“Já é tempo, Senhor, para intervires, pois a tua lei está sendo violada” (Sl 119.126).
O salmista, olha ao seu redor e vê sua nação mergulhada numa grande crise. Essa crise é resultado da apostasia religiosa e do colapso moral. A lei de Deus, reguladora da fé e conduta, estava sendo violada. Ainda hoje, essa crise permanece. A lei de Deus está sendo escarnecida. Os dez mandamentos estão sendo desprezados como coisa de nenhum valor. Por isso, também, devemos clamar por uma intervenção de Deus. Vejamos em que sentido a lei de Deus está sendo violada:
Em primeiro lugar, o único Deus está sendo substituído por outros deuses. O primeiro mandamento estabelece que há um só Deus. Os deuses dos povos foram criados pelo homem, mas o Deus verdadeiro é o criador, provedor e salvador do seu povo. Nele devemos colocar nossa confiança. Fora dele não há salvação.
Em segundo lugar, o culto espiritual está sendo corrompido pela idolatria. O segundo mandamento mostra que o único Deus vivo e verdadeiro deve ser adorado da maneira que ele mesmo prescreve em sua palavra. Portanto, toda forma de idolatria é uma deturpação do culto. Deus não busca adoração, mas adoradores que o adorem em espírito e em verdade.
Em terceiro lugar, o nome de Deus tem sido desonrado pela falta de reverência. O teceiro mandamento revela que o nome de Deus deve ser santificado. Tomar seu nome em vão é desonrar a Deus, utrajar sua glória e ofender sua santidade. Palavras imorais, piadas indecorosas e expressões desprovidas de reverência com o santo nome de Deus é uma ofensa ao Altíssimo.
Em quarto lugar, o dia do Senhor tem sido desprezado pela secularização. A sociedade está cada vez mais secularizada. Os homens esquecem-se de Deus, buscam seus próprios interesses e fazem isso, inclusive, no dia que Deus reservou para o seu povo adorá-lo. A guarda do dia do Senhor nos foi dada para nosso deleite em Deus e o nosso descanso das lides da vida.
Em quinto lugar, os pais têm sido desonrado pelos filhos em nossa geração. Honrar pai e mãe é o caminho da longevidade e da prosperidade. Honrar pai e mãe é um gesto que agrada a Deus, fortalece a família e abençoa a sociedade.
Em sexto lugar, a vida humana está sendo banalizada. O sexto mandamento trata da sacralidade da vida. Só Deus tem poder para dar a vida e autoridade para tirá-la. Somos guardiões do próximo e não seus flageladores. Não podemos tirar do próximo o seu bem maior, a própria vida.
Em sétimo lugar, a honra do próximo está sendo aviltada. Os valores morais estão de ponta-cabeça nessa sociedade hedonista e imoral. O aviltamento do sexo, o incentivo ao adultério e a prosmicuidade dos costumes aproxima nossa geração de Sodoma e Gomorra.
Em oitavo lugar, a honestidade no trato com dinheiro está em franco declínio. Depois que a lei de Deus tratou do respeito à vida e à honra do próximo, o oitavo mandameneto lida com o respeito aos bens do próximo. Em vez de roubar, o homem deve trabalhar. Em vez de usar de espertezas para saquear o alheio, o homem deve socorrer os necessitados.
Em nono lugar, o nome do próximo tem sido enlameado pela maledicência. O nono mandamento lida com a honra ao nome do próximo. Em vez de falar mal, devemos considerar uns aos outros em honra. Em vez de desmerecer o próximo com calúnias mordazes, devemos abençoá-lo com atitudes nobres.
Em décimo lugar, desejar ilicitamente o que é do próximo é fazer do coração um laboratório de crimes. O décimo mandamento é o único do decálogo que é subjetivo. Deus considera não apenas nossas ações, mas, também, nossas motivações. Ele vê não apenas nossos atos, mas, também, perscruta nossas motivações. Em face do exposto, devemos também clamar: “Já é tempo, Senhor, para intervires, pois a tua lei está sendo violada”.
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