Percebemos que a tecnologia muda, a necessidade de seus clientes muda, o governo muda, os meios de pagamento mudam, a constituição muda, ou seja, a única certeza que temos é da mudança.
Mas como fazer para mudar a forma de pensar e agir de outra maneira e, assim, diminuir o risco de ser “engolido” pelas mudanças? O livro “MINDSET - A nova psicologia de sucesso” de Carol S. Dweck nos traz vários exemplos da importância de termos uma mentalidade de crescimento, ao invés da mentalidade fixa, como a autora conceitua.
Uma pessoa com mindset fixo (mentalidade fixa) acredita que as coisas são imutáveis, que suas qualidades vêm do DNA e que são também imutáveis e dessa forma cria a necessidade constante de provar para si mesmo o seu valor. Se você tem determinada característica de inteligência, determinada personalidade ou certo nível moral, nesse caso fará de tudo para provar para si mesmo que essas características são as melhores. Não lhe agrada demonstrar-se limitado ou de certa forma menos que outros. Alguém com o mindset fixo sofre da famosa síndrome de Gabriela, pensando que se nasceu de um jeito, viverá para sempre desse jeito. Segundo a autora, “a opinião que você adota a respeito de si mesmo afeta profundamente a maneira pela qual você leva sua vida”.
Tão grave quanto ter um pensamento limitante sobre si mesmo é levar esse pensamento para as outras pessoas e instituições, acreditando que ninguém pode mudar, aprimorar sua inteligência, sua experiência e tudo mais que pertença à competência humana ou institucional.
Muitos de nós aprende o mindset na infância, entendendo, por exemplo, que o nível de QI de cada pessoa determina se ela será ou não bem-sucedida quando adulta. Muitas escolas separam as salas pelas notas no boletim, rotulando os estudantes em seu nível e levando a entender que o nível que está se perpetuará durante toda sua vida acadêmica. Isso cria uma tensão na criança e também no adulto, pois cada um desenvolve uma atitude julgadora e precisa mostrar a todo momento que é inteligente. Uma pessoa com mentalidade fixa permanece em eterna avaliação, perguntando a si mesmo se terá ou não sucesso, se fez papel de tolo ou não, se será julgado ou bem recebido. Essa definitivamente não é uma forma saudável de viver. Além de trazer tensão nos relacionamentos e em si mesmo, alguém que tenha predominantemente o mindset fixo terá dificuldades para as tão necessárias mudanças em nossa atual sociedade e dificulta a realização de resultados positivos, pois a sensação de plenitude no trabalho e família ficarão inalcançáveis.
Felizmente há outro tipo de mentalidade que podemos aprender e desenvolver, o mindset de crescimento. Este mindset não vê as características humanas como cartas de baralho que você recebe no início da vida e precisa aprender a viver com elas. O mindset de crescimento se baseia na crença de que você é capaz de cultivar suas qualidades básicas por meio de seus próprios esforços e que cada um é capaz de se modificar e de se desenvolver. Esse tipo de crença entende que o verdadeiro potencial de uma pessoa é desconhecido, mas é capaz de desenvolver com paixão, esforço e treinamento. Exemplos de superação de várias pessoas podem nos mostrar como é importante desenvolver um mindset de crescimento.
Uma reportagem exibida na TV em 2015 mostrou uma grande história de superação de uma jovem baiana que não ouve e não enxerga, mas mesmo assim passou no vestibular de uma universidade pública. Janine tem uma deficiência congênita: não enxerga e não ouve. Ela nasceu de uma gestação gemelar de 24 semanas, ficando surdo-cega ainda na maternidade.
Para superar as deficiências, Janine teve que se dedicar muito, aprendendo braile e o alfabeto de sinais tocando nas mãos dos professores e da mãe. A mãe, Sandra Samara Farias, foi sua principal incentivadora, dedicando-se muito à filha. “Eu me especializei, busquei aprender a língua de sinais, aprender o braile. Fiz vários cursos, me graduei em pedagogia”, diz ela. Com o apoio da família, Janine se dedicou ainda mais aos estudos. Ela passava a maior parte do tempo com a máquina de escrever em braile e o livro traduzido. Ela sabia que para passar no vestibular era preciso muito esforço. Mas ela e sua mãe tinham o mindset de crescimento e sabiam que todo esse esforço seria recompensado.
Os livros não transcritos em braile eram lidos pela mãe, que passava tudo para ela usando a língua de sinais. A nova universitária entrou para pedagogia da Universidade do Estado da Bahia. Informou que escolheu a profissão para ensinar as pessoas surdas e cegas. O que para alguns parecia só um sonho, Janine decidiu transformar em realidade.
Esse certamente é um belo exemplo de superação e de mindset de crescimento. Pessoas com mindset fixo poderiam pensar que o destino de Janine estava fadado a solidão e ao analfabetismo, mas elas, filha e mãe superaram os enormes obstáculos e juntas escreveram outra história para os seus destinos, que certamente inspirará a muitos outros.
“Não imitem o comportamento e os costumes deste mundo, mas deixem que Deus os transforme por meio de uma mudança em seu modo de pensar, a fim de que experimentem a boa, agradável e perfeita vontade de Deus para vocês.” Romanos 12:2
Cristiano R. Costa é coach emocional, palestrante, escritor, professor, consultor e mentor. Sua área principal de atuação é em liderança emocional e empresarial. Possui capacitação pelo Instituto Menthes do Dr. Augusto Cury, é bacharel em Ciência da Computação e Especialista Executivo em Gestão de Empresas e de Projetos. Tem um chamado para ajudar pessoas a se auto liderarem e de acreditarem em si mesmas e principalmente em Deus.
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