimento hippie e centro da luta pelos direitos dos homossexuais, a cidade está sempre à frente quando se trata de transformações.

Mais uma está em progresso. Sustentabilidade é palavra-chave para a população e o governo de Frisco. E a onda verde se faz sentir no turismo. Restaurantes, bares e cafés que privilegiam ingredientes frescos, orgânicos e regionais se multiplicam; lojas vendem produtos ecologicamente corretos; hotéis de luxo investem em alternativas para causar menos danos ao ambiente; visitantes são incentivados a fazer roteiros a pé ou de bicicleta. Tudo isso, em lugar de ecochatices, tem tornado São Francisco ainda mais atraente e moderna.

Sim, São Francisco ainda tem a confusão e os quarteirões de muitas lojinhas de Chinatown, o engarrafamento de turistas no Fisherman's Wharf e outras atrações que sempre divertiram as mais de 15 milhões de pessoas que a cada ano visitam a cidade por diversão ou negócios. Mas quem quiser um caminho diferente pode pegar sua garrafinha de água reutilizável, sua sacolinha de compras de pano e seguir os passos de beatniks, hippies, ativistas gays e verdes.

Antes de começar o passeio, é legal ter na cabeça alguns fatos que fazem a cidade ser sustentável. Mais da metade dos habitantes usa transporte público; reciclagem e compostagem de resíduos são obrigatórios por lei; existem 125 mil vagas de empregos "verdes", uma das maiores taxas dos Estados Unidos; São Francisco ganhou o título de cidade que menos desperdiça no país, pois seus habitantes têm o hábito de desligar as luzes quando saem de um cômodo, reciclar e andar a pé; 77% do lixo é reciclado e a meta é 100% até 2020; boa parte da frota de táxis é de carros híbridos ou que usam combustível alternativo.

Em qualquer roteiro verde, uma das atrações obrigatórias é a Academia de Ciências da Califórnia, reinaugurada em 2008. O lugar é único por reunir numa mesma área um planetário, um aquário e um museu de história natural. Não é à toa que a academia é uma das atrações turísticas mais procuradas de São Francisco, com 1,6 milhão de visitantes por ano. Um dos pontos altos da visita é o show que os guias e os pesquisadores fazem para alimentar os pinguins. Dezenas de crianças (e adultos também) se apertam para verem os bichos comendo e para ouvir as explicações sobre a vida dos animais.

Outro personagem simpático que merece ser visitado é o crocodilo albino Claude, de 15 anos. Muito sucesso também faz o ambiente que reproduz as florestas tropicais, embora para nós, brasileiros, o calor acabe dando saudades (ou não) de casa. O planetário vale a parada de meia hora, com filmes que são verdadeiras superproduções. Assistimos a um sobre que mostra a história do Sol e o ciclo de vida das estrelas, com imagens impressionantes e narração de Whoopi Goldberg.

Em qualquer roteiro verde, uma das atrações obrigatórias é a Academia de Ciências da Califórnia, reinaugurada em 2008. O lugar é único por reunir numa mesma área um planetário, um aquário e um museu de história natural. Não é à toa que a academia é uma das atrações turísticas mais procuradas de São Francisco, com 1,6 milhão de visitantes por ano. Um dos pontos altos da visita é o show que os guias e os pesquisadores fazem para alimentar os pinguins. Dezenas de crianças (e adultos também) se apertam para verem os bichos comendo e para ouvir as explicações sobre a vida dos animais.

Outro personagem simpático que merece ser visitado é o crocodilo albino Claude, de 15 anos. Muito sucesso também faz o ambiente que reproduz as florestas tropicais, embora para nós, brasileiros, o calor acabe dando saudades (ou não) de casa. O planetário vale a parada de meia hora, com filmes que são verdadeiras superproduções. Assistimos a um sobre que mostra a história do Sol e o ciclo de vida das estrelas, com imagens impressionantes e narração de Whoopi Goldberg.

Sábado, 11h, uma multidão com ecobags a tiracolo circula por dentro e por fora do imponente Ferry Building, um marco na arquitetura de São Francisco, inaugurado em 1898. É dia de Farmers Market, das 8h às 14h, e o programa não é (só) para turistas. Moradores da cidade batem ponto por lá para comprar ingredientes frescos locais e orgânicos para o almoço/jantar daquele dia, ou para experimentar as delícias das muitas barraquinhas que se espalham à beira da baía.

Para o visitante de fora - que, provavelmente, não tem planos de encarar um fogão nas próximas horas - a pedida é conferir os cardápios, fazer suas escolhas e se sentar num dos banquinhos, de prato na mão, para aproveitar a paisagem. Como em toda feira, é possível pegar várias provas: frutas superfrescas, tomates doces, queijos, pães... As opções são muitas. Alguns restaurantes (sim, todos têm como lema as palavras mais ouvidas por aqui: sustentável, fresco, local e orgânico) servem seus pratos no mercado, mas é bom se preparar para as filas. O mexicano Primavera é um dos mais procurados e a espera por sua vez de ser atendido pode levar mais de meia hora. Outro apinhado é o 4505 Meats, que serve cachorro-quente e brownies de manteiga de amendoim. Por mais fast food que pareça, as carnes vêm de fazendas onde os animais são bem alimentados e tudo é feito artesanalmente.

Sábado, 11h, uma multidão com ecobags a tiracolo circula por dentro e por fora do imponente Ferry Building, um marco na arquitetura de São Francisco, inaugurado em 1898. É dia de Farmers Market, das 8h às 14h, e o programa não é (só) para turistas. Moradores da cidade batem ponto por lá para comprar ingredientes frescos locais e orgânicos para o almoço/jantar daquele dia, ou para experimentar as delícias das muitas barraquinhas que se espalham à beira da baía.

Para o visitante de fora - que, provavelmente, não tem planos de encarar um fogão nas próximas horas - a pedida é conferir os cardápios, fazer suas escolhas e se sentar num dos banquinhos, de prato na mão, para aproveitar a paisagem. Como em toda feira, é possível pegar várias provas: frutas superfrescas, tomates doces, queijos, pães... As opções são muitas. Alguns restaurantes (sim, todos têm como lema as palavras mais ouvidas por aqui: sustentável, fresco, local e orgânico) servem seus pratos no mercado, mas é bom se preparar para as filas. O mexicano Primavera é um dos mais procurados e a espera por sua vez de ser atendido pode levar mais de meia hora. Outro apinhado é o 4505 Meats, que serve cachorro-quente e brownies de manteiga de amendoim. Por mais fast food que pareça, as carnes vêm de fazendas onde os animais são bem alimentados e tudo é feito artesanalmente.

Para quem está mais no espírito natureba, bem gostosos são os pratos e sucos do Alive Restaurante, especializado em comida crua. Dá para ver muitas fotos do mercado e conhecer todos os expositores no site do Center for Urban Education about Sustainable Agriculture ( www.cuesa.com ), além de saber mais sobre agricultura sustentável. Frequentador assíduo do lugar, Nathan Beriau, um dos chefs do hotel Ritz-Carlton, conta que a população local valoriza os ingredientes da região porque são usados na estação certa.

- É muito bom ser um chef em São Francisco porque comida é o pulso da cidade, os moradores são bem informados, sabem qual a estação certa para consumir determinado produto. Isso é importante para eles - conta, oferecendo queijo e maçã rosa, que acabara de trazer do Farmers Market. - Para respeitar as estações, nós mudamos o cardápio o tempo todo. Tentamos não usar tomates em janeiro, por exemplo. E toda carne que usamos nos restaurantes do hotel de São Francisco é natural, de animais criados sem hormônios e antibióticos. É um grande desafio, mas vale a pena.

O mesmo esforço é feito pelos restaurantes que ficam dentro do Ferry Building - as casas que funcionam no prédio não fazem parte do Farmers Market e estão abertas por toda a semana. A construção belíssima, que antes da inauguração da Golden Gate e da Bay Bridge, em meados dos anos 1930, era a principal porta de entrada da cidade, foi recuperada na metade da década de 1990, após ficar anos escondida por uma autoestrada, que, abalada por um terremoto, foi derrubada, abrindo caminho para a reforma de uma das importantes atrações de São Francisco hoje. Lá, tudo também celebra a comida de boa qualidade. O visitante pode passar duas horas passeando pelas lojas que vendem pão, queijo, utensílios de cozinha, antiguidades, cerâmicas, cogumelos, chocolates e doces.

Um dos restaurantes mais procurados é vietnamita Slanted Door, de um dos chefs mais elogiados da cidade, Charles Phan, o mesmo do café da Academia de Ciências. Quem quiser algo mais despretensioso pode optar pelo quiosque da casa ou ainda comprar pão na Acme Bread Company e queijo artesanal na Cowgirl Creamery.

Terminado o passeio pelos mercados, caminhar por Embarcadero para fazer o "quilo" é imperdível, especialmente nos fins de semana. Assim como a orla do Rio (acrescente o vento que raramente dá trégua), muita gente passa por lá para se exercitar: correr, andar de bicicleta, caminhar... No caminho, além de muitas fotos da baía e da Bay Bridge, mais comida. Um ponto que vale a parada é o The Plant, um café orgânico, no Píer 3, bem no espírito de um roteiro verde de Frisco.

Um turista ecologicamente responsável pode até pensar em passar longe de Chinatown e suas lojas abarrotadas de quinquilharias. Bobagem. Comprar lembrancinhas baratas não é pecado, e o bairro chinês de São Francisco ainda tem incríveis casas de chá. Pequenina e modesta se comparada a outras, a Blest Tea ( www.blesttea.com ) vende chá e simpatia.

Gina, orgulha-se de mostrar os chás de ervas e flores e ainda "receita" algum, dependendo do seu estado de espírito. Jet lag? Experimente o jade negro. Precisando relaxar? Prove o kenda ou magnólia verde ou jasmim branco. E por aí vai... Com o chá escolhido em mãos, numa embalagem para a viagem, o passeio por Chinatown fica mais gostoso.

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