Dos filmes que já assisti, Forrest Gump, sem dúvida nenhuma, fica entre os dez mais. A beleza do roteiro associada a interpretação magistral de Tom Hanks e a direção primorosa de Spielberg fazem do filme uma obra memorável.
Desde criança as histórias nos cativam. Mundos impensáveis são criados e grandes aventuras acontecem em nossa imaginação. Uma boa história muda vidas, amplia a compreensão das coisas, amadurece experiências. A história do mundo é uma sucessão de pequenas e grandes histórias que dão sentido aquilo que somos e vivemos.
Mais da metade da Bíblia é preenchida por narrativas de histórias que até hoje formam pessoas, famílias, sociedades, nações. Histórias que nossos avós contaram a nossos pais, estes a nós, nós a nossos filhos, e nossos filhos contarão aos filhos deles. Histórias que, enfim, formam o caráter e a fé de cada geração.
Forrest Gump, como contador de histórias, é bom, mas Jesus é incomparável. Mateus 22.1, dentre tantos textos que revelam a mesma realidade, diz que “Jesus contou diversas outras histórias para mostrar com o que se parece o Reino dos Céus.”
Perceba o poder de uma história bem contada. Jesus precisava explicar a profundidade, complexidade e realidade do Reino dos Céus, para atingir seu objetivo utilizou histórias, afinal, boas histórias, com relevância e pertinência para com o assunto que se esteja tratando, facilitam e enriquecem a comunicação.
Lamentavelmente, a simples e sempre atual didática de Jesus foi trocada por um desfile desvairado de gregos, hebraicos, exegeses, hermenêuticas e afins engessados em introdução, 3 tópicos e conclusão. Ok, é bom saber estruturar, dividir, checar as línguas originais, comparar traduções, enfim, é mais que bom, é necessário. Só não precisa despejar a caixa de ferramentas na cabeça do povo.
Aprendo isso todo dia em minha casa. A Regina produz as mais fantásticas receitas na cozinha, com técnicas e ingredientes que poucos imaginam. Quando ela serve, no entanto, o resultado é um prato lindo, apetitoso e saboroso. A técnica, os equipamentos, os ingredientes isolados, tudo fica na cozinha, afinal o que as pessoas querem é apreciar a receita! Em certo sentido, pregadores são como cozinheiros, devem se dedicar para apresentar a Palavra como ela é, alimento. Bom, saudável e vigoroso!
Não abro mão das boas histórias, sejam parábolas, metáforas ou fatos reais, pois elas comunicam na linguagem que o coração e a alma entendem.
Histórias ultrapassam o saber apenas intelectual, do raciocínio lógico, para alcançar o saber poético, tão urgente para a carência atual demonstrada pela frieza dos comportamentos.
Voltando ao Forrest Gump, é incrível como Hollywood sacou tão bem esta verdade e faz dela sua fonte inesgotável de lucro. Hollywood sabe contar suas histórias, por isso os cinemas estão cheios. Enquanto nós, que deveríamos ser especialistas em contar histórias, a exemplo do Maior Contador de Histórias que o mundo já viu, o nosso Mestre, vamos nos perdendo num emaranhado de teorias, livros e apostilas que, como disse, têm seu valor, mas jamais deveriam roubar a vida dos nossos púlpitos.
Enfim, é como diz uma antiga música: “História todo mundo tem... algumas sem brilho e sem luz... Por isso a história que mais me comove é a que nos fala de Jesus...” Continua...!
Paz!
- Edmilson Mendes
e-mail: [email protected]
blog: calicedevida.com.br
twitter: @Edmilson_Regina
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