Deus pôs a eternidade em nosso coração

Uma vez que o homem foi criado por Deus e para Deus, somente o próprio Deus pode dar sentido à sua vida.

Fonte: Guiame, Hernandes Dias LopesAtualizado: sexta-feira, 12 de abril de 2019 às 16:03
(Foto: Gerd Altmann/Pixabay)
(Foto: Gerd Altmann/Pixabay)

“Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem…” (Ec 3.11).

O que existe, existe porque Deus criou. Deus não apenas fez do nada tudo o que existe, mas fez com refinada formosura. Dentre as coisas belas que Deus fez, o homem criado à sua imagem e semelhança, foi a obra mais bela. Somos a obra prima do criador, o arremate da criação. O universo com toda a sua vastidão, os céus dos céus com toda a sua magnitude e as galáxias incontáveis com toda sua miríade de luzeiros, não refletem tanto a majestosa criação divina como o homem. Este sim, é a coroa da criação. O homem foi feito para ter comunhão com o criador. Foi criado para adorar a Deus e deleitar-se nele. Por isso, Deus colocou a eternidade no seu coração. Que implicações tem essa verdade magna?

Em primeiro lugar, o homem foi criado para a transcendência. As coisas que vemos e apalpamos, por mais raras, por mais nobres e por mais caras não podem atender aos reclamos de nossa alma. Bens terrenos, prazeres efêmeros, conquistas financeiras não preenchem o vazio do nosso coração. Fomos criados para alturas mais excelsas. Fomos feitos para aspirações mais sublimes. Temos em nós não apenas as digitais do criador, mas também, sua própria natureza. Fomos criados como seres morais e espirituais. Fomos feitos para nos relacionarmos com Deus, amá-lo e frui-lo. Só o que é transcendente pode satisfazer aos anseios mais profundos do nosso ser.

Em segundo lugar, o homem foi criado para a eternidade. Deus criou anjos, homens e animais. Os anjos são espíritos, mas não têm corpo. Os animais têm corpo, mas não têm espírito. O homem tem corpo e espírito. É um ser físico e espiritual. Tem imanência e transcendência. Pertence ao tempo, mas ruma para a eternidade. Vive na história, mas seus olhos miram o que está para além da história. A morte não pode colocar um ponto final em sua existência. Deus colocou a eternidade em seu coração. Sua existência não se limita ao breve percurso do berço à sepultura. A eternidade está em seu coração. Os luzeiros do tempo não podem iluminar os recantos de sua alma.

Em terceiro lugar, o homem foi criado para prazeres mais elevados. Quando a Bíblia diz que Deus colocou a eternidade no coração do homem, está dizendo, também, que os prazeres terrenos e temporais não podem satisfazer sua alma. Os prazeres desta vida e as paixões carnais não saciam sua sede de prazer. As taças transbordantes dos deleites deste mundo podem satisfazer o homem por um tempo, mas depois entorpecem sua mente, anestesiam sua consciência e escravizam sua vontade. Somente os prazeres espirituais, resultantes da comunhão com Deus podem serenar sua alma, aquietar sua mente e transbordar de gozo o seu coração. Uma vez que o homem foi criado por Deus e para Deus, somente o próprio Deus pode dar sentido à sua vida.

Em quarto lugar, o homem foi criado para a vida eterna. Aqueles que investem apenas nesta vida são loucos. Aqueles que buscam o sentido da vida nas aventuras da embriaguez, ou na instabilidade das riquezas, ou nas aventuras do sexo ou mesmo no glamour do sucesso descobrem que todas essas conquistas não passam de vaidade. Tudo isso tem um brilho fugaz, como a névoa. Nossa alma não encontra pouso certo senão nos braços de Jesus. Nosso coração não encontra porto seguro, senão na posse da vida eterna. Essa vida eterna não se compra com dinheiro nem se alcança por merecimento. A vida eterna é uma oferta da graça de Deus, recebida mediante a fé em Jesus Cristo. Somente o homem que tem a vida eterna é verdadeiramente feliz. Sua bem-aventurança não se limita ao tempo, mas transborda para dentro da própria eternidade.

Texto originalmente publicado em hernandesdiaslopes.com.br

Por Hernandes Dias Lopes - pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, escritor, membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil e diretor executivo da Editora Luz para o Caminho.

* O conteúdo do texto acima é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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