Filme ‘Milagre na cela 7’ nos ajuda a refletir sobre milagres

Pecado, erro, culpa, arrependimento, deficiência, limite, amor e perdão são motivos de reflexão neste filme turco.

Fonte: Guiame, Edmilson Ferreira MendesAtualizado: quinta-feira, 9 de abril de 2020 às 16:30
(Foto: Crosswalk)
(Foto: Crosswalk)

O filme turco “Milagre na cela 7” está arrebatando corações. Com justiça, registre-se. A direção é na medida, sem exageros. A interpretação de cada ator, dos principais até aqueles com intervenções menores, todos estão com um desempenho convincente. O filme tinha tudo pra ficar arrastado, mas não fica, e isso graças a um roteiro muito bem amarrado, garantindo uma trama que prende nossa atenção o tempo todo.

O filme emociona e faz chorar sem ser piegas, como tantos que existem e apelam o tempo todo pro lado emocional gratuitamente. Não é o caso de “Milagre na cela 7”, pois a entrega dos atores e a consistência da narrativa fazem a emoção e o choro serem normais, pois mexem em sentimentos que estão entranhados na alma de todos nós.

Pecado, erro, culpa, arrependimento, deficiência, limite, amor e perdão. Somos levados a refletir sobre tudo isso. Não tem como não se envolver e pensar, repensar e questionar nossa própria história, levando-nos a rever conceitos éticos que embalam nossas correrias e rotinas e que, por isso mesmo, muitas vezes nem prestamos atenção.

O filme não é original, trata-se de um remake de um filme coreano de 2013. O atual, no entanto, tem o mérito de ter feito uma adaptação muito pertinente ao ambiente e a cultura turca. A religião que se apresenta na cela 7 é o islamismo, mas não de forma impositiva e nem afrontosa a outras vertentes da fé. Mas chama muito a atenção a luta e a dificuldade que cada personagem tem com o perdão, uma vez que a graça escandalosa, maravilhosa, linda e imerecida, fica ausente naquela realidade.

De qualquer forma o milagre é lindo na cela 7. Não acontecem sobrenaturais, coisas inexplicáveis. O milagre é a transformação de cada personagem que é confrontado com a pureza do amor e, para mim, este é o mérito do filme. O milagre que se vê na tela pode muito bem se repetir em minha casa.

São tempos de isolamento. A maioria, independente de todo debate público, político, econômico e até religioso, está em casa, em isolamento e evitando ao máximo qualquer saída. Muitos chegam a falar que estão presos em casa. Muitos que têm se pronunciado assim, como presos em seus próprios lares, talvez estejam precisando de um milagre também em sua casa.

Mateus 24 diz que no tempo do fim, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriaria. Taí uma chance de fazer aquecer o amor e vê-lo purificado em cada relacionamento que importa. E a nossa família importa. Muito e sempre. Somente a pureza do amor nos dará a capacidade de amar mais, perdoar mais, se libertar mais.

Na cela 7 do filme, existe uma placa que diz assim: “O sangue se purifica com água, não com vingança.” É verdade, biologicamente é uma afirmação perfeita. Espiritualmente, no entanto, nossa purificação depende do sangue do Cordeiro: “Mas, se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.” I João 1:7.

Tem milagre também para sua casa. Comece pelo amor. Deixe o amor ser o fio condutor da história da sua família. A cena final deixa por conta dEle. No filme o final é surpreendente, duvido que os finais que ele tem pra nós também não sejam. Serão! E serão mais que surpreendentes, serão incomparáveis. Paz!

Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: '"Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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