Labirinto de dissimulados

Os dissimulados se multiplicam a cada dia, provocando confusão, dúvida, enfim, nos colocando num labirinto chamado dissimulação.

Fonte: Guiame, Edmilson Ferreira MendesAtualizado: quinta-feira, 1 de dezembro de 2022 às 16:19
(Foto: Susan Q Yin/Unsplash)
(Foto: Susan Q Yin/Unsplash)

Dissimulação é ocultar as verdadeiras intenções e os verdadeiros sentimentos. É fazer parecer uma coisa que não é. É transitar socialmente com as ferramentas da hipocrisia, do fingimento, da mentira deslavada, da cara de pau. Dissimulados têm marcas bem evidentes: risinhos irônicos, expressões cínicas, olhar indiferente para situações que exigem uma posição, palavras rebuscadas que nada dizem. Se multiplicam a cada dia, provocando confusão, dúvida, enfim, nos colocando num labirinto chamado dissimulação.

Provérbios 26:24 vai direto ao ponto: “Aquele que odeia dissimula com os lábios...”, e exatamente aqui se instalam os problemas e desafios que enfrentamos nestes tempos, pois lidar com gente assim é como tentar sair de um labirinto, você sabe que tem uma saída, mas simplesmente não consegue encontrar. Afinal, o ódio não é claramente declarado e confessado, o odioso faz a opção de dissimular com os lábios.

Ao dissimular com os lábios, o que se faz, na verdade, é construir pontes mentirosas. E pontes construídas tendo como alicerce a mentira, cairão mais cedo ou mais tarde. O ódio esta lá, cravado no interior da pessoa, vai sendo alimentado por invejas que jamais são confessadas, por desejos ruins que jamais são publicados. E como isso é feito? Através de lábios dissimulados. Ou seja, lábios que não confessam o ódio, mas dissimulam com palavras falsas, promessas falsas, elogios falsos.

Este estágio é horrível. Você tem certeza que as pessoas a sua volta estão dissimulando, mas não tem como provar, pois as mesmas negam. E o fazem dissimuladamente, sem qualquer peso na consciência, aumentando em você ainda mais a sensação de labirinto. Mas fique tranquilo, mentiras não duram pra sempre, uma hora o jogo vira, e então dissimulados tem de enfrentar o labirinto que eles mesmos criaram.

“As nossas maiores dissimulações são desenvolvidas não para esconder o que há de ruim e feio em nós, mas o nosso vazio. A coisa mais difícil de esconder é aquilo que não existe.” Penso que Eric Hoffer foi preciso na sua afirmação. Dissimulados são pessoas vazias. Quando entram no perigoso jogo de colocar os outros nos labirintos que eles imaginaram, não se dão conta que são eles que ficarão perdidos e presos em suas vazias dissimulações.

Discípulos de Cristo não devem e não podem ir por tais caminhos, a igreja do Senhor simplesmente não os aceita, ou se é frio ou se é quente, morno não. A igreja primitiva deixou isso muito claro quando o Espírito Santo desmascarou publicamente as dissimulações no discurso de aparente piedade do casal Ananias e Safira.

Tempos como os que estamos vivendo, onde coisas como “politicamente correto”, “mi-mi-mi”, “cancelamento” e afins se tornam cada dia mais comuns, portanto, fortalecendo os mais variados tipos de labirintos de dissimulados, clamam por uma saída. E a saída é uma só, viver o evangelho raiz, aquele escrito e registrado por Matheus, Marcos, Lucas e João, um evangelho que ensina a amar, mas também desafia a todo dia carregar a cruz e seguir a Jesus.

Edmilson Ferreira Mendes é escritor, pastor, teólogo, observador da vida.

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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