A bomba mais poderosa do mundo

Anibal Pereira Reis (1924-1991), ilustrado escritor e apologeta cristão, disse que a bomba mais poderosa do mundo é a bomba “i”, a bomba das ideias. A bomba “i” é mais devastadora que a bomba atômica e mais nociva que a bomba de hidrogênio. As ideias governam o mundo, para o bem ou para o mal. Há ideologias malignas, que postas em prática, produzem carrascos impiedosos, subjugam nações e impõem aos povos opressão e miséria. Um exemplo clássico dessa triste realidade é o comunismo ateu.

O comunismo, com um falso discurso de igualdade econômica e social, produziu pobreza e miséria. Combatendo a estratificação social e exaltando o proletariado, generalizou a pobreza, exceto para aqueles que estavam empoleirados no poder. Governando com mão de ferro, sufocaram todas as formas de liberdade. Não aceitando o contraditório, fecharam os canais de comunicação e amordaçaram o povo. Sufocando as vozes de oposição, perseguiram e mataram aqueles que denunciavam seus crimes horrendos. Encabrestando as consciências, impuseram brutal violência às vozes dissonantes. Hasteando a bandeira do ateísmo, perseguiram com ódio mortal, a religião cristã.

É fato incontroverso que onde o comunismo se estabeleceu, o povo gemeu sob o tacão cruel da intolerância. No século vinte, o comunismo ateu oprimiu, massacrou e escravizou nações inteiras. As nações que foram tomados por essa ideologia perniciosa viveram sob a opressão do medo, sob o látego do sofrimento, amargando a mais severa pobreza. O comunismo foi a principal causa do martírio de cristãos no século vinte. Assistimos, com pesar, ainda hoje, a triste realidade dessa opressão em nações como Coreia do Norte, Cuba, Guatemala e Venezuela.

É alarmante que essa ideologia seja implantada em nome da democracia. A mentira veste-se de verdade e desfila garbosa nos palanques eletrônicos e na grande mídia. Políticos populistas, blindados por sistemas corruptos, conseguem ascender ao poder, com discursos demagogos para aparelhar o Estado para um projeto de poder, onde o povo vai sendo vigiado, controlado, amordaçado e escravizado. O Estado fica obeso e o povo desnutrido. As riquezas da nação servem aos poderosos e companheiros e o povo paga a conta das elites travestidas de benfeitoras da população. A dinheirama abastece o sistema, para que os corruptos não sejam alcançados pelo braço da lei e se alcançados, não permaneçam sob suas sanções. No comunismo não existe liberdade de expressão nem voz de oposição. As vozes que se levantam são caladas por sanções severas e ameaças mortais.

Hoje o comunismo não arreganha os dentes da morte como outrora. Mudaram de tática. Seus ideólogos, como o italiano Antonio Gramsci (1891-1937), defendem o marxismo cultural. Para implantar esse regime perverso, pregam que é preciso descontruir os valores judaico-cristãos. O modelo de família tradicional precisa ser derrubado. A religião cristã precisa ser combatida. Esses pilares da sociedade precisam ser dinamitados. A ditadura do relativismo precisa ser implantada. Valores morais absolutos são um estorvo ao regime e precisam ser combatidos. Geram o caos para que os ditadores permaneçam no poder. Produzem a miséria para que o Estado seja a única fonte de distribuição das migalhas. Aparelham o Estado para que todo esforço de mudança seja sufocado no nascedouro. Invertem os valores, a fim de que trevas sejam consideradas luz e a luz trevas.

Oh, que Deus nos livre desse regime tão perverso! Que Deus se apiede da nossa nação, para que jamais venhamos a cair nas garras do comunismo. Estejamos sempre alertas sobre a mais poderosa bomba do mundo, a bomba das ideias!

Hernandes Dias Lopes é pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, escritor, membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil e diretor executivo da Editora Luz para o Caminho.

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