Nietzsche, esse louco!

Nietzsche, esse louco!

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 3:29

"A última coisa que eu haveria de prometer seria 'melhorar' a humanidade. Eu não haverei de erigir nenhuns novos ídolos... derribar ídolos (a minha palavra para ideais), isso sim é que faz parte do meu ofício ".

L er Nietzsche é perigoso para os despreparados. Poucos ultrajaram o sistema, e em particular, a sociedade cristã de forma tão agressiva e sangrenta quanto ele. Sua filosofia demolidora pode despertar aquele que sonha, e pior, conduzí-lo a um pesadelo. Segundo Freud, Nietzsche alcançou um grau de introspecção anímica jamais alcançado por alguém e que dificilmente alguém voltará a alcançar um dia.

E sse olhar para dentro, que faz com que os homens despertem da doce ilusão com a qual seus muitos ídolos os envolvem, é ao mesmo tempo um exercício desejável e assustador. Quantos de nós estão preparados para a desilusão de um encontro frontal com sua alma desnuda? Quantos estariam preparados para encontrarem-se com o homenzinho encarquilhado e, humildemente reconhecer: "Esse sou eu!"

A natureza humana tenta esconder por todos os meios o homenzinho encarquilhado, mas de que adianta negá-lo, escondê-lo, se ele teimosamente permanece lá? Nietzsche encontrou-se com a verdade a respeito de si mesmo, o homem caído, e fez questão de publicar as misérias e mazelas da espécie. Não considerou que essa criatura falida poderia nascer de novo para uma realidade outra. Que pena que não tenha ído, na calada da noite, às escondidas, se encontrar com Jesus, como fez Nicodemos, para ouvir a respeito da possibilidade fantástica do novo nascimento!

P or mais trágico que pareça, o homem não é um caso perdido. Nietzsche infelizmente falhou em reconhecer no Cristo a salvação dos homens e tentou aniquilar a única esperança que resta à humanidade, investindo enlouquecidamente contra o mesmo... Perseguiu a Jesus e a seus seguidores como um Saulo enraivecido...Resultado? Morreu louco!

S erá que, como Saulo de Tarso, teve a oportunidade de ouvir o som da voz majestosa que despedaça os cedros do Líbano a dizer-lhe: " Nietzsche, Nietzsche, por que me persegues? Dura coisa é para ti recalcitrar contra os aguilhões " Espero que sim, e mais, espero que tenha feito as pazes com o Crucificado antes do rompimento do fio de prata, antes do último suspiro...

F ilho e neto de pastores protestantes, quem sabe não voltou pra casa, como um pródigo mulambento, mas salvo? Agora imagine, que surpresa seria encontrarmos esse maluco nas mansões celestiais! Pois é, só aguardando...

Luiz C Leite

Luiz C. Leite é pastor, psicanalista, administrador de empresas, conferencista e escritor. Autor de "O poder do foco", editora Memorial; e "A inteligência do Evangelho", editora Naós; além de vários títulos por publicar.

Confira o blog do escritor: http://luizvcc.wordpress.com/

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