Desde sempre já se sabe sobre os finais trágicos que são provocados pelas más escolhas. Pais, quando aconselham, via de regra o fazem porque já sabem o final de cada caminho escolhido pelos filhos. No entanto, doces venenos seduzem além das ficções dos contos de fadas. Nenhuma geração teve tanta consciência e informação a respeito do pecado como a atual e, mesmo assim, sabedora das consequências inevitáveis, faz do pecado uma comédia, acreditando que ele nunca se transformará num filme de terror.
Nadja Benaissa, estrela da música pop alemã, começou a ser julgada dia 16.08.10 por ter ocultado que era soropositiva. No julgamento, Benaissa admitiu que não disse a verdade a respeito do seu estado de saúde a três amantes, com os quais praticou sexo sem nenhuma proteção. Depois de admitir e alegar que não tinha intenção de contaminá-los, finalizou sua fala com duas palavras que nada resolvem: sinto muito. No caso da justiça alemã, sua condenação, se acontecer, poderá variar entre seis meses e dez anos de prisão.
Percebeu o total descaso com o real perigo do veneno? A cantora alemã infectou com AIDS pelo menos um dos três amantes com os quais se relacionou, segundo o que já foi admitido por ela e comprovado até agora. Mas ela alega que não tinha a intenção de contaminar e sente muito por tudo que aconteceu. Sente muito? Ah, ta! No mínimo, tal posição da cantora alemã espalha um cheiro de indiferença no ar. E uma indiferença consciente, o que é pior. Afinal, estamos falando de uma estrela pop alemã com 28 anos de idade, portanto alguém com um mínimo de cultura e formação, situação bem diferente das populações de quinto mundo que estão sendo dizimadas pela AIDS.
O julgamento de Benaissa é emblemático, pois explica um pouco da lógica que vai na cabeça de parte da geração atual. Sei os perigos em se praticar rachas, mas vou. Sei dos riscos das múltiplas formas de sexo que o mundo oferece, mas pratico. Sei dos perigos do álcool, mas bebo. Sei dos males que causa uma calúnia, mas minto. Sei da corrosão causada na alma por desejar carnalmente o que é dos outros, mas invejo. Sei que preciso frear, mas acelero. Sei que preciso ponderar, mas grito. Sei que preciso ouvir, mas só quero falar. Sei que preciso tolerar, mas ofendo. E mesmo sabendo tudo isso e muito mais, eu faço tudo o que faço sem intenção planejada de prejudicar alguém. Então, se prejudicou, sinto muito.
Assim funciona a lógica atual, sabe que o pecado é um veneno mortal, porém continua bebendo dele, na arriscada confiança que nada de mal irá acontecer. Mas acontece, sempre acontece. Venenos matam, e se o contra-veneno não for aplicado urgente, a morte física, social, espiritual e emocional se apresentará sem apelação.
Em todas as escolhas que fazemos é possível eliminar o veneno e ficar apenas com o doce. Exemplo? Já que o julgamento da cantora tem como objeto um tema que remete a sexo, fiquemos nele. Sexo, desde o Genesis, é doce. O veneno foi adicionado por todas as relações inventadas pela imaginação humana. Caída, mas ainda assim imaginação. Evitar o veneno cabe a mim e a você. O sexo, com a bênção de Deus para marido e esposa, continua sendo razão de festa em milhares de lares espalhados pelo mundo, lares onde o veneno não encontra espaço para contaminar o doce, pois todos os espaços estão fielmente preenchidos com o sangue de Cristo, puro, remidor e salvador.
Paz!
Pr. Edmilson Mendes
Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: "Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".
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