É pra rir ou pra chorar?

Bradar aos quatro cantos que se é a favor da plena e irrestrita liberdade de expressão é fácil, mas no mundo real não funciona assim

Fonte: Guiame, Edmilson Ferreira MendesAtualizado: sexta-feira, 17 de janeiro de 2020 às 16:15
(Pho.to)
(Pho.to)

Defendo a liberdade de expressão. Afinal, a liberdade que quero para mim, quero também para o outro. Porém, quero liberdade igual, que seja medida com a mesma régua, cujas regras sejam claras e não mudem ao sabor do vento. Portanto, se usufruo de tal liberdade posso falar, fazer, criticar, opinar, zoar, enfim, posso me expressar como bem entender. Correto?

Bem, está correto até a página 5, diriam os mais atentos ao mundo real. Bradar aos quatro cantos que se é a favor da plena e irrestrita liberdade de expressão é fácil, é chique, dá até um ar de inteligência e bondade, mas no mundo real, este no qual vivemos e nos relacionamos, não funciona exatamente assim.

De fato, posso me expressar como bem entender, porém sou responsabilizado por aquilo que falo. A patrulha do politicamente correto, contaminada pelos argumentos mais mi-mi-mis da história, trata de rotular destruidoramente tudo que se diz e que é contrário aquilo que ela prega. Tal patrulha ultrapassa a arena do debate meramente conceitual e filosófico sempre que está perdendo, e parte para pressionar poderes, influenciadores, agentes públicos e formadores de opinião no sentido de criar leis inibidoras e punitivas, inventando todos os tipos de “fobias” que lhes interesse, sempre que se sentem injustiçados e perseguidos.

Ora, nada mais natural que o outro lado use dos mesmos expedientes, apelando a justiça e a lei. Repete-se então o famoso “Pau que bate em Chico, também bate em Francisco”, ou seja, a versão moderna do “olho por olho, dente por dente”. O que, convenhamos, seja do lado que for, são posturas no mínimo lamentáveis.

Se tudo que os mais variados grupos sociais produzem em contrariedade aos valores judaico cristãos se encaixa no combo liberdade-de-expressão-em-forma-de-arte, por que as produções e falas daqueles que vivem pautados pelos valores judaico cristãos recebem o rótulo de preconceito, racismo, atraso? Percebe a contradição? Se a liberdade de expressão vale, tem de valer para ambos os lados, toda cosmovisão tem de usufruir do benefício de falar o que pensa sem ser ameaçada por isso.

Porta dos fundos jamais vai conseguir me ofender. Pois simplesmente não assisto. E não por causa da última produção de natal, é porque acho fraco mesmo. Humor tosco, irrelevante, mais militante que engraçado, deformador e fútil. Quem gosta, paciência, é livre para curtir, seguir e assistir. Por outro lado, surpreende-me a surpresa e indignação dos muitos religiosos, que tipo de produção e visão esperavam do porta... dos fundos?!?!?

Das muitas portas que a vida me apresentou, só uma fez definitiva diferença. Foi num tempo muito difícil, no qual fraquezas, pecados e um milhão de dúvidas me angustiavam. Época na qual, mesmo longe de Cristo, Ele já me assegurava minha liberdade de expressão me garantindo o livre arbítrio tanto para errar como para acertar. E como errei! Na verdade, até hoje cometo meus erros, mas a porta que escolhi entrar sempre me corrigi, acerta meus passos, me protege e me guia.

Essa porta é uma pessoa. A todas supera. Foi assim meu encontro com esta porta: “Eu sou a porta...” João 10:9. A metáfora escolhida por Jesus é poderosíssima. Todo ser humano sabe o que é uma porta. Todos sonhamos em entrar por portas certas, encontrando abrigo, paz, proteção. Então Jesus continua sua fala e oferece algo que porta alguma jamais oferecerá: “Se alguém entrar por mim, será salvo, entrará, e sairá, e achará pastagem.”

Dois verbos da fala de Jesus definem a verdadeira liberdade de expressão: “entrará” e “sairá”. Em Jesus conheço de fato a liberdade, não fico refém de pecados, quedas, tentações, vícios e destruição de caráter. Posso entrar e sair, entro como era e saio totalmente novo, e sempre com as garantias da porta que escolhi entrar e nela me relacionar, ou seja, salvação no fim de tudo, e pastagem hoje, todas aquelas coisas que são necessárias pra viver dignamente no presente.

O humor atual é pra rir ou pra chorar? No meu caso decidi, faz tempo, ignorar. Afinal, na porta que escolhi, Jesus Cristo, sobram motivos bons, verdadeiros e profundos para chorar lágrimas legítimas, emocionadas, restauradoras, assim como risos vibrantes, entusiasmados, saudáveis. Tudo regado com a potência do Espírito Santo, fonte inesgotável de prazer, unção e companheirismo até que Ele venha. Paz!

Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: '"Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Leia o artigo anterior: Prazer! Sou o ano 2020!

 

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