Seca castiga ilhas do Pacífico Sul por conta de fenômeno natural

Seca castiga ilhas do Pacífico Sul por conta de fenômeno natural

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:24

Rodeadas pela maior massa de água do planeta, várias ilhas do Oceano Pacífico se encontram em estado de emergência diante da seca provocada pelo fenômeno La Niña, que ameaça consumir suas reservas de água potável em poucos dias.

Há quase meio ano não chove no Estado insular de Tuvalu que, da mesma maneira que outras ilhas como Tokelau, para repor suas fontes naturais depende de precipitações que, segundo os meteorologistas, não acontecerão até o final do ano.

A população de Funafuti, capital de Tuvalu, se acostumou a sobreviver com 40 litros diários de água potável por família, contrastando com os 500 consumidos pelas famílias dos Estados Unidos, segundo dados da ONG internacional Greenpeace.

A seca atual, a mais grave registrada em 70 anos, chegou em um ponto no qual as escolas fecharam seus banheiros e alguns ministros do Governo tomam banho em uma lagoa, de acordo com o jornal neozelandês "New Zealand Herald".

Com uma temperatura acima dos 30 graus, "a população faz o máximo possível para economizar água", explica o secretário-geral da Cruz Vermelha em Tuvalu, Tataua Pese, que nesta semana desaconselhou a população a beber água dos poços. "Não é segura para o consumo. Alguns animais morreram recentemente e acreditamos que é por culpa desta água subterrânea", declarou Pese na "Radio Australia".

O responsável local da Cruz Vermelha disse que resta água potável para "uns poucos dias" no país de 11 mil habitantes submetidos a um racionamento diário de dois baldes por família. Tokelau, onde vivem 1,5 mil pessoas, decretou estado de emergência e possui reserva de água para menos de uma semana, informou nesta quinta-feira o ministro das Relações Exteriores neozelandês, Murray McCully, em comunicado.

Samoa também começou o racionamento depois que o nível de suas reservas caiu 25%. Diante da crise, o serviço de Defesa da Nova Zelândia enviou na segunda-feira a Tuvalu um avião Hércules com tanques de água, equipamentos de destilação e agentes da Cruz Vermelha neozelandesa em resposta ao apelo do Governo, que no fim de semana alertou que restava água para apenas dois dias.

Nesta quinta-feira, outro avião neozelandês com provisões se dirigiu para a região de Pago Pago, na Samoa americana, onde se encontrará com um navio da guarda costeira dos Estados Unidos equipado com um dessalinizador, que irá gerar 130 mil litros de água potável.

A Austrália enviou a Tuvalu mil envelopes de reidratação oral e uma equipe de funcionários que avaliem as necessidades do país membro na Comunidade Britânica de Nações (Commonwealth). Eles analisarão a reparação das usinas de dessalinização do país.

Esta região do Pacífico sofre os efeitos do fenômeno cíclico La Niña, agravado pelo paulatino aumento do nível do mar que salinizou as reservas de água subterrânea desses arquipélagos formados por atóis.

Tuvalu, situada entre Austrália e Havaí (Estados Unidos), é uma das nações independentes menos populosas do planeta e, com seus 26 quilômetros quadrados, o quarto menor país do mundo. O arquipélago, habitado por polinésios, foi descoberto em 1568 pelo navegador espanhol Álvaro de Mendaña em sua primeira travessia em busca da Terra Australis, que depois passou a ser colônia britânica, até sua independência em 1978.

Tokelau é o último território dependente da Nova Zelândia, depois que a população, cerca de 1,2 mil pessoas, decidiu manter o status de livre associação e rejeitou a independência plena em 2007.

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