São Lourenço atrai por águas medicinais e clima de interior

São Lourenço atrai por águas medicinais e clima de interior

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:30

A estância turística de São Lourenço vem tentando modernizar seus serviços para atrair novos turistas para suas águas medicinais e seu clima de interior, reavivando a cidade considerada o polo do circuito das águas do Sul de Minas Gerais, que também inclui Baependi, Cambuquira, Campanha, Carmo de Minas, Caxambu, Conceição do Rio Verde, Heliodora, Lambari, Soledade de Minas e Três Corações.

Muito procurada para o tratamento de doenças crônicas no começo do século XX, a cidade agora investe também em cultura e bem-estar. A principal atração é o Parque das Águas, que tem 490 mil m² e opções de lazer, saúde e espetáculos. Administrado pela Nestlé Waters, que adquiriu a fábrica de água São Lourenço e o parque em 1992, o cartão-postal da estância conta com um balneário, um lago de 90 mil m², circuito de minigolfe, passeio de charrete, playground infantil e oito fontes de água naturalmente gasosa para consumo gratuito. Apesar de "competir" com o circuito das águas paulista, que inclui cidades com forte potencial turístico como Águas de Lindóia e Serra Negra, a região de São Lourenço atrai mais o público carioca, por causa da distância (270 km) e do clima da Serra da Mantiqueira. A mais de 940 m de altitude, a temperatura média anual da cidade é de 19ºC.

São Lourenço tem 42 mil habitantes, e 60% do seu território de 58 km² é formado por montanhas. Em dezembro e janeiro, a cidade recebe poucos eventos, por causa das chuvas. Já o período de março a junho é mais seco e com sol, ideal para os eventos de balonismo e ciclismo, como o X-Terra, cuja etapa regional foi realizada em São Lourenço este ano.

Balneário

O centro hidroterápico do Parque, inaugurado em 1935 e frequentado por Getúlio Vargas e Juscelino Kubitscheck, foi reformulado em 2008 e oferece para o público, além dos banhos aromáticos tradicionais, massagens e tratamentos de pele modernos.

Os banhos termais que fizeram a fama do balneário incluem a sauna quente (R$ 15) e a ducha escocesa (R$ 12,50), à base de água sulfurosa, indicada para tratar da flacidez e fadiga muscular. Para quem quer relaxar por mais tempo, por cerca de meia hora, há banhos aromáticos (R$ 23), de espuma (R$ 21) e até imersão em ofurô de cedro rosa (R$ 40).

As aplicadoras são especializadas nas massagens com pedras quentes (R$ 79) e com bambu (R$ 70), indicadas para ativar o sistema circulatório e eliminar toxinas do corpo. Há também shiatsu (R$ 65), massagem indiana (R$ 70), feita com óleos adequados às necessidades do cliente, e massomusicoterapia (R$ 65), acompanhada de trilha sonora.

Os novos serviços estéticos do balneário incluem limpeza de pele (R$ 70), drenagem linfática (R$ 65), rejuvenescimento com Isoflavona (R$ 75) e a tradicional fangoterapia (R$ 105 de corpo inteiro, R$ 47 só rosto e R$ 87 só o corpo), à base de lama. Cada um desses tratamentos leva 1 hora. As massagens e banhos, de 20 min a 40 min.

O centro fica em uma casa de estilo colonial, logo à direita da portaria do Parque. Fica aberto todos os dias, exceto às segundas-feiras, das 10h às 12h e das 14h às 21h30. Os tratamentos devem ser agendados.

Parque das Águas

As atividades incluem aulas de lian gong, tai chi chuan e ginástica aeróbica, além da prática de esportes (minigolfe, bocha, tanques de pesca, entre outros) e eventos culturais. Neste ano, acontece em toda a e cidade e principalmente nas dependências do Parque a segunda edição do Festival de Inverno de São Lourenço, patrocinado pela Nestlé Waters.

O parque fica aberto das 9h às 17h, todos os dias. A entrada custa R$ 5 para turistas - os habitantes pagam meia entrada. Aqueles que gostam de correr ou fazer caminhada podem acessar o parque das 7h às 8h, exclusivamente para esse fim, pagando ingresso de R$ 1.

O principal atrativo são as oito fontes de água mineral com propriedades terapêuticas diferentes. A mais conhecida delas, a Fonte Oriente, é a que fornece água para a marca de água São Lourenço, envasada desde 1890.

Essas águas já saem com gás diretamente da fonte, por causa da mistura de sais e minerais das rochas que ficam no subsolo da cidade. Por conterem muita quantidade de substâncias, não é recomendável tomar grandes quantidades de todas elas no mesmo dia, sob o risco de cólicas e dores abdominais. O tratamento com essas águas geralmente leva mais de duas semanas, e antigamente os médicos recomendavam cada uma delas para tratar de algumas enfermidades.

A água de Vichy, por exemplo, que é alcalina, é bastante indicada para problemas gástricos, renais e de vesícula biliar. O sabor amargo característico só é encontrado no mundo na cidade mineira e na França, na cidade de Vichy, na região de Auvergne. Outra fonte de água alcalina, com outras propriedades, é boa para úlceras, hipercloridria, uricenia e eliminação de cálculos renais.

O Parque também possui duas fontes de água sulfurosa, cuja ingestão é ideal para ajudar no tratamento de diabetes, colites, alergia de pele, sinusite e problemas respiratórios. De uma delas, é possível inalar somente o gás através de um tubo, garantindo alívio para problemas respiratórios.

Outra peculiaridade é a água carbogasosa, que contém lítio, substância muito utilizada na medicina para o tratamento de depressão e estresse.

As outras fontes são as duas ferruginosas (para anorexia e anemia) e a magnesiana (para distúrbios hepáticos). Essa última só não é indicada para aqueles que sofrem de úlcera péptica.

Maria Fumaça "Trem das Águas"  

A estação ferroviária de São Lourenço foi construída em 1935, com madeiramento indiano e estilo inglês, para facilitar o transporte de café no sul do Estado, principal atividade comercial da região.

Hoje, a estrutura da estação é usada para um trajeto de trem, que sai de São Lourenço e vai até Soledade de Minas, também no circuito das águas mineiro. O serviço funciona aos sábados, com partidas às 10h e 14h30, domingos, às 10h, e feriados (horários a confirmar).

O viajante pode adquirir a passagem da classe turística (R$ 60) ou especial (R$ 80), que tem poltronas mais confortáveis e vista privilegiada para a 1 hora e meia de viagem.

Hospedagem

São Lourenço só perde para Belo Horizonte em número de leitos, no Estado de Minas Gerais - são cerca de 6 mil, sendo 14 mil na capital. De acordo com o diretor do Serviço Autônomo de Turismo (Servtur), Sidney Cabizuca, a cidade tem atualmente cerca de 52 hotéis e pousadas regularizadas, sem contar os apart hotéis e residências que também recebem turistas.

A dica para quem quer ficar perto do Parque das Águas e, ao mesmo tempo, do comércio, é se hospedar no Hotel Guanabara, na rua Getúlio Vargas, a meio caminho entre o Parque e as lojas de produtos artesanais e serviços básicos. O tradicional hotel possui parque aquático próprio com sete piscinas, além de espaço para convenções.

Outras boas opções são o Hotel Central Parque, à beira do chamado "calçadão", que leva ao Parque, e o Hotel Metrópole, na rua Wenceslau Bráz.

Gastronomia

Os pratos típicos de Minas Gerais são os mais requisitados - geralmente lombo, linguiça ou leitão à pururuca, servidos com tutu de feijão, feijão tropeiro, linguiça e couve mineira. Uma opção mais leve é a truta com molho de laranja ou alcaparras, encontrada em quase todos os restaurantes.

Algumas das boas opções para comer são o Restaurante do Parque, que fica dentro do Parque das Águas e serve comida mineira e um bolinho de bacalhau caseiro, a Cantina do Samir (pizzas e massas), o Agostini (carnes de corte e pizzas) e o Calçadão, que serve o filet mignon à São Lourenço (acompanhado de molho madeira, champignon, ervilhas e purê de batatas).

Como chegar

São Lourenço fica a 315 km de São Paulo, e o turista pode chegar lá pela rodovia Carvalho Pinto, até o final, entrando na Presidente Dutra até o km 34, sentido Rio de Janeiro. A partir daí, o acesso a cidade é feito pela serra que leva às cidades de Cruzeiro e Passa Quatro, através da rodovia 158, cheia de curvas perigosas. É preciso ficar atento e evitar viajar durante a noite. Nesse trajeto, a viagem dura cerca de 5 horas.

Partindo do Rio de Janeiro, o trajeto indicado é seguir também pela Dutra até Engenheiro Passos, e, após Resende, acessar a cidade pelo sentido Itamonte e Pouso Alto. De carro, a viagem dura cerca de 4 horas.

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