Todos os dias precisamos lidar com o sentimento que tem arruinado a nossa identidade e colocado à prova diante de uma sociedade inflexível para fazer o que não fomos chamados a fazer e insistir em ser quem os outros querem que sejamos. Na concepção de uma cultura deturpada pelos seus próprios interesses, pessoas se confundem com degraus. Perdemo-nos na ilusão ao ter que enfrentar as terríveis afirmações contraditórias que desafiam o sentido literal do propósito a qual fomos criados para cumprir.
A impressão que gera é que a todo o momento, incontrolavelmente e sem perceber, você parece sucumbir ao mar de ecos e ruídos ao redor que tentam minimizar a voz e o fulgor do caráter de Deus impresso em você. A razão para a proliferação de tantas palavras contrárias ao seu propósito de vida é que se tornou sinônimo de genialidade ser diferente no mundo dos iguais. É aquela máxima, fazer o que todos fazem para parecer como todo mundo parece; Eis aí o cerne da comparação: aparência não sustenta propósito, de outro modo, é um paradoxo pensar que um Deus que é tão autêntico e criativo desejasse você viver aquém dos planos dele, como se pudesse satisfazer-se na superficialidade.
Aceite e afirme, diariamente, as verdades de Deus a despeito de quem Ele diz que você é, pois essa é a única forma de rejeitar qualquer engano que se opõe contra a palavra. É como um convite para experimentar o extraordinário. Não se mova por oportunismo, tampouco, por necessidade, mas integralmente por propósito, pois existe o lugar que você está hoje e o lugar que Ele quer te levar, ou seja, deixe que os outros corram a corrida deles. Uma multidão nunca impressionou Jesus e isso significa que Ele te vê além do coletivo, Ele te vê na sua individualidade como filho amado que você é. Se mover por necessidade ofusca o simples prazer que há ao perceber a vontade de Deus que é boa, agradável e perfeita.
Torne-se especialista naquilo que Deus te chamou para ser e, consequentemente, fazer. Não confunda; um machado não foi criado para cortar cabelo e uma lâmina não foi criada para cortar árvores; cada qual tem a sua função, especificidade e propósito. O problema não está em fazer o que os outros fazem, mas em querer ser exatamente quem os outros são. Uma lâmina nunca será um machado e vice-versa. Por vezes, vivemos à mercê da história alheia, e por isso estamos sempre na arquibancada como plateia ao invés de jogarmos em campo e por isso assumimos pesos e frustrações desnecessárias.
Muitos dos que foram chamados a ser uma voz em meio ao deserto foram paralisados pela comparação. Foram chamados para fazer história, mas se acostumaram em apenas assistir a história de outros. As consequências a longo prazo da comparação são devastadoras, pois te colocam em posição de vítima e te fazem ser escravo de imposições e sofismas incoerentes a sua natureza, a natureza de Cristo. Comparação gera competição e isso te fará achar que o outro é sempre mais favorecido, mais amado, mais privilegiado do que você. Deus sempre trabalha com plano A ao seu respeito. Plano B geralmente funciona como um refúgio de nos vestirmos daquilo que não tem a ver conosco. As armaduras de Saul, por exemplo, não serviam em Davi. A roupa dos outros, provavelmente não servirão em você. Vista-se de coragem e ousadia para viver em plenitude e livre-se de permanecer em uma prisão sem grades. A grama do vizinho que aparenta ser mais verde pode ser sintética, artificial e sem vida. Valorize a sua grama, se é que me entende. Não caia na falácia de valorizar o que Deus não valoriza e creia: você é absurdamente amado por um Deus demasiadamente gracioso.
A falta de identidade sempre lhe fará refém da opinião e da expectativa alheia. Quando você entende o propósito e está convicto de sua identidade de filho amado, você não desce ao nível da comparação. No dia mais difícil, na circunstância mais desesperadora, no momento mais inseguro, lembre-se: apenas uma opinião importa, sim, a opinião de Deus sobre você. Preze o que você tem construído, mesmo que seja pouco. Escolha crescer, perseverar e jogue para ganhar. Não entre em competições com aqueles que veem a vida como uma disputa pessoal, pois estes jogam com deslealdade, não contamine seu coração. Desvencilhe-se em agradar a outros, pois o maior interessado em te ver sorrir é o próprio Deus e ele sempre estará no final da corrida para se alegrar com você e juntos, custe o que custar, como um grito poderão celebrar: “valeu a pena viver o meu propósito!”. Concentre-se no fato de que quanto mais você entender que é amado, muito mais a comparação se esvai; não permita ser consumido por equívocos de outrem.
Matheus Grismaldi é escritor, missionário e assessor de comunicação e imprensa em Angola, África. Também integra equipe de plantações de Igrejas, dedica-se ao discipulado, apaixonado pelo Evangelho e faz parte da liderança na Igreja Videira, Vinha Angola. É o filho caçula de três irmãos, nascido em lar cristão, natural de São Paulo, carrega o sonho de ver uma geração vivendo a grande comissão e missões transculturais.
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