Vírgula ou ponto final?

Todos os veículos de comunicação quando se propõem a opinar, deveriam dar voz a opiniões de todos os lados.

Fonte: Guiame, Edmilson Ferreira MendesAtualizado: quinta-feira, 28 de maio de 2020 às 15:55
(Foto: Anas Alshanti/Unsplash)
(Foto: Anas Alshanti/Unsplash)

A tensão aumenta. A expectativa é grande. Como será o amanhã? Depois de tantas prorrogações e novos decretos, a maioria da população está alarmada, incerta, duvidosa. Será que finalmente, após o dia 31 de maio, começará a flexibilização para a saída do isolamento ou as coisas vão piorar?

Enquanto isso, existe outra pandemia acontecendo numa velocidade e num volume assustador. É a pandemia emocional. Tem gente sofrendo, tem gente em pânico, tem gente com depressão aguda, tem gente com fobias as mais variadas, tem gente desesperada, tem gente sem qualquer perspectiva, tem gente com muito medo, tem gente querendo fugir, querendo o fim de tudo isso, tem gente pensando seriamente em suicídio e, infelizmente, tem gente que já não suportou e se suicidou.

A guerra que se trava no campo das informações e notícias em nada ajuda. Ao contrário, apenas produz incerteza, insegurança, desconfiança. Muitos repórteres saem às ruas para caçar notícias que lhes interessam e aos seus superiores, pois notícias que contrariem a linha editorial para a qual trabalham não servem, devem ser descartadas. Em termos de imprensa, o momento que atravessamos é ao extremo obscuro e profundamente lamentável, para não dizer perigoso.

Notícias deveriam ser apenas... notícias. Relatos do que de fato está acontecendo. Já a opinião crítica deveria ser exercida com ampla liberdade e respeito. Porém com um detalhe, todos os veículos de comunicação quando se propõem a opinar, deveriam dar voz a opiniões de todos os lados, permitindo ao ouvinte tirar suas próprias conclusões. Talvez seja essa postura uma utopia, como sonhou Thomas Morus. Mas sonhar bons sonhos ainda é permitido e, se tivermos um pouquinho de ousadia, até consigamos lutar por bons sonhos.

Enquanto escrevo, enquanto você lê, o vírus vai fazendo seus estragos, assim como o vírus da iniquidade que vai adoecendo vontades, desejos, cobiças, emoções, maldades, pecados. A maioria já não tem dúvidas, estamos escrevendo um dos capítulos mais tristes da nossa era. E aqui entra a pergunta deste texto: vírgula ou ponto final? Esta pergunta é o questionamento central no filme “Vendedor de sonhos”, no qual o suicídio é discutido através da vida de um executivo bem-sucedido em sua carreira, mas um total fracasso no relacionamento com seu filho.

No filme, muitos dramas e motivações frente à busca do suicídio como solução para as dores da alma, são debatidos, assim como possibilidades de enfrentamento são sugeridas. Destaquei esta: Não devemos colocar um ponto final em nossas vidas, pois a vida, com todas as suas injustiças e dores, pode nos presentar com uma vírgula, a fim de que a gente continue a escrever uma outra história.

Não desista. O que passou, passou. Chegará o tempo de sairmos todos desta pandemia, portanto cuide-se. Entregue sua vida e todas as emoções do seu coração nas mãos de Deus, pois já pensou a pandemia do vírus acabar e chegar a triste constatação que a pandemia emocional não foi embora? Olhe para esta pandemia como uma vírgula e deixe o ponto final nas mãos dAquele que tem, Ele só, a palavra final.

Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: '"Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Leia o artigo anterior: Deus não faz rodízio

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