Seca na Amazônia quase inviabiliza o turismo na região

Seca na Amazônia quase inviabiliza o turismo na região

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:25

Caminhando por uma trilha aberta em meio a floresta, sou surpreendido por uma informação do guia de selva Luiz Epifanio, apontando para a copa de uma árvore situada, aproximadamente, a uns 13 metros de altura acima das nossas cabeças: “Na época da cheia pescamos piranhas lá em cima”, diz ele, com extrema naturalidade.

Levo algum tempo para assimilar a informação enquanto observo o ambiente ao redor, marcado por um extenso e largo caminho, uma espécie de autoestrada verde, cercada por árvores, na amplidão amazônica. Não é fácil visualizar todo aquele vasto ambiente coberto por água. A minha frente, o rio Panemão, completamente vazio, amarga a maior seca de que se tem notícia na história pluviométrica da Amazônia.

O ecossistema mais rico do planeta está acostumado com uma incrível variação no volume de seus rios entre as estações cheia e seca. Dez, onze, e até doze metros de desnível estão dentro da normalidade e não assustam os moradores da região.

Mas a seca de 2010 foi um metro, ou um metro e meio, além desse padrão. Habitantes locais com cerca de 40 ou 50 anos de idade afirmam que nunca viram nada igual e apenas lembram de ter ouvido histórias de seus pais ou avós referindo-se a períodos de

escassez de água. Na Amazônia, os rios cumprem a função das estradas. E se os rios desaparecem, não há transporte. Um ano após a maior cheia dos últimos 50 anos, a Amazônia secou.

Por essa razão, caminho pela floresta para chegar ao Ecopark Jungle Lodge, pois em situação normal o percurso seria feito em canoa. O Ecopark é um entre os cerca de quinze hotéis de selva existentes nos arredores de Manaus, no Amazonas. O fascínio que a maior floresta tropical do planeta exerce sobre as pessoas atrai viajantes do mundo todo até aqui, ávidos por conhecer o pulmão do mundo.

O turismo, no entanto, nunca foi algo fácil de ser desenvolvido em um ambiente tão selvagem, onde a natureza controla as ações e o homem pouco pode fazer diante de sua força implacável. Foi nesse contexto que surgiu, há 20 anos, o conceito dos hotéis de selva, um modo de receber viajantes no interior da floresta e colocá-los em contato com a fauna e a flora da Amazônia.

O diferencial é o conforto proporcionado por esses hotéis. Ao hospedar-se em um deles, o visitante não precisa passar pelas agruras vividas pelos exploradores de outrora para conhecer a floresta.

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