O ponto de partida do passeio de barco pelo rio Preguiças é a cidade de Barreirinhas, a 252 km da capital maranhense, São Luís. Logo pela manhã, o cais que dá acesso ao rio, cujo nome faz jus ao clima e sossego que impera na região, está repleto de turistas que buscam conhecer esta imensidão de água.
É água para todos os lados. Só a viagem geralmente percorrida pelos visitantes alcança 40 km, mas toda a extensão navegável chega a 120 km. Não se sabe ao certo quantos quilômetros existem da nascente à foz, mas dizem que este número chega a 500, conta o guia que comanda o passeio.
Logo no início, palmeiras e manguezais dão tom às margens do rio, que, mais à frente, é dominado apenas pelos mangues. Com a ajuda do guia, os marinheiros de primeira viagem conseguem distinguir em meio à mata as árvores de buriti, cuja fibra é muito usada para o artesanato, principalmente em chapéus e bolsas.
Outra delas é a carnaúba, da qual, além do artesanato, é possível fazer cera de carro e cosméticos, como os lápis para os olhos utilizados em maquiagem. Mas o que mais chama a atenção são as grandes porções de areia que margeiam o rio e, em algumas horas do dia, ganham uma coloração dourada forte.
É interessante reparar a naturalidade da população nativa, em seu dia a dia, com crianças jogando bola, em comparação ao olhar vislumbrado do turista.
No caminho, uma parada foge do roteiro já traçado. Sandro, que trabalha com açaí, colhe a fruta diariamente das 7h às 11h. Em seu barco, tenta seguir com seu trabalho usual, enquanto câmeras disparam cliques em sua direção. Para quem está habituado a encontrar o açaí apenas como polpa congelada, trata-se de um momento inusitado.
Sandro conta que usa a palha para o artesanato e, da fruta processada, costuma produzir entre 30 e 40 litros de polpa por dia. Mais tarde, costuma vendê-la na cidade a R$ 6 o litro.
Na tenda dos macacos
A primeira parada em terra firme é Vassouras, um antigo ponto de referência para os pescadores, que usavam o local para abastecer seus barcos. Há dez anos, Ana Luiza Gomes Dias, 43, notou que o lugar tinha apelo para os turistas e começou a levar até lá uma caixa de isopor com bebidas e petiscos. Hoje, mudou-se de "mala e cuia" com sua família e montou uma tenda que, além dos comes e bebes, também comercializa artesanato.
Ana Luiza e seus parentes dividem o local com outros inúmeros habitantes: os macacos-prego. Quando cheguei, havia poucos macaquinhos e não tão safadinhos quanto esses, lembra Ana Luiza, rindo. Loucos por um coco, são eles a grande atração. O Severino é o chefe do bando. Aquele é o Paulo, tem também a Teresa, a Simone, o Geraldo... Eu conheço eles pelo nome, batizo alguns em homenagem a quem passa por aqui".
Quilômetros adiante, o almoço é em Caburé, um pequeno vilarejo banhado de um lado pelo rio e de outro pelo mar. Para quem não está seguindo viagem preso a um pacote turístico, vale a pena pernoitar em uma de suas pousadas e aproveitar o local fora dos horários de pico, ou seja, nos momentos exatos em que a maioria dos turistas param para conhecer a região em poucas horas que geralmente se resumem ao horário da refeição, para depois esticar as pernas e relaxar no começo da tarde.
Aproveite para alugar um bugue ou uma moto e sair para conhecer locais menos explorados. De barco e a poucos minutos do burburinho, o vilarejo parece uma cidade fantasma durante a tarde, quando possivelmente seus moradores estão pescando ou em outros trabalhos.
O grand finale fica por conta de Mandacaru e seu farol com 35 metros de altura e alcance geográfico de 19 milhas. A caminhada até ele é acompanhada por dois guias-mirins que repentinamente aparecem no cais assim que o barco estaciona e logo ganha companhia de outras duas crianças mais novas que repetem, ainda aos trancos e barrancos, o texto decorado contando a história da construção do farol e do distrito.
Fora a bela vista panorâmica que o farol permite, de onde é possível enxergar grande parte do rio Preguiças e os Lençóis Maranhenses ao fundo, Mandacaru não tem nenhum atrativo especial. Prove um dos sorvetes à venda com sabores de açaí, cupuaçu e outras frutas tropicais. São simples e de gosto razoável, mas nada como algo gelado para refrescar o calor.
Na volta a caminho da pousada em Barreirinhas, o pôr do sol sobre o rio e as dunas são o convite para descansar e aproveitar o dia seguinte.
INFORMAÇÕES TURÍSTICAS: www.turismo.ma.gov.br
Turismo receptivo em Barreirinhas Discovery Brasil Tours Tel.: (98) 3349-0140 www.discoverybrasiltours.com
Rota das Trilhas Tel.: (98) 3349-0372 www.rotadastrilhas.com.br
Caetés Turismo Tel.: (98) 3349-0528 www.caetesturismo.com.br
Hospedagem em Barreirinhas Porto Preguiças Resort Gleba Santo Antonio, s/n Carnaubal Tel.: (98) 3349-1912/1220 www.portopreguicas.com.br
Pousada Boa Vista Rua Principal, s/n Boa Vista Tel.: (98) 3349-0348 www.pousadaboavista.com.br
Pousada Chácara Boulevard Av. Principal, 10 - Cantinho Tel.: (98) 3349-1959 / 9971-9408 / 9614-1062 www.chacaraboulevard.com.br
Pousada do Rio Rua Cazuza Ramos, 700 - Carnaubal Tel.: (98) 3349-1255/0056 / 9984-0101 www.pousadadorioma.com.br
Hospedagem em Caburé Pousada Porto Buriti Tel.: (98) 3349-1338
Pousada do Mirante Tel.: (98) 3349-0054
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