Uma geração cada vez mais órfã de família

A nossa sociedade vive uma crise de identidade, as pessoas não sabem mais o que são nem para onde estão indo.

Fonte: Guiame, Andreia Pinheiro PauloAtualizado: terça-feira, 19 de março de 2024 às 17:43
(Foto: Unsplash/Ioann-Mark Kuznietsov)
(Foto: Unsplash/Ioann-Mark Kuznietsov)

“Tempos difíceis geram homens fortes, e homens fortes geram tempos fáceis. E tempos fáceis geram homens fracos”

Cresci ouvindo histórias das minhas bisavós, a materna teve 12 filhos, enquanto a paterna 8 filhos. A gente sempre acaba ouvindo como era uma época mais difícil, quando se lavava roupa na beira do rio, quando não existiam fraldas descartáveis e nenhum tipo de facilidade ou comodidade como a gente vê atualmente; nada de fast food ou comidas prontas. Eu olho pro passado e penso em todos os desafios que essas mulheres enfrentavam e penso: Como a coisa desandou tanto?

A onda crescente do feminismo e toda essa visibilidade exacerbada que a humanidade tem dado para as coisas materiais, meio que nos neutralizou para as coisas com valor de eternidade. A nossa sociedade vive uma crise de identidade, as pessoas não sabem mais o que são nem para onde estão indo. Essa crise é um importante sintoma de orfandade. Uma geração cada vez mais órfã de família.

Isso porque no nosso século tudo é mais importante que gerar filhos, e todo sacrifício é validado e encarado com muito respeito e reconhecimento pelos demais quando o assunto é ter um corpo perfeito, uma carreira de sucesso, e dinheiro. Mas os sacrifícios realizados em prol de “gente”, em prol da formação da próxima geração, feitos em nome da maternidade, são vistos sempre como um sinal de fraqueza e submissão. E a mãe, como o ser mais injustiçado da terra. Esse pensamento tem um viés maligno.

As mães trabalham pelo futuro, somos responsáveis pela formação de GENTE, não flores, não animais, são outros seres humanos. As pessoas estão desesperadas protegendo matas e animais, quando, se elas dedicassem tempo na formação de pessoas educadas e conscientes, então todas as coisas seriam naturalmente preservadas.

Isso tinha que nos trazer esperança e, principalmente, acender o senso de dever em nós por uma geração melhor. Nós, mães, somos lar quando engravidamos, somos alimento quando amamentamos. Não é possível que não se veja a grandeza que existe dentro de uma mulher quando ela se torna mãe, transformando-se em uma leoa na defesa de um filho.

São admiráveis todas as formas e faces que uma mãe pode assumir por um filho.

Você já acompanhou um soldado bem de perto? Olhe para uma mãe com seu filho doente, ela é incansável, ela está sempre pronta, sempre atenta, sempre disposta. Observar momentos como esses é quase uma experiência divina, porque quando a situação passa você não sabe muito bem de onde tirou força ou disposição, é como se você fosse revestida ou capacitada para aquilo.

Agora, à luz da Bíblia, veja: qual promessa Deus fez a Abraão? Um filho. Rebeca, nora de Abraão, era estéril e pediu a Deus por ...? Filhos.

O legado de Jacó, filho de Isaque, foi seus filhos; as tribos de Israel foram formadas a partir da família de Jacó.

A mãe de Sansão era estéril e pedia a Deus por filhos; assim como Ana, mãe de Samuel; e Isabel, mãe de João Batista, e tantas outras.

A conclusão que chegamos é que as gerações passadas consideravam uma maldição não poder gerar um filho. Já pra nossa geração, a maldição é gerá-los. Só que Deus quando quis manifestar seu amor à humanidade, enviou seu único Filho a nós.

Ele deu seu Filho, para falar de amor, ensinar amor. Ele deu seu filho.

Já que é pra nos esforçarmos, que o façamos por coisas que valham a pena. Que nós possamos manter nossos olhos fixos no que de fato importa e possui valor transcendente.

Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. (Mateus 6:19,20)

Andreia Pinheiro Paulo é cristã, formada em Direito e Letras; Policial Civil no Estado de São Paulo; Professora de Letramento e Literatura; Colaboradora da plataforma UNOVA, com três cursos publicados: “Homeschooling – Educação Cristã”; “Os Temperamentos Humanos” e “As Principais Etapas da Alfabetização Infantil”. Mãe de três meninas e casada com o Policial Civil Leandro Paulo.

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Leia o artigo anterior: A Lição da Bela Adormecida

 

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