Marisa Lobo:Quando a ética se adapta aos nossos desejos corremos risco

Marisa Lobo:Quando a ética se adapta aos nossos desejos corremos risco

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:28

Me permito utilizar o pensamento de Alasdair MacIntyre, filósofo escocês bastante estudado atualmente na academia, no seu famoso livro “Depois da virtude” que mostra as raízes histórico-filosóficas da fragmentação ética que contemplamos atualmente no cenário mundial, que está segundo o autor nos trazendo muitos conflitos éticos e quero dividir alguns pontos com vocês.

Segundo o autor, devemos analisar a fundo o que está nos acontecendo em nossa sociedade, pois estamos sendo reflexos de uma série de filosofias de pensamento e de vida, oriundas do iluminismo europeu e que chegaram até aos nossos dias nos induzindo a acreditar que tudo é relativo que importa é realização do prazer seja ele qual for.

Essas correntes filosóficas afirmam em minha opinião de forma, contundente, porém perniciosa, alienista, que não é possível acudir a razões objetivas para justificar os princípios éticos que cada qual deve utilizar nas suas escolhas. Isso me parece um acordo, velado, subliminar, implícito de que os princípios são uma questão de preferências pessoais. ou seja que você pretender  outra coisa, ou tiver outra opinião, seja por convicção, ética, religião, ou princípios ,  equivaleria a incorrer num crime , como se lesássemos  a humanidade impondo nossa preferência ao outro.o que nessa educação relativista seria crime pois cada qual tem sua ética, sua moral sua escolha?

Segundo o autor do Livro, Quem profere um juízo ético deve usar uma linguagem pretendidamente impessoal e deve ocultar suas pessoais motivações. “Tal coisa é eticamente mᔠsignificaria, na prática, “não quero que faças tal coisa, porque não me agrada”. Notem que essa corrente, segundo autor, chamada emotivista, ensina que não existem critérios universais que sirvam para definir, um parâmetro, entre posturas éticas rivais. Ou seja, qualquer atitude seria igualmente dignas e admissíveis desde que o ser humano estivesse feliz com elas..

“Pergunto-me, quais as conseqüências prática desta corrente que se diz ética”, esta, tem sido a preocupação de muitos estudiosos da educação, e professores que convivem com crianças na prática diária, em minha opinião como psicóloga é uma postura extremamente perigosa, pois quem saberá os limites? Como arbitrar posturas diferentes?

Com saber quem está com a razão, se tudo é relativo?  O maior perigo concorda com o estudioso é a verdadeira “guerra civil” “guerra santa” “guerra de valores! que está sendo gerada na qual ganhará quem tem mais poder.

Uma teoria ética que provoca a injustiça social não parece, portanto, ser a mais adequada. É preciso buscar algo mais isento e transcendente, que dê luz a duas vontades opostas ou diferentes para viverem em paz. João Malheiro

Se questionarmos mais a fundo o porquê de a sociedade atual pensar assim da ética verificaremos que ela acredita que a tentativa, passada ou presente, de prover de justificação racional a moral objetiva fracassou de fato. Mas, será que as pessoas já se questionaram por que fracassou?

Perdemos nosso referencial de valores, da moral objetiva da natureza humana como “O alcance do Bem, da Perfeição, do Amor real, da Felicidade esses valores foram se perdendo durante os tempos, foram sendo destruído, descartado em prol de uma sociedade consumista, o Ser humano, na tentativa de queres ser feliz a qualquer preço, buscou a maneira mais rápida e fácil, comprando este prazer, tudo para afastar o desprazer. querem estes pensadores relativista que neguemos, a própria natureza humana arriscando como o autor, em outra natureza não humana, temos que ficar atentos pois destruindo a natureza, destruímos a verdade objetiva segundo o autor.  

Acusam-nos de sermos exigência sem sentido, por causa desses valores éticos e morais, que pregamos que estão longe de alcançar a verdadeira felicidade, criando traumas, tolhendo a liberdade do sujeito, culpam-na de ser a origem de traumas, repressões etc.

S e estamos perdendo nossa ética objetiva, é por culpa do próprio homem, em não aceitar a sua própria natureza humana, e não estou relativizando,estou falando concretamente, será? Pergunta o autor, que a humanidade ficou mesmo mais feliz, Como psicóloga pergunto a lei do prazer, nos tornou muito mais feliz? Sem regras, sem nos colocarmos no lugar do outro, sem termos um norte na educação? Sem podermos decidir o que é melhor para nossos filhos, para nossa família? Sem sermos acusados de estarmos tolhendo a liberdade de outrem?

Estamos sendo, violentados em nossos, princípios, em nossa moral em nossa ética, em nossa fé, sem termos coragem de fazermos nada, pois fazer alguma coisa significa ir contra alguém e isso é tido como, ir contra a natureza deturpada humana.

Oras bolas, natureza humana, é a ligada à natureza biológica, não psicológica, não podemos perverter o que real para uma linha imaginária do nosso ser simplesmente ou cultivaremos uma sociedade esquizofrênica, daqui a pouco perderemos totalmente nosso referencial, de nossa sanidade.    

A evidência de que todo o ser humano fica ansioso e inseguro até encontrar-se como ser humano livre e responsável da sua felicidade, parece evidenciar que, por mais que o homem possa autonegar a própria natureza, só se sentirá feliz e em paz quando entender que, apesar do esforço, vale muito mais a pena autoafirmá-la do que viver como um triste animal. João Malheiro

Temos como diz o autor do livro A Alma da Escola do Século XXI, é preciso urgente, desmascarar, o brilho falso da ética relativista. Em que nossos jovens estão inseridos e recebendo formação, é preciso que todos nós segundo o autor entendamos que gerará grande destruição em nossos jovens, crianças, a questão é que relativizar pode não garantir o desenvolvimento como seres humanos, e tornarão nossas crianças como simples animaizinhos.

Por Marisa Lobo

Psicóloga Clinica

REFERÊNCIA

João Malheiro livro "A Alma da Escola do Século XXI",

de Alasdair MacIntyre, filósofo escocês “Depois da virtude”

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