Todos os anos, 5,4 milhões de turistas procuram serviços relacionados ao turismo de aventura em busca de atividades como tirolesa, rapel e mergulho. Neste mercado, predominam as empresas de pequeno porte. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta), são mais de 2 mil pequenas e microempresas envolvidas no segmento.
A oportunidade de entrar em um mercado cujo ticket médio do turista é de R$ 293 foi o que chamou a atenção de Ligia Ribeiro Eisenlohr. A empresária ainda dava aulas de natação quando um amigo lhe mostrou os bons resultados de um empreendimento voltado ao arvorismo. Empolgada com a ideia e disposta a aumentar os rendimentos do rancho de sua família em Campos do Jordão, Lígia resolveu apostar no negócio. Em 2003, investiu R$ 150 mil, contratou 20 funcionários e montou o Aventura no Rancho, que oferece atividades como arvorismo, tirolesa e cavalgada, além de restaurante no local.
Os serviços do Aventura no Rancho são voltados ao público de 16 a 25 anos e custam entre R$ 25 e R$ 200. Ligia conta que no período de alta temporada atende cerca de 250 pessoas por dia, mas na baixa este número cai para 105 turistas. Para enfrentar a variação de clientes a empresária buscou atrair outro público: as empresas. Com isso, em 2009 preparou atividades especiais de motivação e treinamento de funcionários ao ar-livre. A iniciativa deu certo e as empresas perceberam que poderiam recriar no campo situações de risco e estresse parecidas com as de seu dia-a-dia, afirma.
A estratégia usada por Ligia deu resultado e ajudou o negócio a faturar, em 2010, R$ 230 mil. Os turistas estão procurando lugares que ofereçam segurança. Assim, queremos acompanhar esta tendência e aumentar nosso faturamento em 15% este ano, diz. A exigência cada vez maior dos turistas faz com que os empresários se adaptem e busquem alternativas. Quem entra neste mercado deve ter preparação técnica, identificar todos os pontos turísticos do local que irá atuar e buscar um diferencial nas atividades oferecidas, sempre com foco na segurança, diz Sáskia Lima, coordenadora geral de segmentação do Ministério do Turismo.
Ney Golçalves é outro empresário que busca diferenciar seu negócio para captar mais clientes. A Impacto Operadora de Ecoturismo atua no Mato Grosso do Sul, nas cidades do Pantanal e Bonito, e tem atividades específicas para cada localidade com preços que variam de R$ 70 a R$ 800. Na região do Pantanal há serviços como turismo de barco, safári, camping, observação de pássaros e cavalgada. Já em Bonito, atividades como rapel e mergulho são as mais procuradas por suas características radicais. Também vimos uma oportunidade ao oferecer serviços de recepção de turistas e transporte até o destino das atividades, afirma o empresário.
Gonçalves lembra que a ideia de montar o negócio surgiu há 20 anos quando ainda trabalhava como biólogo e participava de projetos de educação ambiental em escolas. Muitas diretoras pediam para que eu organizasse excursões e os pedidos foram aumentando. Por essa razão resolvi fazer um curso de turismo e apostar no ramo, diz. A empresa, que tem 20 funcionários, recebeu investimento inicial de R$ 50 mil e faturou, em 2010, R$ 900 mil. Temos cerca de 40 clientes por mês e acreditamos aumentar nosso faturamento em 10% este ano, afirma.
Mercado em expansão
O segmento do turismo de aventura emprega 18,5 mil funcionários durante a alta temporada e, segundo relatório do Ministério do Turismo (MTur) em parceria com a Abeta, teve em 2009 um faturamento de R$ 515,9 milhões. O público alvo mudou, está mais amplo e atinge todas as idades, com oferta até para os portadores de necessidades especiais. Isto é um sinal do crescimento da atividade, afirma Cássio Santos de Oliveira, consultor de Turismo do Sebrae-SP.
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