Luta contra o aborto: um tema que não pode ser esquecido em ano eleitoral

A triste realidade por trás deste assunto, quando falamos de militância pró-aborto, está no que a ideologia feminista chama de “autonomia sobre o corpo”.

Fonte: Guiame, Marisa LoboAtualizado: sexta-feira, 7 de janeiro de 2022 às 17:28
(Foto: Pexels)
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O aborto é um tema que sempre está em discussão, sendo algo que não por acaso vem à tona em ano eleitoral. Para nós, cristãos, é de suma importância nos posicionarmos sobre este assunto, motivo pelo qual faço questão de começar abrindo a minha coluna 2022 no Guiame dessa forma.

No Brasil, já tivemos discussões sobre o aborto no Supremo Tribunal Federal. Em agosto de 2018, por exemplo, a Corte realizou uma série de audiências para discutir a legalização dessa prática contra a vida até a 12ª semana de gravidez. Na ocasião, até o Conselho Federal de Psicologia resolveu emitir uma nota favorável ao aborto, envergonhando milhares de psicólogos com um gesto de natureza política que não representa a totalidade da categoria.

Uma das coisas que aprendemos na psicologia é o respeito pelas diferenças, minorias e a capacidade de promover a vida humana em todas às circunstâncias, sendo os mais frágeis alvos da nossa atenção. Além disso, buscamos fazer uma leitura crítica da realidade social, sabendo interpretar contextos aviltantes contra o ser humano para poder criar intervenções que possam valorizar a vida e não a morte.

Os que defendem o aborto, por outro lado, será que realmente se posicionam dessa forma? Entre os principais argumentos apresentados está a questão de saúde pública. A verdade, no entanto, é que eles usam essa tese para esconder a situação que está por trás de grande parte dos abortos clandestinos.

Esta situação é a dos relacionamentos irresponsáveis, frutos de comportamentos sexuais de risco e do abuso de drogas. Quem trabalha em uma maternidade, por exemplo, sabe exatamente como ficam os hospitais durante os meses de outubro e novembro, consequência das gestações adquiridas no mês de fevereiro, durante o Carnaval.

Vale lembrar que o aborto é permitido no Brasil nos casos de estupro e risco de vida para a mãe. Portanto, o argumento de que o aborto clandestino é fruto de violência sexual não é válido, uma vez que a mulher que foi estuprada e não quer levar a gestação adiante, legalmente pode abortar.

O que resta, então, a favor do aborto fora dessas circunstâncias? O direito de escolher eliminar gratuitamente uma vida que foi gerada em decorrência do sexo sem compromisso, praticado de forma irresponsável?

Em outras palavras, abortos clandestinos só existem porque são frutos de atitudes conscientes. Quem recorre aos métodos clandestinos para abortar, faz isso porque sabe que teve parte da responsabilidade em adquirir a gestação. Caso contrário, procuraria os meios legais quando em risco de vida ou estupro.

Assim, a saúde pública não pode ser acionada para atuar como método de controle reprodutivo nos casos de pessoas que adquiriram gestação voluntariamente. O bebê não é um tumor para ser banido, mas um ser humano! O simples desejo da mãe, pelo aborto, não justifica a morte de outra pessoa.

“Autonomia sobre o corpo”

A triste realidade por trás deste assunto, quando falamos de militância pró-aborto, está no que a ideologia feminista chama de “autonomia sobre o corpo”. Esta é a tese dominante, por sinal, nas matérias de muitos cursos de humanas nas universidades dentro e fora do Brasil.

O desejo de legalizar o aborto, em outras palavras, não tem nada a ver com a preocupação com a mulher que realmente sofre por não ter condições de ter um filho, ou que foi vítima de violência sexual e não tem condições adequadas de saúde. Pouquíssimos entre os ativistas pró-aborto realmente se preocupam com isso.

Os casos de mulheres carentes e violentadas que pensam em abortar por necessidade não constituem o público-alvo dos abortistas. Esses casos são apenas instrumentalizados pela militância abortista, usados como bandeira de comoção social, a fim de se criar propaganda ideológica nos meios de comunicação.

O grande desejo pela legalização do aborto, na realidade, vem da intenção das feministas de se verem livres do “peso” moral da maternidade, porque elas enxergam nisso uma forma de limitação social, por exemplo, para o trabalho e outros afazeres, bem como um tipo de opressão masculina.

Os manuais feministas mais radicais pregam que a mulher deve se libertar completamente da gravidez, e para que isso aconteça plenamente elas precisam ter o “direito” de abortar quantas vezes for preciso. Não é necessidade social ou saúde, portanto, mas ideologia.

Finalmente, direito por direito, fico com o direito à vida do mais frágil, que é o bebê. Daquele que não tem a oportunidade de se defender e que é uma pessoa distinta, diferente da genitora. Que este ano possamos ampliar esse debate, pois é vital para um país ter um governo que defenda a vida desde a concepção, e não a morte chancelada pelo Estado.

Marisa Lobo é psicóloga, especialista em Direitos Humanos, presidente do movimento Pró-Mulher e autora dos livros "Por que as pessoas Mentem?", "A Ideologia de Gênero na Educação" e "Famílias em Perigo".

* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Leia ao artigo anterior: Cristãos, Deus não nos deu espírito de covardia; você precisa se posicionar

 

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