"Check in" Impossível

P assei apuros algumas vezes por chegar atrasado nos aeroportos da vida. Outras vezes cheguei a perder vôos, como me aconteceu de certa feita em Paris. Dirigi-me ao aeroporto de Orly para tomar o avião que me levaria a Lisboa, Portugal. Cheguei atrasado e esbaforido ao balcão para fazer um "check in" impossível. O avião já havia decolado. A sensação foi horrível. Melhor nem lembrar.

C omo protestar se voce está 1 hora atrasado? Olhei para o meu relógio e para o ticket para me certificar de que não havia confundido o horário do vôo... Alguns minutos após resolvi olhar para o relógio do aeroporto e só então me apercebi de que estava mesmo atrasado, orientando-me pela hora de Londres. Havia chegado da Inglaterra já há dois dias e não havia ajustado o relógio segundo o fuso horário local.

A lgum tempo atrás quase perdi um vôo de Kuala Lumpur, Malásia, para Johanesburgo, Africa do Sul. O prejuízo teria sido muito maior que aquele que tomei na Europa. É desesperador ouvir o seu nome sendo chamado pelos auto falantes que anunciam a última chamada do vôo tal para esse e aquele lugar.  Foi notório o constrangimento ao entrar no avião e ter todos aqueles olhares voltados para mim, o responsável pelo atraso da decolagem.

N a França não passei pelo constrangimento completo porque já não havia mais ninguém me esperando para embarcar. Partiram simplesmente e me deixaram pra trás. Resultou que acabei alugando um carro e fazendo o trajeto por terra, aproveitando assim para curtir a paisagem rural da França com direito a uma parada obrigatória em alguns lugares pitorescos como a belíssima Biarritz.

E ssa coisa de tentar fazer um "check in" impossível, tentando embarcar num avião que já decolou, fez-me lembrar dos contemporâneos de Noé que tentaram embarcar depois que as portas da nave já haviam sido fechadas e o procedimento de partida já havia sido iniciado. Segundo o relato da Biblia no livro de Gênesis, perderam não só a condução mas também a própria vida em razão de sua displicência.

E nquanto alguns, prudentes, tomaram as providências para os dias de crise que estavam para se abater sobre a terra, outros, imprudentemente desdenharam as advertências quanto à necessidade de cuidado. Algo semelhante acontecerá quando do retorno de Jesus. Foi Ele quem disse que sua volta será em tempos como nos dias de Noé.

A lguns poucos tem considerado seriamente os avisos com respeito a vinda de Cristo. Ele classificou como prudentes e imprudentes as pessoas que presenciarão o arrebatamento da Igreja.  A maioria desdenha abertamente tal coisa. Esses esbravejarão desesperados nos balcões do cais vazio procurando fazer um "check in"  impossível para tomar um barco que já içou âncoras e fez-se ao mar largo… Aqueles, entretanto, que estão vigilantes não encontrarão um cais vazio. Os prudentes, como um bom mineiro, não perderão o último trem da história. "De jeito manera!" .

Luiz C. Leite é pastor, psicanalista, administrador de empresas, conferencista e escritor. Autor de "O poder do foco", editora Memorial; e "A inteligência do Evangelho", editora Naós; além de vários títulos por publicar.

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