É pra rir ou pra chorar?

É pra rir ou pra chorar?

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:43

Garotinha linda, filha de família amiga nossa, quando perguntada sobre a criação do mundo deu a seguinte resposta: É fácil! Deus disse: haja luz, e ageu! Ninguém se conteve, todos caíram na gargalhada. É pra rir.

Imagine a mesma menina, fofa e linda, tropeçando na escada rolante de um shopping qualquer, indo de boca ao chão e arrebentando três dentes. Você riria? É certo que não, espero. É pra chorar.

Os tempos atuais não são tão simples e claros assim. Rir da desgraça alheia, prática condenável até entre inimigos, tornou-se fonte de renda. Fonte de mau gosto, registre-se. Porém, se gera renda significa que existe um público consumindo um tipo de graça sem a menor graça. Há tempos perdemos o acesso saudável ao bom humor, inteligente, perspicaz e sem ofensas.

Formadores de opinião e fazedores de cabeça da geração atual, Danilo Gentili e Rafinha Bastos pisaram feio na bola nos últimos dias. Danilo Gentili, garoto que se julga humorista, tentou fazer piada com os moradores de Higienópolis, bairro paulistano, pelo fato dos mesmos serem contra a instalação de uma estação de metrô no local. A tentativa de ser o engraçado veio a público via Twitter com a seguinte frase: Entendo os velhos de Higienópolis temerem o metrô. A última vez que chegaram perto de um vagão foram parar em Auschwitz. Que tal? É pra rir ou pra chorar?

Agora a pérola (bijuteria, claro!) do Rafinha Bastos. Defendeu que as mulheres feias vítimas de estupro deveriam agradecer a violência que enfrentaram. A certa altura, depois de desfilar os argumentos mais toscos, soltou a seguinte frase: Tá reclamando do quê? Deveria dar graças a Deus. Isso pra você não foi um crime, e sim uma oportunidade. Sem noção é pouco. É pra rir ou pra chorar?

Ambos têm lá o seu talento. Não precisariam descambar para apelações e polêmicas tão desprezíveis. Arrancar risos custe o que custar é de uma infelicidade sem tamanho. O chato é que não estão sozinhos. São apenas dois exemplos entre tantos ruins. Piadas chulas ridicularizando valores, pessoas, conquistas, pipocam em praticamente todos os meios de comunicação.

Que Deus tenha misericórdia daquilo que aceitamos como conteúdo das nossas risadas. Que o nosso riso não nos distancie da Graça, pois a Graça salvadora de Cristo, de graça, continua a disposição de cada um de nós.

Paz!

pr. Edmilson Mendes

Edmilson Ferreira Mendes   é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: "Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".

Contatos com o pastor Edmilson Mendes:

www.mostreatitude.com.br  

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