Muito mais do que antecipar acontecimentos futuros, o profeta denuncia coisas. Basta ler a Bíblia e você chega a esta conclusão, grande parte do ministério profético no Antigo Testamento é marcada pela denúncia do pecado entre o povo. Por isso mesmo, a maioria dos profetas bíblicos viviam uma injusta impopularidade.
Quando Jesus protagoniza sua entrada triunfal em Jerusalém, seus discípulos e muitos do povo o louvam. Incomodados, os fariseus pedem a Cristo que os repreendam, fazendo-os calar. Mas Jesus dá a seguinte resposta: "Digo-vos que, se estes se calarem, as próprias pedras clamarão" (Lucas 19.40).
Em muitos assuntos a igreja está calada. Por medo, timidez, vergonha. De certa forma, a frágil psicologia moderna tem influenciado nossos púlpitos. Assim como os pais têm vacilos e receios para disciplinarem seus filhos, para não correr "riscos" de traumas, rebeldias e revoltas. Pastores e líderes têm vacilos e receios de abordar e se posicionar em determinados assuntos, afinal, seremos rotulados de retrógrados, fundamentalistas, legalistas.
Mas as pedras, quando nos calamos, continuam falando. Nesta semana, Rafinha Bastos, um dos apresentadores do CQC da TV Band, falou o que a igreja deveria estar falando, a começar por mim(!). Leia e tente ouvir o Rafinha, parece um profeta: "O Big Brother é uma das coisas mais estupidamente alienadas que a televisão já exibiu em toda a sua existência. Eu peço encarecidamente que você não perca o seu tempo e nem frite mais os seus neurônios assistindo a esta porcaria. Obrigado". Mais direto, impossível.
Para reforçar a denúncia do Rafinha, "BBB, a coisa mais estupidamente alienada da TV", vou destacar mais dois exemplos, todos na mídia e no povo e não vindo de igrejas, portanto, mais pedras clamando!
O primeiro exemplo vem do Rio de Janeiro. O juiz Cláudio Ferreira Rodrigues, da vara civil de Campos dos Goytacazes, quando deu a sentença em que determinou o pagamento de indenização de R$ 6.000,00 por defeito em um aparelho de TV, o fez com o seguinte argumento: "Na vida moderna, não há como negar que um aparelho de TV, presente na quase totalidade dos lares, é considerado bem essencial. Sem ele, como assistir as gostosas do Big Brother?" Pergunta o magistrado na decisão.
O segundo exemplo está na Veja desta semana, edição nº 2100, página 127, na matéria "O quarto do pânico". No texto, a revista denuncia que o quarto branco usado no programa, é uma técnica de tortura psicológica. Um dos participantes do programa confirma a acusação: "Tive tontura, claustrofobia e falta de ar," diz.
Lamentável. Um juiz justifica sua decisão dizendo que as pessoas não podem ser privadas de verem as "gostosas" do BBB. O programa, em nome da audiência, apela para as provas mais bizarras. De novo, lamentável.
Assistir ao Big Brother é como ter prazer num zoológico humano. No zôo de animais, quando estamos em frente à jaula do Leão, queremos vê-lo andar, rugir, fazer alguma coisa, e, via de regra, ele só dorme. No Big Brother a audiência também quer ver algo dos bichos humanos enjaulados na casa, quer ver intimidades, sacanagens, transgressões. Como diz o Rafinha, nada mais que uma estúpida alienação, tanto dos que estão na casa, como dos que estão fora dela!
Infelizmente, boa parte da enorme audiência recebida pela TV Globo, vem de evangélicos que ou não discernem, ou não questionam, ou não confrontam sua fé com os valores que Cristo anunciou.
O Big Brother é pobre, podre, indecente e decadente. Nada a ver com a luz que Cristo dá. Por isso mesmo é tão triste ver gente tão bonita, talentosa, cheia de sabedoria, com a marca do Cordeiro, jogando fora seu tempo com algo que, além de não edificar, ainda danifica valores, costumes, vocabulários, tendências, hábitos.
Resista. Não perca seu tempo com nenhuma espiadinha no BBB, como sedutoramente provoca o Pedro Bial. Não se deixe intimidar pelos modernos fariseus, não descuide do seu lugar na entrada de Jerusalém, junte-se aos verdadeiros discípulos e continue a clamar: "Bendito o que vem em nome do Senhor; paz no céu, e glória nas alturas". Lucas 19.38
Paz!
Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: '"Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".
Contatos com o pastor Edmilson Mendes:
Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia
O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições