Contradições e Falsos Princípios

Contradições e Falsos Princípios

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:05

Em 1968, teólogos e sociólogos católicos da América Latina, tomaram parte na Conferência de Bispos e Sociólogos, realizada na cidade colombiana de Medellín. Naquele ano, essa tendência ficou conhecida como a teologia da revolução mas, desde 1972 e até hoje, tornou-se a tão conhecida e discutida "Teologia da Libertação".

Foi também em 1972 que a Teologia da Libertação foi reconhecida por algumas denominações protestantes, que integram o Conselho Mundial de Igrejas, quando da Conferência sobre Missão e Evangelização da CMI, em Bangcoc, Tailândia.

A mensagem da teologia a libertação é muito simples: a salvação do homem significa a libertação política de toda a forma de opressão que impediu a humanização completa do homem.

O pecado e a culpa são basicamente sociais em suas origens, isto é, sinônimo de opressão e injustiça social.

O ponto de referência das mudanças não está no interior do homem, em seu estado de indiferença para com Deus, mas a conversão tem a ver com fatores externos, tal como as estruturas sociais.

Os teólogos da libertação são convencidos de que o socialismo é a pré-condição necessária à construção de uma sociedade justa e humana, isto se dando pela apropriação dos meios de produção.

Gustavo Gutierrez, precursor peruano da teologia da libertação, ofereceu o significado de sua mensagem, quando escreveu: "É uma reflexão teológica nascida da experiência de esforços compartilhados para suprir a situação injusta atual, e de construir uma sociedade diferente, que seja mais humana" (do Livro "A Teologia da Libertação", do próprio G. Gutierrez). Nas implicações teístas da teologia da libertação "o Salvador, ou Cristo do Futuro libertado, é o espírito da humanidade despertado para combater as estruturas depressivas ordenadas e sustentadas pelo Deus - Criador... a humanidade se percebe sendo portadora do futuro de Deus, a verdadeira divinização da próxima era... Sua tarefa salvadora, então, é produzir (nas palavras de Gutierrez) a criação contínua que não termina jamais, uma nova maneira de ser homem.

Essa nova maneira de ser homem é chegada porque o homem tem descoberto o divino dentro de si, e sendo assim se vê criado de novo. Esta nova criação é contínua porque o espírito libertado não conhece fim sem utopia: que não é lugar nenhum, sem uma perspectiva infinita".

Em sua natureza e objetivo, a teologia da libertação tem no marxismo a sua força impulsora.

O princípio hermenêutico, pelo qual toda a Bíblia é interpretada à luz do conceito marxista, abre espaços para a luta de classes através do que se daria a transformação radical das estruturas injustas sociais existentes. Cá pra nós, com o desmonte do comunismo e a conseqüente diluição da "ditadura comunista do proletariado", haveria lugar, ainda para o idealismo dos intelectuais da teologia da libertação?

Nos próximos estudos, veremos que, mesmo com toda a habilidade e astúcia, ainda assim não é possível mesclar a verdade da palavra de Deus aos homens com a teoria e práxis marxistas.

Eli Fernandes de Oliveira é pastor titular da Igreja Batista da Liberdade (SP) desde 1984. É Bacharel em Teologia pelo STBNB; Psicanalista Clínico pela SPOB; Mestre em Teologia e Mestre em Ministério pela Faculdade Teológica da Fé Reformada, São Paulo, e Doutor em Teologia Th.D (cum claude) pela Universidade Cohen, Los Angeles, CA.

Já foi condecorado com Medalha Anchieta, da Câmara Municipal de São Paulo; Prêmio de Personalidade do Ano, pela Academia Paulista Cristã de Letras; Comenda Paul Harris, do Rotary Club e Membro Honorário da Força Aérea Brasileira.

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