Na Lei de Moisés houve permissão tanto para o divórcio como para a poligamia (embora esta permissão envolvia o curioso fato de um homem ter mais de uma esposa mas nunca uma esposa ter mais de um marido). Porém, já vimos que Jesus declarou que Moisés permitiu estas coisas pela dureza do coração do homem e enfatizou que não foi assim no começo (nem seria mais assim a partir de então). O fato é que quando Deus criou Adão o presenteou com uma única esposa.
O plano divino é que cada marido tenha sua esposa e que casa esposa tenha seu marido, pois o que foge disto é prostituição (1 Co 7.1,2). Porém, vale destacar que, justamente depois de estabelecer este fundamento de monogamia (e derrubar a prática da poligamia mostrando ser ela nada menos que prostituição), o apóstolo Paulo ensina uma das coisas mais importantes para proteger o matrimônio (agora do adultério, outra forma de impureza): uma vida sexual saudável, com fidelidade e também com intensidade – com qualidade e também com quantidade!
Falarei mais adiante (em dois capítulos) sobre este dever conjugal do sexo. Mas quero deixar aqui uma palavra de advertência às esposas. É claro que, sempre que generalizamos, acabamos sendo injustos com alguns. Mas, se o conselho serve para a maioria, deve ser dito. Se não servir para você, pessoalmente, pode ao menos ajuda-lo a entender e ajudar os outros. O recado é o seguinte: muitas mulheres (cristãs) estão “empurrando” seus maridos (cristãos) para o adultério! Paulo declarou algo importante sobre a intensidade e frequência do ato conjugal que muitos casais não tem dado atenção:
“Não vos priveis um ao outro, salvo talvez por mútuo consentimento, por algum tempo, para vos dedicardes à oração e, novamente, vos ajuntardes, para que Satanás não vos tente por causa da incontinência.” (1 Coríntios 7.5)
Deus mandou suprir esta necessidade de seu cônjuge, não mandou você boicotá-lo! Negligenciar a intimidade é dar brecha para que o inimigo entre num casamento. Mas muitas mulheres acham que devem decidir se o marido merece o momento de intimidade… Sexo é dever, é dívida! Se fluir em amor e romantismo, melhor. Se não, com o perdão da expressão, que seja o cumprimento do dever!
Deixe-me dizer-lhe uma coisa: muitas mulheres que acham que o sexo deve ser uma recompensa ao comportamento do marido estão, na verdade, se prostituindo. Sei que isto parece muito chocante para algumas irmãs, mas deixe-me expor o raciocínio antes de você se defender. Ao agir assim, estas esposas estão se vendendo em troca de um presente, de um favor, de uma atitude… Pode não ser por dinheiro, mas elas estão se vendendo! O sexo não é um negócio, mesmo que a “moeda” de troca seja emocional. Não pode ser fruto de uma mentalidade sanguessuga; é uma entrega, é uma expressão de amor (sacrificial, se for o caso), é uma doação – não uma venda (pois a partir do momento que tem haver algum tipo de pagamento, ainda que emocional, tornou-se uma venda).
Sei que há exceções, mas via de regra, as mulheres se omitem mais nesta área do que os homens. A explicação pode ser só natural, como diz o casal australiano Alan e Bárbara Pease (“Porque os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor” – Editora Sextante) que afirmam o hipotálamo (região neurológica ligada ao apetite sexual) do homem chega, em alguns casos, a ser dez vezes mais desenvolvido que o da mulher.
De qualquer forma, independentemente de ser homem ou mulher, ou mesmo de qual seja o “ritmo” de cada um, a frequência da vida sexual deveria ser determinada não pelo seu próprio desejo, e sim pela necessidade de seu cônjuge. Lembrando também de outro valor bíblico:
“A alma farta pisa o favo de mel, mas à alma faminta todo amargo é doce.” (Provérbios 27.7)
Se você mantém seu cônjuge saciado, suprido, pode surgir as mais tentadoras propostas de infidelidade e ele certamente vai pisá-las. Entretanto, para aquele que não tem sido suprido, qualquer oportunidade de pecado que surgir, e digo qualquer mesmo, pode ser muito atraente e sedutora!
A palavra hebraica traduzida para a alma “farta” é “ebs”, e significa: “saciado, satisfeito, empanturrado, farto”. A mulher deve proteger seu marido de outras mulheres e da tentação maligna não só orando por ele, mas servindo-o muito bem nesta área.
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