Em média, de hora em hora, baleias grandes, como a azul e a cachalote, precisam vir à tona para respirar. Das baleias, a azul está em extinção apenas nos mares, porque voltou com toda força nas mídias, só se fala nela por conta do tal jogo e seus cinquenta desafios.
Comparo a saída da baleia para respirar com aquela ponta do iceberg que a gente vê e que é tão somente a ponta, pois tem muito mais além da capacidade do nosso olhar. O jogo da baleia azul trouxe à tona o tema suicídio e consequente debates sobre o assunto, despertando muitos para uma realidade que se repete faz muito tempo.
Vários questionamentos e reflexões vieram à tona: a culpa não é da baleia azul e sim dos pais ausentes; além da baleia azul tem uma série da Netflix que incentiva o suicídio; fique atento aos sinais que dá a pessoa que deseja se suicidar; na verdade todos que sofrem algum tipo de bulling estão sujeitos ao suicídio; todas as minorias são oprimidas e acabam vendo no suicídio uma saída para cessar sua opressão;... Enfim, multiplicaram-se textos com respostas, perguntas, análises, informações, a maioria deles válidos e com algo a acrescentar.
O suicídio, infelizmente, além de individual tornou-se global. Simplesmente as pessoas estão assustadas. A capacidade de concentração e raciocínio se esvai. Independente do lado que você prefira, como dito num passado recente, o medo parece estar vencendo a esperança. Cada um no seu canto vai driblando suas incertezas e suas dores.
Para piorar o clima de tensão, alguns títulos das notícias nos principais meios de comunicação saíram assim: Nações com o dedo no gatilho. No centro da disputa mundial para ver quem pode mais estão China, EUA, Coreia do Sul, Russia. Vários articulistas, especialistas e leigos, já consideram a possibilidade de uma terceira guerra mundial.
Mas será que já não estamos vivendo em meio ao caos? Apenas como comparação, em 2015, a guerra no Afeganistão levou a óbito cerca de 3.500 civis, enquanto o trânsito no Brasil matou cerca de 45.000. É assustador, desesperador e... comum, tristemente comum, nos acostumamos a tais números e nem nos damos conta deles.
Em parte o mundo está morrendo. Em parte o mundo está se matando. A falência da política, da economia, dos valores, da moral, das instituições, é a falência da segurança tanto física quanto psicológica e de todos os alicerces que sustentaram as gerações até aqui. Seja no bairro pobre ou no rico, seja no país de terceiro mundo ou no de primeiro mundo, não importa onde e nem a classe social, no geral todos estão apavorados por não saberem o que será do amanhã.
O mundo está pouco a pouco matando o próprio mundo. Vivemos o paradoxo das fantásticas inovações da tecnologia que não param de nos proporcionar avanços e confortos impensáveis em outras épocas, enquanto ao mesmo tempo seguimos regredindo na escalada da paz, do amor, do respeito, da ética, da felicidade. Com um botão acessamos o que quisermos, até disparamos bombas fatais, mas não somos capazes de acessar os mistérios do coração e da alma humana.
A tragédia é global e em todas as áreas. No final do Eclesiastes, um dos textos mais existenciais da bíblia e no final do Apocalipse, a revelação sobre o fim dos tempos transmitida a João, lemos dois conselhos preciosos para todo tempo que se mostre no seu final. O primeiro orienta claramente com respeito a tudo quanto tenhamos ouvido ou visto, o nosso dever é guardar os mandamentos e temer a Deus. O segundo aconselha a quem for injusto e sujo a praticar sua injustiça e a sujar-se mais, mas quem for justo a praticar ainda mais justiça. A ideia geral é bastante simples, direta e profunda, o mundo inteiro pode estar vacilando entre suicidar-se ou não seja por qual motivação ou decepção que for, mas você não, fique firme nas promessas e fundamentos que o Eterno comunicou à você, pois cai a erva e seca-se a flor, caem montes e movem-se continentes, inundam-se ilhas e somem cidades, caem reinos e se erguem reinos, surgem líderes e somem no esquecimento da poeira do tempo, mas a Palavra de Deus permanece para sempre vencendo séculos e séculos eternamente. O mundo pode até estar vivendo seus dias de aflição e morte, porém o sol da justiça e da vida já vai despontando no horizonte da história.
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