Quanto mais indagação, mais sabedoria. Este é um conselho insistentemente repetido por muitos rabinos. Indagar é perguntar. Perguntas bem formuladas são uma arte. Quem sabe perguntar aprende mais, porque recebe melhores respostas. Quanto mais você indagar, mais dúvidas vai eliminar. No entanto, a maioria de nós, desde os primeiros anos escolares, temos vergonha de fazer perguntas em público, temos receio de nos expormos de formas ridículas. Quando ridículo, na verdade, é não perguntar, entrando e saindo da sala de aula com cada vez mais dúvidas.
A sala de aula é só uma das situações. Por vergonha evitamos indagações nas mais variadas ocasiões sociais, tudo para fugirmos de gracinhas e gozações. Se rirem da gente não importa, o que importa é o rico conteúdo que estamos formando. E aqui, nos conteúdos, temos de ir muito além das perguntas meramente técnicas, pois precisamos desenvolver e praticar o prudente e saudável hábito de pedir conselhos.
Bons conselhos são dados por boas pessoas. Você sabe quais são as boas pessoas dos seus relacionamentos, todo mundo sabe. Falar que não sabe é pura desculpa. O problema é que o bom conselho sempre é verdadeiro, o que faz com que às vezes machuque. É por este motivo que muitos se enganam e em vez de procurarem um conselheiro, procuram um aliado, alguém que fale o que querem ouvir e que, de preferência, acaricie seus erros e pecados.
Neste ponto já é possível fazer a comparação entre pedir conselho ou pedir empréstimo. Devemos pedir conselhos antes. Antes de partir para a prática de projetos, ouvir, pesar e ponderar conselhos evitará inúmeros transtornos e decepções. Óbvio, conselho só é bom para quem ouve e pratica. Empréstimo, na verdade, ninguém quer pedir. Pede-se por necessidade, por falta de alternativa melhor. Quem pede, pede porque precisa de dinheiro para resolver uma questão imediata, mas quase sempre não resolve a questão a médio prazo, pois paga-se uma dívida e cria-se outra.
Quem empresta fica com menos dinheiro do que tinha. Quem toma emprestado continua sem, pois persiste a dívida. Quem deseja um conselho pede algo que vai receber de graça. Quem dá o conselho, simplesmente dá, também é de graça. Embora toda experiência e sabedoria acumuladas terem um custo, na maioria das vezes alto, afinal, experiência e sabedoria não custam apenas dinheiro, custam tempo, dor, lágrima, perda.
Vale a pena separarmos tempo para aprender com aqueles que já trilharam a estrada pela qual só agora estamos passando. Quem são eles? Profetas, prostitutas, reis, fazendeiros, camponeses, cobradores de impostos, aleijados, leprosos, famintos, pastores, enfim, gente da Bíblia. Gente como eu e você. A lista, porém, não para na Bíblia. Também pertencem a lista avós, pais, pastores, tios e aqueles amigos mais chegados que irmãos. É muita gente com sabedoria acumulada para tão somente desprezarmos.
Estive em todas as situações: pedindo conselhos, dando conselhos, pedindo empréstimos e emprestando. Sem medo de errar, posso lhe garantir que dar um bom conselho, como ouvir e praticar um bom conselho, é das situações mais agradáveis para se estar. Não gera drama de consciência, arrependimento, frustração ou raiva. Já o tomar emprestado ou emprestar...
Paz!
Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: "Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".
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