Gotham City é retratada como uma cidade sombria, dominada por bandidos e corruptos, infestada por injustiças e abusos que fazem sua população sofrer frente as ameaças apavorantes do seu dia a dia. Gotham é fictícia, o Brasil não.
Fica difícil querer comparar nosso Brasil com os cenários norte americanos e europeus, com neves, chaminés, altos montes, pinheiros e trenós. Aqui é Brasil. E os escândalos, corrupções e violências atuais nos remetem mais a Gotham do que a condados onde sinos tocam e renas voam.
Se o cenário é Gotham esqueça, nada de Papai Noel. O herói de lá se chama Batman e, por conta do caos da sua cidade fictícia, recebe o subtítulo de “O cavaleiro das trevas”. Não é fácil ser herói na cidade do comissário Gordon. Enquanto aqui é muito difícil chegar a ser um pálido rascunho de herói em nosso país. E aqui, o caos, infelizmente, não é apenas uma obra de ficção.
25 de dezembro chegou. E com ele chegou a confirmação das pessimistas previsões. Quais? Aquelas que o mercado vem alertando faz tempo. O comércio vendeu menos, bem menos. Lojistas, de grandes a pequenos, falam em até 30% a menos que no ano passado. Empresas estão demitindo. O dólar disparou. A inflação é real e assustadora. A carga tributária é insaciável. Os telejornais que exploram o caos urbano se multiplicam e têm uma audiência cada vez mais cativa. Brigas violentas no trânsito, violência doméstica, abuso de crianças, álcool e drogas com consumo crescente, chacinas, estupros, enfim, o quadro não está para Ho, Ho, Ho. Está mais para Ai, Ai, Ai.
Faço esta comparação entre o natal brasileiro e o possível natal em Gotham após assistir o segundo filme do Batman. É onde ele enfrenta o Coringa, a personificação do caos, da prática do mal pelo mal, da monstruosidade pelo simples prazer de espalhar o medo.
Neste filme, com o Coringa apavorando milhões, uma das cenas finais traz esperança ao coração. Ele, o Coringa, arma uma emboscada no mar com duas barcas. Ambas estão lotadas de passageiros. Em ambas ele coloca explosivos que devem ser detonados em uma hora. Tanto uma quanto outra barca recebem um detonador. Sua proposta é que o grupo de pessoas que tiver coragem de detonar a outra barca sobreviverá. Caso nenhum grupo tenha coragem de acionar o detonador para explodir a outra, ele, o Coringa, detonará as duas barcas.
Seu desejo e sua aposta é provar a maldade e o egoísmo contidos nos corações dos habitantes de Gothan. O Coringa perde! Ninguém nas duas barcas morre, nem um dos lados têm coragem de acionar o detonador para salvar a própria pele com a morte dos demais. O mal, aparentemente tão evidente em Gotham, sofre uma humilhante derrota, pois muita bondade existe ainda no coração humano, mesmo em meio ao caos.
Mas Gotham é ficção, o Brasil não. Apesar de todos os indicadores negativos que listei eu vi famílias se confraternizando, vi amigos se abraçando, vi trocas de votos de paz e prosperidade para o ano novo. E por que eu vi? Para mim só cabe uma explicação: Jesus. Isso mesmo! Jesus! Ok, Ele não nasceu nesta data. Ok, é mero comércio. Ok, muitos nem se lembram dEle. Ok, natal são todos os dias, pois todo dia Jesus nasce em centenas de corações. Tudo bem, é isso mesmo. Mas retire a história de Jesus e veja acontecer a perda de esperança, de sentido, de significado.
O natal em Gotham deve ser sempre meio sombrio, mas Batman, o cavaleiro das trevas, está por lá para combater o mal que assola aquele povo. O natal em nosso velho mundo também não tem sido lá essas coisas, assim como qualquer outra data comemorativa dos calendários que regem as nações, mas Jesus, o Reis dos reis e Senhor dos senhores nos garante a razão para nossa esperança, dá sentido para nossas vidas e enche de significado a nossa fé. Portanto não temas! Nele e com Ele, a exemplo dos passageiros das duas barcas, venceremos com a força do amor.
Paz!
- Edmilson Mendes
e-mail: [email protected]
blog: calicedevida.com.br
twitter: @Edmilson_Regina
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