Uma vez um médico disse que “pé na areia” era o remédio ideal para desestressar das correrias que estávamos enfrentando, eu e a Re. Que remédio! Recomendo para todos meus amigos. Colocar o pé na areia, receber no rosto aquele vento que só o mar é capaz de soprar, contemplar demoradamente a imensidão do mar com sua variedade de brilhos e cores, caminhar naquela parte que a água encontra seu limite e molha apenas nosso calcanhar, ahhhh, é simplesmente revigorante.
Gostamos do remédio, não tem nenhuma contra-indicação. Assim, nenhum médico precisou mais orientar, sempre que dá, lá estamos nós colocando os pés na areia. 2018 começou exatamente assim, nós e parte de nossa família iniciamos o ano vivendo dias de sol, de riso, de brincadeira, de farra boa, enfim, de pé na areia.
Propositalmente desligamos os canais de notícias e só nos preocupamos com armar tenda, aplicar bronzeador, água de côco, chinelos, regatas, esteira, milho, pastel, salada, guarda sol, desarmar tenda e curtir um papo sem nunca ter hora para acabar. Foi bom e as tais notícias não fizeram qualquer falta, constatei quando voltamos. Ao ligar o rádio, acessar a internet e abrir o jornal tudo que tinha era mais do mesmo, nem parecia 2018. Eram notícias tão iguais que se não fosse nossa viagem dava para achar que 2017 estava ali, parado num buraco negro qualquer.
Então pensei, será que vamos ter que aguentar só notícia ruim neste ano? Faz tempo que minha fonte de notícia para o dia de hoje é o livro de ontem, a bíblia, ontem, hoje e eternamente. Afinal, como confiar em notícias científicas que num ano condenam o chocolate, o leite, o café, a carne e, no ano seguinte, absolve, elogia e incentiva seu consumo? Como confiar nas pesquisas que ao final mais manipulam do que ajudam? Seca-se a erva, cai sua semente, falha a fonte sigilosa do repórter, desmente-se a notícia, caem as máscaras, surgem escândalos, tombam celebridades, mas a Palavra do Senhor permanece para sempre, e sempre, e sempre. Na boa, fecho com a Palavra, nela tem orientação segura para o meu dia de hoje, de amanhã, depois de amanhã...
Voltemos à praia, lá é bem melhor. Teve um momento singular. Estávamos batendo papo na casa, eu estava saboreando um incomparável doce de banana caseiro, feito pelo Ismael, meu cunhado, (se um dia ele te chamar para ir na casa dele e te servir doce de banana, mesmo que você não gostar, aceite, prove e depois me conte como foi a experiência...), aí de repente esbarrei minha mão na vasilha de sobremesa e a mesma foi ao chão. Todos nós olhamos assustados pelo fato de perdermos parte de um doce precioso, mas, quando olhamos, a vasilha caiu com a boca para cima! Nenhum tantinho do doce se perdeu! O comentário na mesa foi uníssono: 2018 tá começando bem!
Não somos supersticiosos, tivesse ou não se perdido o doce, estes eventos insignificantes não definem o ano de quem quer que seja. Mas gosto de pensar que a Providência pode ter protegido meu desimportante, insignificante e nada decisivo doce de banana para qualquer destino da minha história e, se a Providência pode fazer isso, caso queira fazer, o que mais pode ela controlar, cuidar, zelar, providenciar? Enfim, o doce de banana, como já afirmei, estava uma delícia, e é com este sabor que quero encarar 2018, dando uma banana pro pessimismo e trabalhando incansavelmente por dias mais doces, generosos e únicos.
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