Separe um tempo para visitar os profetas do Velho Testamento. A conexão deles com os contextos nos quais viveram era totalmente assertiva. Para além do texto bíblico, se pesquisarmos as realidades sociais, econômicas, éticas e morais na época do texto, veremos que nenhuma palavra foi em vão, cada uma foi milimétricamente calculada para responder, exortar, consolar, animar, motivar, fortalecer, revelar, enfim, cada sentença profética tinha função clara e pertinente com cada situação. Oportunidades proféticas não eram perdidas.
Os tempos mudaram. Profetas oportunistas trataram de denegrir, desqualificar e tornar duvidoso, perante a opinião comum, a palavra verdadeiramente profética para o nosso tempo. Palpites, preferências, arrepios, chutes, intimidações e palavras de ordem acompanhados da senha “O Senhor falou...” se multiplicam como praga. E como praga, só produzem desgraça.
Um exemplo fresquinho acaba de ser consumado pelas urnas. O Brasil já sabe que a Marina não ganhou e está fora do segundo turno. Até aí, tudo normal, faz parte do processo eleitoral ganhar ou perder. O problema, sem uma boa solução, fica por conta dos profetas oportunistas.
De famosos a anônimos, nos últimos dias pipocaram no mundo gospel profecias declarando a vitória da candidata Marina. Todas oportunistas. E oportunistas porque sé apareceram depois da queda do avião e do crescimento surpreendente da Marina nas pesquisas. Naquele cenário ficava “fácil” profetizar e impressionar em showzinhos com performances bizarras tentando passar um ar espiritual.
Não faltaram vozes proféticas – e proféticas mesmo, como se espera que de fato sejam -, denunciando o desserviço que tais oportunismos faziam para a campanha da candidata, pois profecias falsas proferidas por falsos profetas só fazem afastar ainda mais aqueles que naturalmente rejeitam por medo, incompreensão ou discordância crenças que não aceitam.
E agora? O que dizem e como explicam os oportunistas a falha na profecia? Deus não foi capaz de convencer um número suficiente de eleitores? Estão em silêncio. Não serão cobrados por seus admiradores e, passado um tempo, em outro momento embalado por novos êxtases por parte de seus adoradores, farão o que sabem e gostam: mais profetadas oportunistas.
Se a Marina ganhasse. Se a Dilma ganhar ou se o Aécio ganhar precisamos, como povo de Deus, manter e manifestar com equilíbrio, firmeza, coerência e respeito aos demais as mesmas convicções e valores. Quais? Não importa quem ganha, A, B ou C. Não cremos num messias humano para o Brasil, num salvador da pátria, em alguém que da noite para o dia resolva 500 anos de problemas. Sabemos que as mudanças e avanços necessários passam por muito trabalho, diminuição drástica na corrupção, tolerância entre desiguais, transparência nas decisões.
Como mecanicamente disse a Dilma numa igreja evangélica, se referindo ao rei Davi: Feliz a nação cujo Deus é o Senhor. Sim, é no braço do Senhor que confiamos. O Messias que aguardamos já veio e voltará novamente. Nosso mandato cultural para respeitarmos o planeta e amarmos o próximo já foi definido há milênios, não depende de programa de governo de quem quer que seja.
Avessos ao cristianismo continuarão com seus discursos desconstrutivos repetindo que somos atrasados, tapados, portanto não somos modernos, plurais e atuais. É um direito deles se opor, criticar e desqualificar, faz parte do jogo. Mas como exigem, também têm de respeitar, tolerar, conviver. E esta, como toda época de crise na história, é uma real oportunidade profética.
É momento para se reafirmar todos os valores da fé cristã, balizadores de culturas no mundo inteiro geração após geração, fomentadores de paz, harmonia, livre pensamento, fidelidade familiar, cidadania responsável. Enfim, joio e trigo, que o Senhor comece o quanto antes a separação.
Paz!
- Edmilson Mendes
e-mail: [email protected]
blog: calicedevida.com.br
twitter: @Edmilson_Regina
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