A lei da semeadura funciona e é impecável

A lei da semeadura funciona e é impecável

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:28

Temos algum controle sobre nossos atos, mas nenhum sobre seus desdobramentos. Nossas escolhas se prolongam, nossos desígnios alçam vôo, nossas obras ganham vida própria. O tempo, que tudo destrói, contraditoriamente pereniza as ações mais simples. As facas arremessadas para o alto descem; algumas, de ponta para baixo. O pão jogado no rio, estranhamente, supera a correnteza, na piracema da vendeta. A lei da semeadura muitas vezes produz a cem por um.

A palavra falada, a seta desferida e as decisões concretizadas não volvem, mas seus rebentos, sim. Depois da trama na padaria para derrubar o líder, morrem os conspiradores, rompem-se as entranhas dos Judas, passam-se vários e vários invernos, mas um dia os filhos dos filhos colherão os amargos frutos daquela maldade. De Deus não se zomba, o que o homem plantar ele (ou seus descendentes) colherá!

Samuel recusou-se ver o rosto de Saul para não se enternecer com a miséria que ele próprio produzira. Edmond Dantès ressuscitou como o Conde de Monte Cristo para transformar a espetacular vida de Danglars em tragédia. Na riqueza de Midas estava a desgraça. O brilho da conquista contém o veneno da áspide. No triunfo de quem defendeu a verdade, o ardil de Satanás. Mais cedo ou mais tarde a mão divina escreverá Mene, Mene, Tequel, Parsim na parede do templo que começou com rebelião.

Os que sem causa armam laços e abrem covas sofrerão repentina destruição. Ficarão enredados nos laços que tramaram ocultamente. Os que roubaram vida, os que soterraram sonhos, os que jogaram com a esperança de inocentes, devem temer o Salmo bíblico: "Feliz aquele que lhe retribuir o mal que você nos fez! Feliz aquele que pegar os seus filhos e os esmagar contra a rocha".

Há momentos em que sentimentos ilhados, mortos e amordaçados precisam vir à tona para que o mau perceba que não adianta disfarçar-se sob a capa da piedade. A lei da semeadura e da colheita funciona, e é implacável.

Soli Deo Gloria

Ricardo Gondim é pastor da Igreja Betesda de São Paulo e presidente da Convenção Nacional da denominação. Presidente do Instituto Cristão de Estudos Contemporâneos. Gondim é casado com Silvia Geruza Rodrigues, pai de três filhos - Carolina, 29; Cynthia, 27; e Pedro, 19 - e avô de Gabriela, Felipe e Felipe Naran. Nascido em 1954, em Fortaleza, Ceará, é formado em Administração de Empresas. Viveu nos Estados Unidos onde obteve formação teológica no Gênesis Training Center em Santa Rosa, Califórnia. Ministra palestras e conferências. É colunista das revistas evangélicas "Ultimato" e "Enfoque Gospel". Como escritor, Gondim é autor de livros como "O Evangelho da Nova Era", "Santos em Guerra", "Saduceus e Fariseus", "Creia na Possibilidade da Vitória", "É Proibido" - obra indicada ao prêmio Jabuti, de literatura brasileira -, "Artesão de uma Nova História", "Como vencer a Inconstância", "A presença imperceptível de Deus", "Do Púlpito 5", "O que os evangélicos (não) falam", "Creio, mais tenho dúvidas", e "Sem perder a Alma", o mais recente.

Site oficial:

www.ricardogondim.com.br

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